Por Maria Clara Matos
Fotos por Cecília Bastos e Francisco Emolo

 


Crédito foto: Francisco Emolo

 

 

 

Crédito foto: Francisco Emolo
Roberto Kalil conta que um de seus grandes hobbies era o hipismo, mas quando ingressou na faculdade de medicina parou. Hoje uma de suas grande paixões é o Santos Futebol Clube


Um dos mais renomados cardiologistas do Brasil, Roberto Kalil Filho é workaholic assumido e vive para a medicina

Roberto Kalil Filho é conhecido principalmente por seus ilustres pacientes, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia. Mas esse fato é apenas reconhecimento de sua grande competência. O cardiologista deixa claro que os cargos importantes não fazem com que trate seus pacientes de maneira diferente. Espiritualista, Kalil acredita em destino e que estar no lugar certo, na hora certa ajudou muito na construção de sua carreira de sucesso.

O médico recebeu em 2008 do presidente Lula a medalha Osvaldo Cruz, concedida pelo Ministério da Saúde a personalidades que tenham notoriedade e sejam referência nacional na área de Saúde Pública. Hoje aos 48 anos, o doutor em cardiologia divide seu tempo entre diversas atividades. É professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, médico do Incor e coordenador do Núcleo de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês. “Acordo às sete e vou dormir a uma da manhã, isso quando não sou chamado durante a madrugada”, esclarece o médico.

A paixão pela medicina começou cedo. Nascido em 1959, na maternidade Pró Matre, em plena avenida Paulista, Kalil é, como ele mesmo diz, “bem paulista, paulistano” e desde menino afirmava “vou ser médico”. Há momentos que marcam nossas vidas e o doutor não deixa de ter um desses guardado em sua lembrança. Ele revela: “Desde pequeno eu já tinha essa vocação. Ganhei dos meus pais com sete ou oito anos de idade um microscópio que fica guardado aqui no consultório até hoje e desde ali tomei minha decisão”.

Kalil cresceu na Bela Vista estudando no tradicional colégio Dante Alighieri. Depois ingressou na Faculdade de Medicina de Santo Amaro, atual Unisa, formando-se em 1985. O próximo passo foi a residência em clínica médica e, nesse momento, o hoje cardiologista afirma que não sabia que especialidade iria fazer e comenta brincando: “Só no finalzinho eu tive um empurrão. Além do meu tio, Fulvio Pileggi, que era diretor do Incor na época, outros dois grandes médicos me ajudaram em minha decisão. Um deles é o clínico geral Zyun Massuda, e outro, o oncologista Wadih Arap.” Entre risos ele ainda completa: “Esses dois ficaram me enchendo a paciência para eu fazer cardiologia”.


Foto: Cecília Bastos
O médico recebeu em 2008 do presidente Lula a medalha Osvaldo Cruz, concedida pelo Ministério da Saúde a personalidades que tenham notoriedade e sejam referência nacional na área de Saúde Pública

 

 

 

 


“Fazer exercício, manter o colesterol baixo, não fumar e manter o peso. Coisas tão faladas que muita gente sabe, mas pouca gente faz”, essas são algumas dicas do cardiologista para uma vida melhor

 

 

 


Em 1986, Kalil fez residência em cardiologia no Incor e posteriormente pós-residência pela Johns Hopkins University, em Baltimore, onde permaneceu por dois anos. Retornou em 1991, quando foi contratado como assistente da unidade coronária do Incor. O passo seguinte foi a defesa de seu doutorado em 1992  e docência em 1995, ambos na área de Ressonância Magnética e Metabolismo Cardíaco, temas que estuda até hoje.

E a paixão pela medicina vai mais longe. O cardiologista é enfático ao referir-se à futura profissão de suas duas filhas e diz brincando: “Eu sempre digo a elas: ou vocês serão médicas ou serão médicas. Sou bem democrático nesse aspecto”. Também, é com suas filhas – Isabella, de 13 anos, e Rafaella, de 15 – que Kalil encontra sua principal fonte de distração hoje em dia. As garotas seguem um hobby antigo do pai: o hipismo. “Quando eu nasci meu pai já saltava e eu também tinha esse costume. Depois que entrei na Faculdade de Medicina parei. Hoje meu hobby é ver minhas filhas montarem”, conta Kalil.

Atualmente, é casado com a médica endocrinologista Claudia Cozer. Diversões? Kalil não gosta muito de viajar, nem de música ou cinema. Com seu humor irônico, ele ainda revela: “O máximo que vejo no cinema é Batman e Perdidos no Espaço”. Mas uma de suas paixões ele destaca com firmeza e orgulho: “Sou Santista roxo, ou melhor, pelezista”. Essas são apenas algumas características que Kalil deixa escapar, uma vez que não deixa de enfatizar que não gosta de falar muito de sua vida pessoal.

Quando a questão é a aproximação com Lula, ele comenta que o atual presidente da República é seu paciente faz tempo, desde 1991. “O Lula foi indicado por um paciente meu e amigo dele. Desde então passei a cuidar da saúde dele e da família toda: da Marisa e dos meninos.’ Mas ele salienta que em seu consultório não há diferença entre os pacientes e devem obedecer aos cuidados e conselhos do médico.

Kalil destaca que os cuidados com a saúde são essenciais para manter-se livre das doenças coronarianas. “Devem enfartar mais ou menos 400 mil pessoas por ano no Brasil, mais de mil por dia”, destaca o cardiologista. As dicas para viver melhor, segundo o doutor, são simples como fazer exercícios, manter o colesterol baixo, não fumar e manter o peso. “São coisas tão faladas que muita gente sabe, mas pouca gente faz”, afirma o médico.


 

 


 
 
 
 
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