A terapia esportiva como terapia de vida

Veja também:
Galeria de fotos

 

 

 

divulgação
“O esporte é algo muito querido no Brasil. E essa aceitação faz bem aos jogadores, que se sentem bem no núcleo familiar e de amigos, melhorando a qualidade de vida”, observa Linamara Battistella, diretora do DMR/HC.

 

 

 

 

 


© Cecília Bastos
Arnaldo Hernandez, especialista em medicina dos esportes, recomenda: “Atividade física e terapia esportiva são as maiores ferramentas de medicina preventiva que existem”

 

 

 

 

Mas as atividades físicas e a recreação precisaram evoluir para os praticantes não perderem o estímulo de crescimento. Dessa passagem é que surgiram as competições e as oportunidades de alguns pacientes se profissionalizarem”, completa.

O desfecho é um time competitivo, que já conquistou vários títulos, entre eles três Campeonatos Paulistas e uma Copa do Brasil de basquete sobre rodas. A deficiência nas pernas, porém, não é motivo para ninguém pegar leve.

“O alto rendimento é isso mesmo. Se não tiver cobrança, o atleta se acomoda e pára de evoluir. Se hoje somos reconhecidos como atletas, a cobrança não incomoda, não pode atrapalhar, porque já é esperado, é normal”, constata Marcos Cândido, o Marquinhos, que também treina na AEDREHC e tem passagens na seleção brasileira e Parapan-Americanos anteriores.

Seu companheiro de equipe, Walter da Silva Jr., compartilha a mesma opinião. “Quando comecei, não sabia nem bater a bola. A cobrança é algo bom, porque você assume um compromisso e busca superar sempre as outras equipes”, diz.

Para a diretora da Divisão de Medicina de Reabilitação, “a cobrança só seria errada se fizesse mal ao indivíduo. É preciso um cuidado especial em garantir que a capacidade funcional do cadeirante não vai ficar comprometida. Uma lesão de braço, por exemplo, provocaria vários impeditivos. Por isso ele precisa estar bem treinado”, explica Linamara.

Para atletas e para não-atletas

A utilização da terapia esportiva não se restringe ao grupo dos atletas ou dos praticantes que buscam a profissionalização. “Mais importante ainda é a atividade física para a população como um todo, prevenindo problemas de saúde como obesidade, diabetes e doenças cardiorrespiratórias”, garante o fisiatra Arnaldo Hernandez, chefe do grupo de terapia esportiva do Hospital das Clínicas, e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte.

No complexo das Clínicas, bairro de Pinheiros, o Instituto de Ortopedia e Traumatologia atende crianças, adultos e jovens com paralisia cerebral. Esta é um tipo de lesão cerebral que afeta o desenvolvimento ortopédico, mas só em alguns casos interfere na sua capacidade mental. No centro hospitalar, os pacientes recebem atendimento médico multiprofissional com atividades físicas e recreativas que promovem o convívio social, ganho físico e fortalecimento psicológico.

“Não existe limitação pelo tipo de incapacidade ou pela faixa etária. A qualquer momento da vida é possível começar a atividade física, desde que se faça um programa adequado para o nível de condição naquele momento”, arremata Hernandez.

< anterior página 1 | 2

   







web
www.usp.br/espacoaberto