NESTA EDIÇÃO

 

O século 20 foi marcado pela democratização e dessacralização dos espaços museológicos. Assim, surgiram megaexposições em que tanto as formas quanto os conteúdos foram pensados para a grande massa, composta por pessoas de faixa etária, classe social e formação diferenciadas. Foram incorporados recursos visuais mais sofisticados através de meios eletrônicos, simulações e réplicas. Discutir como está sendo articulada a comunicação das obras através desses meios de apoio e a arquitetura dos museus, com ênfase na interface entre espaços museológicos e desenho das exposições, são os objetivos dos Encontros Museológicos que acontecem nesta semana, reunindo profissionais nacionais e internacionais.
O eixo temático — Museologia, Arquitetura, Comunicação Visual, Cenografia — surgiu no final do primeiro encontro realizado em março de 2000. Os Encontros Museológicos integram o programa acadêmico do Curso de Especialização em Museologia do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP e nesta segunda edição traz uma parceria com a Secretaria da Cultura do Estado. Durante o evento será prestada homenagem a Ecyla Brandão, do Ministério da Cultura e diretora por vários anos de museus federais. Também serão comemorados os 70 anos da implantação do curso de graduação em Museologia no Rio de Janeiro (o MAE pretende implantar em breve o primeiro curso de pós-graduação em Museologia no Brasil) e ainda outros marcos importantes para a conceitualização que permeia o estudo nessa área.

Debates e casos

Os encontros estão divididos em dois segmentos: debates com profissionais e em seguida apresentação de casos para reflexão. Os palestrantes vão responder, entre outras, questões sobre quais são os desafios para a construção ou revitalização dos espaços museológicos, como podem ser estabelecidos os processos de trabalho para minimizar os impactos interdisciplinares no âmbito dos programas para museus, e ainda se os desdobramentos comunicacionais das exposições (kits, folhetos, catálogos) têm colaborado com a definição do perfil educacional nos museus.
Entre os casos apresentados estão a nova sede do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, a exposição “Barroco Brasileiro” realizada no Centro Cultural Fiesp; o Ecomuseu de Itaipu, considerado moderno na época de sua construção no final dos anos 70, que passa agora por um processo de revitalização; o Projeto das Missões do Rio Grande do Sul, que envolve a construção de quatro museus; e ainda os internacionais, com vários trabalhos de Portugal que atualmente faz um grande investimento nessa área, além da palestra com o espanhol Juan Carlos Rico, que vai falar sobre os Museus para o século 21.
O desafio é então desenhar exposições para os diferentes grupos de freqüentadores de forma dinâmica, mas sempre preservando o patrimônio, e descobrir a importância dessas questões para a educação, já que os museus são lugares de representação, cenários de valorização das identidades e de difusão científico-cultural.

Os Encontros Museológicos — Arquitetura, Expografia, Comunicação Visual e Cenografia: limites e reciprocidades acontecem de segunda a quinta, das 14h às 20h30, e na sexta, das 9h30 às 12h e das 14h às 19h, no Auditório da Pinacoteca do Estado (Praça da Luz, 2). As inscrições custam R$ 25,00 (estudantes) e R$ 50,00 (profissionais). Mais informações pelo tel. 3091-2891.


Programação completa

Segunda
14h — Abertura
14h30 — Debate temático: Programas para museus: princípios fundamentais
17h30 — Casos: Musée de Prehistoire d”ile-de-France; Museu Arqueológico de Xingó; e Ecomuseu de Itaipu

Terça
14h — Debate temático: Programas para museus: as interfaces entre Arquitetura e Museologia
17h30 — Casos: Museu de Arte Contemporânea da USP e Coleção Brasiliana, Fundação Rank-Packard e Fundação Estudar

Quarta
14h — Debate temático: Concepção e desenho de exposições: processo de trabalho
17h30 — Casos: Projeto de Palmela (Portugal); Exposição “Barroco Brasileiro” e Museu de Portimão (Portugal)

Quinta
14h — Debate temático: Exposições museológicas e recursos comunicacionais: desafios contemporâneos
17h30 — Casos: Museu do Trabalho Michel Giacometti (Portugal) e Museu de Folclore Edison Carneiro do Rio de Janeiro

Sexta
9h30 — Casos: American Museum of Natural History (Nova York, EUA); Convento de Jesus (Portugal) e Museus para o século 21
14h — Debate temático: Educação museológica, arquitetura e recursos comunicacionais: os museu voltados para a inclusão social
19h — Cerimônia de encerramento: avaliação e homenagem a profissionais da museologia

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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