texto: Edmilson Luchesi, especial de São Carlos
Fotos: Edmilson Luchesi e reprodução

 

arte com imagens do arquivo pessoal de angelita e foto de Francisco Emolo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

©: arquivo pessoal
Maria do Carmo em pé, com a irmã mais nova do lado.  Elas cresceram vendo o desenvolvimento da Escola de Engenharia.

 

 

 

 

 


Primeira mulher a comandar a EESC, a professora Maria do Carmo é detalhista, cobra pontualidade e assume que preteriu o papel de dona de casa.

“Aos pioneiros, por amor muito humano aos temerários, perdoam-se sempre duas coisas: o ousar e o errar.” A frase da historiadora Ruth Guimarães foi escolhida pela professora Maria do Carmo Calijuri – e certamente não por acaso – para encerrar seu discurso de posse, no dia 9 de março deste ano. Nesta data, em cerimônia solene, ela assumiu a direção da Escola de Engenharia de São Carlos e, por conseqüência, tornou-se referência na história da unidade por ser a primeira mulher – e bióloga – a ocupar o cargo desde sua fundação, no início da década de 50.

Natural de São Carlos – o que também a distingue dos demais diretores, a professora tem mais duas irmãs e cresceu vendo o início da Escola de Engenharia. “Ainda criança, me lembro que, quando recebíamos visitas em casa, meu pai as trazia para conhecer a Escola de Engenharia e o prédio E-1. Acho que essa relação de proximidade dos são-carlenses com a Escola sempre foi muito forte”, recorda Maria do Carmo, 50 anos.

Embora já tivesse nos planos um curso na área biológica, a professora disse que, de alguma forma, se via dentro da EESC, principalmente depois de se matricular em algumas disciplinas oferecidas no período noturno pelo Caaso, o Centro Acadêmico da Escola. Mas o início na USP, em março 78, foi através de outro campus: após concluir o ensino médio no Colégio São Carlos, administrado por irmãs de uma congregação francesa, a professora foi aprovada no vestibular para Biologia, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. “Iniciava ali a realização de um grande sonho; um sonho que durou muito pouco. Em abril, meu pai faleceu em um acidente de carro, quando voltava de uma visita que foi me fazer. Para contenção de despesas, tive que ajustar os planos e, em julho daquele mesmo ano, prestei novo vestibular e ingressei no curso de Ciências Biológicas, da Universidade Federal de São Carlos.”

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