UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - BRASIL

Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional

Aluna relata sua experiência como intercambista na Inglaterra

Em 2012, a estudante do curso de Ciências Sociais (FFLCH) Natascha Koster realizou período de estudos na St. Mary’s University College, Twickenham – London, e nos contou um pouco sobre sua experiência como intercambista na Inglaterra.

VRERI: Como foi o processo pelo qual você passou, antes da viagem, no que se refere a vistos, proficiência, seleção da universidade estrangeira, aquisição de seguro de saúde etc.?
Natascha: A primeira coisa que fiz antes de tentar o intercambio foi prestar o IELTS (exame de proficiência que é mais aceito no Reino Unido). É um exame um pouco caro (por volta de 400 reais) e tem um grau de exigência elevado. Na St. Mary’s University College era necessário tirar pelo menos 6.0 no exame (a nota máxima é 8.0) para que você pudesse fazer o semestre lá. Nem todas as universidades exigem um exame de proficiência, mas eu, pessoalmente, indico a realização do IELTS ou do TOEFL para quem quer fazer intercambio no UK. São os exames mais aceitos e você já sai na frente de muitos candidatos que não tem exame de proficiência e ainda pode se candidatar em mais universidades, pois eles são obrigatórios na grande maioria.
Após ter obtido o resultado que eu precisava no IELTS, eu passei por um processo seletivo na FFLCH que era composto de três etapas: 1- a comprovação de que você cumpre os requisitos mínimos que podem variar de universidade para universidade ( no meu caso foram: ter média ponderada igual ou superior a 7.0, em alguns casos ter o exame de proficiência, ter cumprido de 25% a 70% dos créditos do seu curso, não ter dependências, etc.); 2- análise do plano de estudos e objetivos com o intercâmbio (um breve resumo do seu motivo de fazer intercâmbio, quanto tempo quer ficar, as matérias que gostaria de cursar, a escolha da universidade, ter uma carta de recomendação de um docente, etc.); 3- entrevista em português e inglês com o responsável pelo convênio (a minha entrevista foi feita metade em inglês e metade em português, a entrevistadora perguntou sobre minha vida acadêmica e sobre meus motivos de fazer o intercâmbio).
Após ter sido aprovada pela bolsa da FFLCH e pela bolsa mérito acadêmico (eram dois processos diferentes), eu comecei a organizar a minha viagem: visto, moradia, cálculo de quanto iria gastar, passagens e etc.
Os brasileiros têm direito de viver no Reino Unido por seis meses sem precisar solicitar o visto aqui no Brasil. Como eu só ficaria 4 meses no Reino Unido (de setembro a dezembro) eu não precisei solicitar o visto aqui, só levei alguns documentos e obtive o visto na hora da imigração (o visto é um carimbo com a sua data de entrada que te permite estudar porém sem trabalhar por 6 meses). Os documentos que eles recomendam levar para esse tipo de visto (igual ou inferior a 6 meses) são: seu passaporte; carta da sua universidade de destino (a do Reino Unido) falando que você estudará lá pelo período de X meses; carta de moradia ou reserva de hotel (eu indicaria fechar de 15 dias a 1 mês de hotel ou outro tipo de acomodação para apresentar para imigração e depois procurar algo melhor já no Reino Unido); passagem aérea de ida e de volta (a de volta é importantíssima); carta da sua universidade do Brasil falando que você está matriculado e possui vínculo com a instituição; comprovante de que você tem dinheiro para se sustentar lá (eu levei a carta que a reitoria fez falando o valor da minha bolsa e o extrato bancário da minha mãe); o voucher do seguro saúde.
Com todos esses documentos em mãos a chance de ser rejeitado no Reino Unido é quase nula, porém se você for com esse tipo de visto não poderá trabalhar e, toda vez que entrar e sair do país (se você for visitar outros países da Europa, por exemplo), terá que apresentar todos esses documentos novamente.

VRERI: Como você se informou sobre moradias no país de destino e quais foram os meios que utilizou a fim de conseguir um lugar para morar?
Natascha: Para a moradia em Londres eu utilizei o site de uma empresa brasileira no Reino Unido, que tem acomodações de qualidade, custo baixo (aproximadamente 90 libras por semana, com todas as contas inclusas, exceto alimentação) e boa localização oferecidas para estudantes principalmente. Você encontra vários tipos de quarto em todas as zonas de Londres, eles são confiáveis e mandam a carta para você mostrar na imigração. Eu fechei contrato de um mês nessa acomodação (a qual paguei adiantado) e quando cheguei em Londres procurei uma acomodação num apartamento individual que dividi com um colega de quarto (paguei 500 libras por mês).

VRERI: Quanto ao idioma, o que você pôde observar sobre sotaques, pronúncia etc., e qual foi sua experiência nesse aspecto?
Natascha: Você vai se surpreender com a diversidade que existe em Londres, você conhece gente de todo mundo (indianos, oriente médio, italianos, franceses, espanhóis, brasileiros) com sotaques diversos, é difícil achar alguém que realmente nasceu em Londres quando você está passeando pela cidade! Num primeiro momento tive um pouco de dificuldade com sotaque dos funcionários que trabalham em cafés, restaurantes, bares e outros estabelecimentos, porém você logo se acostuma e fica cada vez mais fácil de entender. Não tive grandes problemas com relação a isso.

Dentro de duas semanas, você poderá conferir o restante da entrevista com a aluna, com questões envolvendo a percepção de diferenças no ensino, qualidade acadêmica e outros temas relacionados ao cotidiano de um estudante estrangeiro na Inglaterra.