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Cultura
por Daniel Fassa
Fotos por Francisco Emolo

Foto crédito: Francisco Emolo


Essa história é contada em detalhes no primeiro ambiente da mostra, através da projeção de um vídeo de cinco minutos. No mesmo local, um grande mapa mostra as rotas de migração ao redor do mundo, que acarretaram a construção de alojamentos tanto nos países de origem, quanto nos de destino. Enquanto o Brasil recebia muita gente, àquela altura, milhões de pessoas deixavam a Europa. Os motivos variavam. Em alguns países, como a Itália e a Alemanha, era a modernização da economia, que eliminava os postos de trabalho no campo. Em outros, como Portugal e Espanha, a estagnação econômica criava uma grande massa de desempregados. "Eventualmente, no meio desse processo todo, conflitos regionais localizados ou guerras mundiais influenciam também", completa Paiva, que é pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Intolerância da USP.

Foto crédito: Francisco Emolo
"O que acontecia com o imigrante aqui dentro? Como eram os seus passos internamente?". São respostas a essas perguntas que Odair Paiva, curador de "Hospedaria de Imigrantes do Brás", procura disponibilizar com a exposição.
 

 

Ainda no primeiro ambiente, expositores exibem postais, listas de bordo de navios, passagens, atestados médico-sanitários, passaportes, etc., tudo pertencente ao acervo do memorial. A idéia é mostrar, através desses documentos, as fases da imigração. Já no segundo ambiente, o visitante encontra fotos da antiga hospedaria, além de uma telha e um tijolo da construção original. Um diagrama afixado na parede explica os passos dados pelos imigrantes da chegada ao Brasil às fazendas de café. Em média, eles ficavam hospedados durante uma semana e tinham acesso a todos os serviços gratuitamente.

 

 

Foto crédito: Francisco Emolo

 

Seguindo a visita, uma pequena sala com paredes vermelhas exibe fotos de imigrantes de diversas nacionalidades. Migrantes internos também são retratados. Mais alguns passos e entra-se em uma sala com paredes cinza. Nela, um mergulho no cotidiano da hospedaria: antigos objetos da casa, como cama, equipamento de dentista, barbearia e até um projetor de filmes mudos podem ser vistos.

"Nós sempre tivemos exposições que trabalharam com fluxos migratórios específicos, mas nunca tivemos um espaço expositivo no qual o visitante pudesse conhecer a dinâmica dos serviços. O que acontecia com o imigrante aqui dentro? Como eram os seus passos internamente? Então nós aproveitamos essa efeméride dos 120 anos para organizar uma exposição de longa duração, na qual o visitante pudesse conhecer a hospedaria por ela própria", finaliza o curador, Odair Paiva.

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