Quadrinhos
Disney
Com
talento e imaginação, roteiristas, desenhistas e outros
profissionais fazem surgir universos, narram aventuras fantásticas
e dão vida a seres que se tornam tão reais quanto
permite a crença dos leitores. Em 1930, teve início
a produção de quadrinhos Disney, após o sucesso
dos desenhos animados de Mickey no final da década de 20.
No Brasil, apesar de serem editadas desde 1933, as histórias
com os personagens Disney têm suas edição e
produção ininterruptas a partir de 1950, quando a
Editora Abril coloca nas bancas a revista Pato Donald. É
sobre isso a tese de doutorado que Roberto Elíseo dos Santos
defendeu na ECA/USP, resultando no livro Para Reler os Quadrinhos
Disney Linguagem, Evolução e Análise
de HQs (Paulinas Editora, 320 págs., R$ 25,30). A obra trata
das narrativas seqüenciais dos personagens Disney, levando
em consideração os artistas, o contexto histórico
e a relação com a cultura específica do país
em foram criadas, culminando na análise de Zé Carioca
e sua aculturação aos hábitos, valores e contradições
da sociedade brasileira.
Destino
Ímpar
O paulista
Florestan Fernandes foi um dos principais intelectuais brasileiros,
um autodidata que, filho de uma empregada doméstica analfabeta,
tornou-se expoente da sociologia. Sua trajetória, ao longo
de mais de 50 anos de atuação acadêmica e política,
é contada em Destino Ímpar (Editora 34, 192 págs.,
R$ 22,00), de Sylvia Gemignani Garcia, que apresenta o período
de formação de Florestan, da infância, nas décadas
de 20 e 30, à defesa da tese de livre-docência no início
dos anos 50. Relacionando biografia, formação acadêmica,
contexto social e a estruturação da universidade em
São Paulo, a autora constrói uma análise que
abre caminho para estudos sobre o lugar politicamente significativo
que o intelectual deve assumir na sociedade de hoje. Nas palavras
do amigo Antonio Candido, Florestan era um imenso intelectual,
um homem de luta, um combatente nato, cujos atos se tornam logo
intervenções decisivas na realidade, provocando a
paixão das adesões e o vitupério das oposições.
O
País Distorcido
A expressão
é do geógrafo baiano Milton Santos, que a empregou,
não pelas distorções territoriais que ocorrem
nos mapas, mas para criticar os que olham o Brasil com idéias
de fora. O País Distorcido (Publifolha, 224 págs.,
R$ 25,00) reúne artigos originalmente publicados na Folha
de S. Paulo ao longo de duas décadas. Por meio de conceitos
como globalização, cidadania, formação
socioespacial analisados no ensaio do também geógrafo
Carlos Walter Porto Gonçalves, que integra a obra juntamente
com a bibliografia completa do autor constroem-se críticas
que podem gerar alternativas para um mundo e um Brasil mais justos.
Milton Santos formou-se em Direito em 1948, mas passou a ter fascínio
pela geografia através das aulas que ministrava no ensino
médio; descobriu a Associação dos Geógrafos
Brasileiros e suas reuniões científicas e consolidou-se
com o título de doutor em geografia pela Universidade de
Estrasburgo (França), em 1958.
Cultura
Pública
As
bibliotecas, o teatro, o cinema nacional, as manifestações
de arte popular, a música, o patrimônio histórico,
o rádio e a televisão (a favor da cultura e da educação)
são assuntos abordados por Jorge da Cunha Lima no livro Cultura
Pública A Organização Política
do Sonho (Editora Senac, 352 págs., R$ 44,00), que reúne
artigos seus publicados na imprensa há mais de vinte anos.
A obra descreve um longo percurso desde a eleição
de Montoro, o comício das Diretas, a morte de Tancredo, o
eclipse de Collor, a enxurrada de planos econômicos, o desalento
inflacionário, a estabilização da moeda, assim
como a prevalência da economia sobre todos os outros valores
e, infelizmente, uma lamentável ausência de política
pública de cultura no Brasil, questão tratada com
seus dilemas e aspirações. Comparecem na obra Antonio
Candido, em uma entrevista inédita em livro, Paulo Emílio
Sales Gomes, Elis Regina, Samuel Wainer, Glauber Rocha e muitos
outros que ajudaram a traçar os rumos da vida cultural do
País no século 20.
Manual do Turista
O fato
de Lúcio Martins Rodrigues ter percorrido mais de 50 países
fez com que os amigos começassem a procurá-lo não
só para ouvir suas histórias e ver fotos, mas também
para pedir dicas. Surgiu então a idéia de escrever
um livro e ele convidou Bebel Enge, outra aficionada em viagens
e cultura em geral. E publicaram o Manual do Turista Brasileiro
(Editora Aleph, 434 págs., R$ 45,00), que está agora
em sua segunda edição atualizada e ampliada. A obra
não é um simples guia de viagem, seu intuito é
orientar o leitor a escolher um roteiro que combine com seu estilo
de vida, idade e orçamento, além de ajudar a organizar
todos os aspectos da viagem. As orientações vão
da bagagem, hospedagem, documentação, segurança,
saúde, formalidades do serviço de imigração,
câmbio, transportes urbanos e regionais no exterior, alfândega,
entre outras. Traz países da América do Sul; México,
Cuba e Ilhas do Caribe; Estados Unidos e Canadá; Europa;
Oriente Médio e Norte da África, África do
Sul, Ásia Sul e Sudeste; Japão; Coréia;
e Oceania. O livro faz parte da coleção GTB (Guia
do Turista Brasileiro), que teve como mais recente lançamento
o GTB Paris (448 págs., R$ 43,00), com tudo sobre a cidade
luz.
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