texto: Cinderela Caldeira


 

 

 

Fisioterapia em UTI reduz tempo de internação do paciente

Estudo realizado por Clarice Tanaka, professora do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina (FM), mostrou que as sessões de fisioterapia reduzem em até 40% o tempo de permanência do paciente internado em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), quando aplicadas sem interrupções nas 24 horas do dia.

O trabalho que avaliou 500 pacientes, por um período de seis meses, foi realizado pelo Serviço de Fisioterapia do Instituto Central do Hospital das Clínicas (HC) da FM. Nos primeiros três meses, as atividades do fisioterapeuta levaram 12 horas e a média de internação do paciente na UTI foi de dez dias. Nos três seguintes, o atendimento foi de 24 horas e a média de permanência do paciente caiu para seis dias.

De acordo com Clarice, a redução de complicações com a melhora do paciente deve-se ao tratamento noturno. O procedimento garante a limpeza contínua dos pulmões, permite a extubação (retirada do tubo traqueal) no período noturno, reduz a agressão mecânica e propicia recuperação pulmonar mais rápida.

Diante dos resultados, o HC tem implementado gradativamente a fisioterapia integral em outras UTIs, com a criação de turnos extras à noite, de modo a garantir melhor qualidade de vida ao pacientes. A expansão dos serviços reduz o sofrimento do paciente, permite a liberação mais rápida e segura dos leitos, com o conseqüente aumento do número de vagas disponíveis, diminui os riscos de infecção hospitalar e propicia economia de recursos financeiros.

 

 


 

 

 

Administração de medicamentos automaticamente controlados

Pesquisa do Instituto de Química (IQ) desenvolveu modelo de sistema inédito de administração de medicamentos controlados eletroquimicamente, que os libera automaticamente dentro do corpo do paciente e pode ser programado para os mais variados tipos e tamanhos de droga. Luiz Marcos de Lira Faria é o autor da tese de doutorado no IQ e diz que “o resultado do trabalho chegou perto de um sistema de liga-desliga”.

Novas formas de administrar medicamentos podem facilitar tratamentos, como no caso de aidéticos. “O coquetel de drogas contra o HIV chega a ser composto por 40 doses diárias, o que dificulta a adesão ao tratamento. Estudo realizado pelo Nepaids (Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids) do Instituto de Psicologia apontou que 73% dos pacientes do Estado de São Paulo não são fiéis ao tratamento”, diz Faria.

Ao contrário do método tradicional, encontrado nos comprimidos, pílulas e cápsulas comuns, um sistema de liberação controlada consegue manter as concentrações da droga dentro do nível adequado. A administração tradicional é instável, logo que é ingerido, a dose fica acima do nível, já que todo o conteúdo é liberado de uma só vez. “E antes de uma nova dose, a quantidade já está abaixo do nível”, explica o pesquisador.

Sistemas de liberação controlada já existem no mercado, como os adesivos para fumantes ou patchs contendo anticoncepcionais, mas eles só podem ser pré-programados, o que impõe limites à sua aplicação. Para o pesquisador, um dos objetivos da pesquisa era chegar a um sistema do tipo liga-desliga, com o qual seria possível controlar totalmente a liberação da droga. Condição ideal para a administração de insulina em diabéticos, o que eliminaria o desconforto das injeções regulares.

Fonte: Agência USP de Notícias



 

 

 

Instituto Butantã pode desenvolver vacina aviária quatro vezes mais eficaz

O Instituto Butantã apresentou no final de fevereiro uma nova cepa do vírus H5N1, desenvolvido pelo CDC (Center of Deseases Control), em Atlanta, nos Estados Unidos. Ela será estudada para possível vacina contra gripe aviária. A nova cepa utiliza um vírus originário da Indonésia, o que o torna diferente da cepa fornecida pelo britânico National Institute for Biological Standards and Technology ao Butantã em janeiro, cuja cepa era originária de um vírus encontrado no Vietnã.

Na luta contra a gripe aviária o Butantã conta com um trunfo, um adjuvante chamado Monofosforilipídeo A (MPLA), derivado do desenvolvimento da vacina de coqueluche, sobre o qual as pesquisas apontam uma eficiência quatro vezes maior do que os adjuvantes habitualmente utilizados.

O Instituto Butantã se caracteriza como um dos cinco centros produtores de vacina do mundo, e o objetivo da Secretaria de Estado da Saúde é desenvolver uma vacina segura, eficaz e de baixo custo, que permita proteger o Brasil no caso de uma eventual pandemia.

Isaias Raw, presidente da Fundação Butantã, diz que a capacidade de produção é da ordem de 40 milhões de doses de vacina por ano, quando a fábrica estiver pronta. “Até lá, na planta-piloto que está em teste, deveremos produzir entre 20 mil e 100 mil doses, de acordo com o dimensionamento do Ministério da Saúde”, diz.

A planta-piloto, onde a vacina será manipulada, é um laboratório de nível 5, inspecionada e aprovada por todos os órgãos competentes, o que garante risco biológico zero para a população. A nova cepa recebida pelo instituto já foi desarmada geneticamente para não causar a gripe aviária, o que torna nulo o risco de uma epidemia a partir desta cepa

 

 
 
 
 
 
O Espaço Aberto é uma publicação mensal da Universidade de São Paulo produzida pela CCS - Coordenadoria de Comunicação Social.
Todos os direitos reservados®
e.mail: espaber@edu.usp.br