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English version                                                               Coordenação: Prof. Dr. Mário Eduardo Viaro

GMHP Grupo de Morfologia Histórica do Português
Áreas Afins

MORFOLOGIA SINCRÔNICA

Obviamente o maior diálogo da Morfologia Histórica é com os modelos sincrônicos de Morfologia. Aproximações entre Morfologia e Fonologia, por um lado, e Morfologia e Sintaxe, por outro, têm gerado uma bibliografia bastante farta e heterogênea em soluções. A Morfologia teve um período de auge no século XIX e uma retomada nos anos 80, quando inicialmente foi retomada pelo estruturalismo e em seguida, pelo gerativismo. Grandes nomes deram contribuições muito grandes para o desenvolvimento dessa área do conhecimento, antes mesmo que os estudos diacrônicos fossem retomados.



FILOLOGIA ROMÂNICA

As correlações entre a Morfologia Histórica e a Filologia Românica são bastante evidentes, uma vez que os sufixos raramente são autóctones e costumam compartilhar formas e significados semelhantes com outras línguas românicas, sobretudo as demais iberorromânicas (galego, mirandês, asturiano, guadramilês, riodonorês, espanhol, catalão, valenciano e seus dialetos). Desse modo, um sufixo pode compartilhar uma mesma origem com uma ou mais línguas românicas, da mesma forma que uma palavra com determinado sufixo pode migrar de uma língua para outra devido ao fenômeno do empréstimo. O mapeamento desses falares é tarefa da Geografia Linguística, o contato entre essas culturas é estudado pela História das Línguas, a existência de falares extintos é recuperado pelos estudos da Filologia.



SOCIOLINGUÍSTICA E DIALETOLOGIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Mais especificamente, a variação do português é um fenômeno carente de investigações. A variação em territórios fora do Brasil (Portugal e ex-colônias) e a variação interna brasileira são de fundamental importância para a datação de fenômenos, inclusive os relativos à Morfologia Histórica. Também a variação diastrática também tem grande valor, uma vez que fenômenos advindo de gírias e outras linguagens especiais, acabam fazendo parte do vocabulário comum, normalmente com étimo bastante obscurecido. Apesar da profusão de dados, há pouca sistematização do que já foi feito. Sobretudo a variação em Portugal pode ser um fator para detectar supostos brasileirismos ou questionar etimologias. O Prof. Dr. Mário Eduardo Viaro, além do GMHP, coordena o grupo FDPB (Formação da Diversidade do Português Brasileiro), especificamente preocupado com esses problemas.



ESTILÍSTICA

Ainda mais especificamente, o emprego inusitado de elementos formativos na parole saussuriana, apesar de pouca importância para o léxico como um todo, trazem no seu bojo verdades relativas à sua eficácia comunicativa, elemento preponderante do estudo estilístico. Desse modo, o mínimo de frequência é compensado pela chamada expressividade do vocábulo, que só é atingida quando são válidas as regras intuitivas de seu funcionamento, as quais são as mesmas regras que se procuram detectar pelo GMHP. Desse modo, o estudo estilístico, combinado com o estudo histórico, revela-se no mais da vezes muito importante para se separar o que é comum e o que é específico do autor analisado nas sincronias pretéritas.
Dedica-se a esse estudo a bolsista Juliana Bianchi Leone, que estuda os elementos caracterizadores da fala de Juó Bananére, com vistas à datação de palavras do século XX e à datação de fenômenos fonéticos.



HISTORIOGRAFIA DA LINGUÍSTICA

A historiografia da linguística é um dos elementos básicos para entendermos modelos e seu contexto histórico, correlacionados às idéias e seus autores. Também o seu estudo faz evitar falhas de atribuição de autoria, bem como a duplicação de estudos. O GMHP tem feito levantamentos sobre artigos e livros que trataram de questões relativas à morfologia histórica e aos sufixos, a fim de se estabelecer uma bibliografia coerentemente orientada aos progressos desses estudos. Concluiu-se recentemente o levantamento nas revistas Romania, Zeitschrift für romanische Philologie, Sachen und Wörter e Archivio Glottologico Italiano.



LEXICOLOGIA, TOPONÍMIA E TERMINOLOGIA

Em nossos pressupostos sobre o tríplice significado das palavras alertamos que o GMHP se preocupa exclusivamente com os elementos de formação não-radicais e com morfemas gramaticais. Mas é inegável a contribuição dada por outras pesquisas, em que a palavra como um todo é envolvida e questões sobretudo de produtividade e neologia se apresentam. O diálogo com esses estudos é permanente. Também estudos lexicológicos, sobretudo os que envolvem questões diacrônicos são essenciais para o estabelecimento de sincronias pretéritas. O estudo etimológico depende de uma correlação exata entre os resultados da Morfologia Histórica e o da Lexicologia. Muitos sufixos estão diretamente ligados a questões ainda mais específicas, da Toponímia, de modo que esse estudo também é bastante aproximado ao que se vem desenvolvendo no GMHP.



SEMÂNTICA

A Semântica continua sendo uma área de muitos interesses. Além de uma semântica geral, há inúmeros outros assuntos que são de imediato interesse para a criação de bons modelos em Morfologia Histórica. A Semântica Geral, a Linguística Cognitiva e os Estudos de Cognição se têm na detecção de universais e na questão da percepção, o que pode explicar inúmeros paralelos encontrados em derivações semânticas de sufixos diferentes. Os estudos sobre Aquisição da Linguagem estão diretamente vinculados a esses resultados. Não só a aquisição de significado, mas de sons, pode talvez resolver questões cruciais, como os elementos sem significado (interfixos e vogais temáticas).



LINGUÍSTICA DE CORPUS

Todas as conclusões, reconstruções e modelos nascidos do GMHP provêm diretamente da análise de vários tipos de corpora, de modo que os recentes estudos da linguística de corpus são de extrema importância para avaliar-se o rigor e a técnica empregada no manuseio desses dados. A frequência de uso é um dado importantíssimo. Para esse estudo, o grupo também se vale de conceitos básicos da Estatística e de uma pesquisa maciça, feita por meio do buscador Google (páginas restritas ao português), em 15/8/2006, num universo de 500 milhões de páginas.




UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

Grupo de Morfologia Histórica do Português

gmhp@usp.br