A Faculdade de Educação da USP promoveu
nos dias 10 a 12 de julho mais uma etapa do Programa de Educação
Continuada (PEC) o projeto que a USP, a Unesp e a Unicamp realizam
em convênio com a Secretaria de Estado da Educação
com o objetivo de dar formação universitária
a 1.800 professores da rede pública de ensino. Realizado desde
julho de 2001, o programa visa à graduação em
Pedagogia de professores de primeira a quarta série do ensino
fundamental.
Nos dias 10 a 12, na USP, 49 participantes do programa realizaram
uma série de atividades. As oficinas, por exemplo, tiveram
como temas Criança e literatura, Música
da sala de aula, Ciências ambientais e Conhecimento
matemático, entre outros. O papel do jogo na educação,
a biodança, o dimensionamento do tempo de aula e a transformação
das rotinas em momentos educativos para crianças também
foram assuntos analisados nas oficinas. Foi excelente, porque
através dessas oficinas os professores-alunos puderam vivenciar
a teoria e a prática em relação a vários
temas ligados à educação, comemorou a coordenadora-geral
do PEC na USP, professora Marieta Lúcia Machado Nicolau, da
Faculdade de Educação. Com esses dois dias de
atividades presenciais, queremos complementar e enriquecer as aulas
a distância, acrescenta a professora, referindo-se ao
curso de formação através de vídeos e
videoconferências incluído no programa.
Mas os professores-alunos do PEC não participaram apenas de
oficinas. Eles também visitaram dois museus da USP instalados
na Cidade Universitária o Museu de Arte Contemporânea
(MAC) e o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) e o Instituto
Butantan, ao lado do campus. Conheceram ainda o Centro Universitário
Maria Antonia, da USP, em Higienópolis. O contato com
o conhecimento produzido na academia é muito enriquecedor,
justifica Marieta. Essa integração permite que
os professores-alunos se atualizem com relação aos conteúdos
com que trabalham.
Os professores atendidos pela USP estão ligados aos Centros
de Formação de Professores (Cefams) do Butantã,
Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Jundiaí,
São Bernardo do Campo, Suzano. São 49 turmas de 49 alunos,
auxiliados por tutores e orientados por professores mestres e doutores
da USP, que ajudam na elaboração da monografia de conclusão
de curso. Nos Cefams, os professores-alunos recebem cursos através
de teleconferências, de debates ao vivo e de programas de computador
voltados para a aprendizagem. Aqueles que não têm conhecimentos
básicos de informática ainda recebem treinamento do
Senac.
Teses
e dissertações
Além
da capacitação de professores, o PEC já forneceu
outro importante resultado a elaboração de
material didático impresso, uma iniciativa conjunta da USP,
Unesp e PUC-SP. A elaboração de artigos tanto
dos alunos como dos tutores também é um elogiado
fruto do programa, segundo Marieta, pois esse acervo é riquíssimo
e poderá resultar num ponto de partida importante para a
elaboração de dissertações de mestrado
e de teses de doutorado.
A proposta de capacitação do PEC busca cumprir as
exigências da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que exige que
todos os professores do ensino fundamental e médio do País
tenham diploma universitário. Para a coordenadora-geral do
programa na USP, a experiência de ajudar a formar professores
tema a que dedicou toda sua carreira acadêmica
é muito gratificante. Eles têm sido
desde sempre objeto de estudo das minhas pesquisas, diz Marieta,
lembrando que administrar conflitos, melhorar a situação
dos professores-alunos e contribuir para a melhoria da rede pública
de ensino é muito salutar para a sua própria
formação. A oportunidade de conviver com outras
universidades e poder fazer um trabalho conjunto, enfrentar os desafios
e superar as dificuldades tornam o trabalho uma experiência
única.
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