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Perfil
por Daniel Fassa
Fotos por Francisco Emolo

 

 


A esposa, Mirian, e o filho, Erik, no Instituto de Química da USP

 

 

 


A preferência pela química prática e por novas descobertas diferencia Gutz de boa parte da comunidade científica atual, que supervaloriza o número de publicações. Para ele, a criatividade e o envolvimento dos estudantes são mais importantes que o número de artigos publicados. "Nos EUA, há a tendência de se cultivar mais a produção científica do que outros aspectos. O risco está em o aluno passar a ser uma engrenagem dentro de um sistema. É um modelo que vem sendo incentivado também no Brasil. Eu não quero dizer que seja errado, mas penso diferente. Acho que a formação deve estar entre as prioridades", opina o professor. Por outro lado, na ânsia de fazer coisas novas, muitas pesquisas do seu grupo só ficaram registradas em teses e anais de congressos, o que, segundo ele, "não deixa de ser uma falha".

Despertar o interesse pela química em estudantes do ensino médio não é tarefa fácil. Gutz acredita que o contato com a prática, hoje raro nas escolas públicas, permite quebrar as barreiras dos adolescentes. Por isso, todos os anos, ele coordena uma equipe de 40 docentes na organização da Olimpíada Paulista de Química, que é uma forma de mostrar a química de maneira mais interessante. A primeira fase da competição consiste na elaboração de uma redação sobre um tema determinado, o que exige pesquisa. Na segunda, os selecionados vêm à USP, presenciam alguns experimentos e respondem a questões sobre eles. De quebra, depois do almoço, enquanto aguardam a premiação, ouvem palestras e visitam laboratórios.

Em função de seu pós-doutorado na área ambiental, Gutz já deu diversas contribuições em fóruns sobre desenvolvimento sustentável. Por exemplo, coordenou a comissão da USP que redigiu um documento de propostas para a ECO-92, conferência internacional da ONU realizada no Rio de Janeiro objetivando buscar meios de conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra. "Era algo equivalente à Declaração Universal dos Direitos Humanos, só que voltado para o meio ambiente. Havia docentes e pesquisadores de diversas unidades da USP envolvidos", relata.

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