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Imagens tridimensionais Tão
ou mais complexas do que instalar uma plataforma no mar, as análises
feitas pelo TPN só são possíveis graças a
um poderoso conjunto de computadores ou cluster, como
é chamado pelos especialistas. No total, encontram-se instaladas
60 máquinas Pentium III, cada uma com 256 megabits de memória
e 20 gigabits de disco rígido. Até o final deste ano, serão
adquiridos outros 60 computadores de mesma potência. Juntos, esses
equipamentos são capazes de processar bilhões de informações
e fornecer os dados necessários para avaliar a qualidade de um
projeto. O sistema ideal Nishimoto
e sua equipe acalentam planos ainda mais ousados. Eles pretendem refinar
a capacidade de análise do TPN, dotando-o de instrumentos ainda
mais sofisticados. O professor planeja, por exemplo, criar um sistema
que permita ao pesquisador clicar o mouse num determinado ponto da plataforma
exibida no telão e, imediatamente, receber todas as informações
sobre esse ponto. Dessa forma, se ele quiser saber o nível de pressão
exercida sobre uma linha de ancoragem exatamente a 884 metros de profundidade,
bastará buscar com o cursor esse trecho e clicar ali. Em segundos,
o pesquisador terá os dados solicitados. Cientistas festejam "ótimo saldo acadêmico" Um festejado centro de ciência e tecnologia, o Tanque de Provas Numérico (TPN) revela-se também uma avançada fonte de ensino e pesquisa. Antes mesmo de inaugurado, ele já permitiu ótimos índices acadêmicos. Até agora, trabalhos e pesquisas realizados no TPN geraram duas patentes, quatro teses de doutorado, seis dissertações de mestrado, três projetos de iniciação científica feitos por alunos de graduação , 15 artigos publicados em periódicos, outros 30 textos apresentados em congressos e, finalmente, sete artigos para publicação em 2002. Esses dados foram citados pelo coordenador geral do TPN, professor Kazuo Nishimoto, durante a solenidade de inauguração do tanque, realizada no dia 27 de fevereiro, às 11 horas, no anfiteatro do Departamento de Engenharia Naval da Escola Politécnica da USP. É um saldo acadêmico muito positivo, disse Kazuo, diante de uma platéia de cerca de 200 pessoas. A cerimônia teve a presença do diretor de Serviços da Petrobras, Irani Carlos Varela, do gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras, Elias Menezes de Oliveira, e do vice-almirante Lauro Reis Salgado, diretor do Arsenal da Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro. Irani Varela destacou que a Petrobras precisa estar ao lado das universidades, a fim de manter o padrão de excelência que conquistou nas últimas décadas. A Petrobras é hoje uma das 12 maiores empresas de petróleo do mundo, lembrou, graças às parcerias que fez com a sociedade. Mesmo após a quebra do monopólio da exploração do petróleo continuou Varela , ela manteve a competitividade e a competência, embora muitas pessoas não acreditassem nisso. A inauguração do TPN é um marco fundamental da engenharia off-shore nacional, festejou Elias Oliveira, usando o termo técnico para mar aberto ou fora do litoral. Ele citou o desafio que a Petrobras se impôs de extrair petróleo a 3 mil metros de profundidade a fim de ampliar a produção nacional e também destacou a necessidade de integração entre a Petrobras e os centros de pesquisa brasileiros. A pesquisa interdisciplinar é um fator preponderante para alavancar o desenvolvimento científico e tecnológico do País. Já o vice-almirante Lauro Salgado enfatizou que a Marinha do Brasil deseja realizar programas de alta tecnologia que integrem indústrias e universidades, sempre tendo em vista resultados concretos. O TPN é uma iniciativa que trará grandes resultados para o Brasil, disse. Entre eles a credibilidade que o país assegura no exterior. Também estavam presentes na cerimônia de inauguração do TPN o pró-reitor de Pesquisa da USP, Luiz Nunes de Oliveira representando o reitor Adolpho José Melfi , e o diretor da Escola Politécnica, Antonio Marcos de Aguirra Massola, além de representantes do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da PUC do Rio. O ministro da Ciência e da Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, foi representado pelo presidente da Finep a principal financiadora do TPN , Mauro Marcondes Rodrigues. Mais petróleo com a ajuda do TPN Dos cerca de 1.500.000 barris de petróleo produzidos por dia pela Petrobras atualmente, 17% são extraídos da terra firme, 19% vêm de águas rasas e 64% saem de poços localizados em águas profundas (acima de mil metros) e ultraprofundas (acima de 2 mil metros). Até 2005, a Petrobras pretende atingir a produção de 1.850.000 barris de petróleo por dia. Desse total, 75% virão de poços localizados nas grandes profundezas do mar, onde se encontra também a maior parte das jazidas que a empresa tem a expectativa de localizar nos próximos anos. Para enfrentar esse desafio, a Petrobras lançou no ano 2000 o Programa de Capacitação em Águas Profundas (Procap 3000), com orçamento inicial de US$ 130 milhões. Parte desses recursos foi aplicada no Tanque de Provas Numérico (TPN), inaugurado na semana passada, na USP, que será um instrumento essencial para a exploração das jazidas em águas ultraprofundas. Além da Petrobras, outras empresas de petróleo, do Brasil e do exterior, também deverão utilizar os serviços do TPN, segundo estimativas do professor Kazuo Nishimoto, coordenador-geral do TPN e docente da Escola Politécnica. Os novos poços encontrados pela Petrobras se localizam principalmente na Bacia de Campos, uma área de 115 mil quilômetros quadrados localizada no litoral do Rio de Janeiro. Principal província petrolífera do Brasil, a Bacia de Campos produz atualmente 1.247.000 barris de petróleo por dia mais de 80% da produção nacional e é responsável ainda por 47% de todo o gás produzido no País, segundo informa a página eletrônica da Petrobras (www.petrobras.com.br). Ali, onde a profundidade chega a 3.400 metros, a Petrobras mantém 27 plataformas flutuantes e 14 plataformas fixas. As redes de oleodutos e de gasodutos chegam a 4.400 quilômetros. O campo de Marlim Sul Um dos maiores
campos de exploração da Bacia de Campos é conhecido
como Marlim Sul, localizado a 175 quilômetros da costa de Macaé.
Descoberto em 1987, tem reservatórios de petróleo situados
a profundidades que variam de 850 a 2.400 metros. Atualmente, Marlim Sul
produz 150 mil barris de petróleo por dia. A estimativa é
que essa produção passe para 360 mil barris por dia em 2007.
Em dezembro de 2000, a Petrobras calculou as reservas da região
em 806 milhões de barris de óleo o que representa
9% do total do Brasil e 11,7 bilhões de metros cúbicos
de gás. |
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ir para o topo da página O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP. [EXPEDIENTE] [EMAIL] |