Prof. Rubens Ricciardi em uma das aulas do Departamento de Música de
Ribeirão Preto
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Compositor e pesquisador reconhecido internacionalmente, Ricciardi escolheu sua terra natal para implantar um projeto que substituiu, pelo menos por enquanto, um sonho antigo. A intenção era criar na cidade uma
escola de música para crianças. "Trouxe a idéia a pelo menos três dos últimos prefeitos da cidade e deles só vieram promessas." A ousadia de querer implantar uma escola diferenciada vem do fato de que, para ele, a música está vinculada a um dom e é necessário que a iniciação musical
ocorra na mais tenra idade, entre 4 e 5 anos. Ele alia a essas características seu conhecimento sobre a história da cidade. "Ribeirão Preto, já em 1897, tinha um dos melhores teatros do Brasil, o Carlos Gomes, e, em 1930, ganhou ainda o Theatro Pedro II, hoje um dos melhores da América Latina, excelente para música de câmara, sinfônica ou ópera."
Segundo Ricciardi, a cidade tem uma vocação cosmopolita. Ele lembra que uma das importantes conquistas é a manutenção da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, fundada em 1938, é a segunda orquestra profissional em atividade mais antiga do Brasil e a única que não é pública em todo o País. "Temos teatro, orquestra e a boa prática de música, temos o Grupo Pró-Música que desde os anos 60 fomenta concertos de música de câmara. Faltava uma escola de música de qualidade para viabilizar a boa formação profissional e a continuidade das atividades, não só para ser um centro de consumo, mas também um centro idealizador e realizador da atividade musical. Isso viabilizamos com o novo Departamento de Música da ECA em Ribeirão Preto, associando-o à alta qualidade de pesquisa e ensino do campus. Moro num país com condições precárias para a formação do profissional em música, então decidi me firmar no desafio de criar um novo centro musical, sem os vícios consolidados, possibilitando algo novo e competente. Ou vinha para Ribeirão Preto ou ficava no exterior", fala com a certeza de quem sabia o que queria.
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