HC inaugura laboratório de avaliação e condicionamento físico

O serviço de Reumatologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas (HC) inaugurou o Laboratório de Avaliação e Condicionamento em Reumatologia (Lacre) cujo objetivo é minimizar o impacto das lesões osteoarticulares e das co-morbidades, nas diferentes fases das doenças.

O Lacre funcionará como um centro de investigações para os médicos, que avaliarão até onde os exercícios físicos interferem na evolução de doenças auto-imunes. O serviço de Reumatologia do HC atende por ano 15 mil pessoas, com as mais diversas patologias.

Estudos preliminares realizados pelo serviço de Reumatologia mostraram a eficácia no tratamento. Um grupo de pacientes com esclerodermia, uma doença auto-imune, realizou atividades físicas em uma academia particular por um período de dois meses. Os resultados indicaram uma melhora da condição física sem qualquer efeito colateral e motivaram a criação do Lacre.

Fernanda Rodrigues Lima, reumatologista, médica do esporte e responsável pelo laboratório, diz que a manutenção de um programa de exercícios físicos regulares, em paralelo ao tratamento ambulatorial, deverá promover melhorias no estado geral do paciente, aliviando a dor, a fadiga e até mesmo o estado depressivo do paciente. As doenças reumatológicas crônicas comprometem as articulações, diminuem a força muscular, provocam alterações na postura e na locomoção dos portadores.

O laboratório conta com estações de musculação, pesos livres, esteiras, materiais de alongamento e outros equipamentos e possuiu capacidade para atender até 20 pacientes, num mesmo horário. Os exercícios deverão acontecer duas vezes por semana, num período de uma hora e meia. As atividades do laboratório são inéditas na rede pública do País e os resultados poderão padronizar o tratamento, com a prescrição de exercícios essenciais para garantir qualidade de vida e desempenho no dia-a-dia dos portadores de doenças auto-imunes.

Revista da Esalq está entre as mais influentes do Brasil

Há três anos integrando a base de dados Web of Science, do Institute for Scientific Informatios (ISI), a Scientia Agrícola, publicação cinetífica da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), foi classificada entre as revistas científicas mais influentes do Brasil.

Os critérios de análise do ISI para inserção de revistas em sua base de dados são rigorosos. No país, há cerca de 3.500 periódicos que publicam artigos científicos. Desses apenas 28 estão na Web of Science e 23 apresentaram fator de impacto em 2006, referente ao biênio 2004/2005.

De acordo com o professor Luís Reynaldo Ferracciú Alleoni, editor-chefe da revista e docente do Departamento de Ciência do Solo, “fator de impacto representa o número de vezes que artigos publicados pela revista, em dois anos, são citados no ano seguinte por algumas das revistas que compõem uma base de dados, dividido pelo número de artigos publicados no referido período”. No biênio 2004/2005 foram publicados 181 artigos da Scientia Agrícola e no ano seguinte foram citados 54 artigos nas revistas indexadas, resultando num fator de impacto de 0,298.

O ISI indexa aproximadamente 16 mil periódicos em mais de 160 áreas do conhecimento. No ranking de 2006, a revista da Esalq estava classificada na décima quinta posição entre as revistas brasileiras indexadas. “A comunidade científica é altamente influenciada pelo fator de impacto das revistas que publicam seus trabalhos”, afirma Alleoni.

Uma conseqüência do novo nível conquistado pela Scientia Agricola será o aumento de sua classificação no programa Qualis da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que avalia em quais periódicos os pesquisadores estão publicando. A revista já possui o conceito A nacional, e espera conseguir o A internacional que é o nível mais alto.

“Cárie não é doença”

Este é o resultado da tese de livre-docência defendida pelo professor José Eduardo de Oliveira Lima, do Departamento de Odontopediatria, Ortodontia e Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB).

A cárie é considerada, desde a década de 60, uma doença de etiologia multifatorial e infecciosa e esse conceito tem gerado divergências na elaboração de estratégias preventivas entre os epidemiologistas e profissionais da saúde.

Segundo o estudo, a cárie é apenas uma lesão no esmalte de causa local, sem fatores etiológicos determinantes, ocasionada por um desequilíbrio da biodiversidade da cavidade bucal. Pesquisa realizada com cerca de 600 crianças, baseada no conceito do professor, mostrou resultados 30 vezes melhores do que os encontrados na literatura odontológica. O índice apontado pela literatura mundial é de uma incidência de 0,1 cárie por ano e o estudo comprova um porcentual de 0,03.

De acordo com a nova estratégia de prevenção desenvolvida por Lima, o elemento dieta, bem como as tarefas diárias de escovação que envolve os pais e a própria criança, deixará de ser um problema. O novo conceito repensa filosofia e estratégias de prevenção e provoca, de acordo com o pesquisador, mudanças no direcionamento de pesquisas, no ensino e na prática odontológica e como resultado proporcionará melhor qualidade de vida.