Graduação
é a prioridade
Dia 9,
às 19 horas, no Salão Nobre da Faculdade de Direito
da USP (FD), será realizada a cerimônia de posse do novo
diretor da instituição, Eduardo César Silveira
Vita Marchi, professor titular de Direito Romano. Aos 44 anos, Marchi
entra para a história da São Francisco (nome popular
da FD) como o segundo docente mais jovem a ocupar esse cargo, em uma
instituição acostumada a receber como alunos poetas,
escritores e grandes nomes públicos, como Castro Alves, Rui
Barbosa, Miguel Reale, Jânio Quadros, Celso Lafer, entre outros.
Primeiro colocado da lista tríplice que foi encaminhada ao
reitor, suas propostas o levaram a obter a maioria dos votos de alunos,
funcionários e docentes. Entre suas prioridades, a graduação
aparece em primeiro plano. Precisamos ter atenção
especial para com o ensino de graduação, pois é
por meio dessa atividade que formamos os profissionais que servirão
à sociedade, afirma Marchi. Para mantermos a qualidade,
aprimorando-a, nossa meta é aumentar o número de docentes
em regime de dedicação exclusiva, abandonando a antiga
idéia, que nunca esteve em voga nos principais cursos de Direito
do exterior, de que para ser um bom professor da área o profissional
precisa necessariamente estar inserido no mercado, diz. Outra
questão relacionada é o constante aprimoramento da relação
de aprendizagem entre professor e aluno, a qual será obtida
por meio de um mapeamento cooperativo dos problemas e do melhoramento,
quando necessário, da didática em sala de aula.
O professor cita outras estratégias que pretende desenvolver
ao longo de seu mandato para reforçar a graduação.
Uma delas é a criação de convênios com
universidades estrangeiras, as quais viabilizarão a permanência
de alguns alunos lá fora por períodos que poderão
variar entre seis meses e um ano, onde os estudantes irão cursar
disciplinas que serão reconhecidas como parte do seu histórico
escolar, contando créditos para a obtenção do
grau de bacharel em direito, além de vivenciar outras culturas,
línguas e práticas profissionais. Outra seria o aumento
do número de bolsas de iniciação científica,
as quais, além de permitir um contato direto dos alunos com
o mundo da pesquisa, da geração de novos conhecimentos,
garantem uma maior permanência na graduação. Atualmente
temos estudantes que começam a fazer estágio já
no segundo ano, o que diminui seu contato com o mundo da graduação.
A iniciação científica, ao mostrar o outro lado
da academia, que é a pesquisa, também é um instrumento
para manter o aluno por mais tempo em contato com a formação
básica, o que acaba sendo melhor para ele, pois lhe possibilita
o acesso a uma formação mais sólida e completa,
explica. E, após discussões internas da faculdade,
a partir de 2004 implantaremos a tese de graduação ou
monografia de final de curso, em que os alunos do último ano
terão, para se formar, que desenvolver e apresentar uma pesquisa,
o que se constitui em outro mecanismo de reforço para as atividades
discentes de pesquisa e na graduação, transformando
a tendência que muitos alunos têm, comum nesse momento
de reta final, de ficar muito envolvidos com o mercado, deixando a
formação em segundo plano, conta. Também
o aumento dos grupos de pesquisa integrados por alunos de graduação
e pós-graduação é fundamental para mostrar
para o aluno que a pesquisa acadêmica pode ser uma boa alternativa.
Eu queria ser juiz e foi graças ao contato com um grupo desse
tipo que me decidi a seguir a carreira acadêmica.
Além do ensino e pesquisa, outra atividade-fim da Universidade
é a extensão. Nesse caso, Marchi pretende ampliar a
rica experiência mantida pelos alunos por meio do Centro Acadêmico
XI de Agosto, que presta assessoria jurídica à população
de baixa renda. A idéia é que os alunos prestem
esse tipo de assessoria e que ela passe a valer como estágio,
estimulando todos a participar, afirma. Trata-se de uma
forma de ampliarmos o retorno para a sociedade do investimento que
ela faz na Universidade e de colocarmos nossos alunos diante da realidade
deste país, a qual nem sempre é bela, aumentando a criação
de consciência social e constituindo profissionais mais bem
preparados para lidar com situações adversas.
Para Marchi, esses projetos somente poderão ser efetivados
com a união e idealismo de todos. Precisamos manter nossas
tradições, formando profissionais que contribuam cada
vez mais com a sociedade, sem nos preocuparmos em ficar atendendo
a demandas muito específicas do mercado, cuja inconstância
pode nos levar a formar profissionais muito especializados, que não
conseguirão superar as mudanças, afirma. Por
isso, o ideal é mantermos uma forte educação
básica, base para o desenvolvimento de bons profissionais,
pois é disso que a sociedade brasileira cada vez mais precisa,
face a essa conjuntura de proliferação de cursos de
direito de baixa qualidade e sem nenhum controle prévio que
somente prejudicam ao invés de ajudar.
Essa é a opinião de Maria Tereza Leme Fleury, que toma
posse, dia 6, no cargo de diretora da Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade da USP, a FEA. A primeira diretora foi a professora
Alice Canabrava, no início da década de 50, lembra
Maria Tereza, que é socióloga especializada em gestão
de recursos humanos, com pós-graduação pela Universidade
de Stafford e professora do Departamento de Administração.
De qualquer forma, o fato de ter passado cerca de 50 anos é
emblemático e mostra essa tendência cada vez maior das
mulheres estarem conquistando, pouco a pouco, espaços que eram,
até pouco tempo atrás, exclusivos dos homens.
Com passagens pela Vice-Diretoria e Coordenadoria de Pós-Graduação
da unidade e pelos conselhos do Instituto de Estudos Brasileiros da
USP (IEB), Fundação Universitária para o Vestibular
(Fuvest), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), entre outras atividades,
Maria Tereza defende a mesma idéia de Marchi: o ensino de graduação
é a prioridade. Precisamos continuamente investir na
atualização dos currículos dos nossos cursos
e no aprimoramento do trabalho docente na relação de
ensino e aprendizagem com o aluno, por meio da utilização
das técnicas e métodos de ensino mais atuais disponíveis,
diz. Nossa meta é reforçar a internacionalização
da FEA através de intercâmbios com universidades estrangeiras
de primeira linha, caso de Harvard, com a qual mantemos um convênio
de intercâmbio voltado para os alunos e para o treinamento docente
em novas metodologias de ensino, informa. Também
pretendemos garantir a certificação internacional de
diversos cursos ministrados pela faculdade, incluindo muitos MBAs,
além de aumentar a integração com as diversas
unidades da USP e com outras instituições nacionais.
De acordo com Maria Tereza, a integração é o
caminho para o constante aperfeiçoamento e desenvolvimento
das atividades humanas. A FEA sempre percorreu essa trilha,
como mostram os diversos núcleos de pesquisa, cursos de extensão
e de pós-graduação interunidades e interinstitucionais,
caso do Programa de Ciências Ambientais, o Procam, do Programa
de Estudos Latino-Americanos, o Prolam, e do recém-criado curso
de Relações Internacionais, entre outros, diz.
A internacionalização, por exemplo, traz benefícios
para ambos, pois ao mesmo tempo que levamos para fora a realidade
brasileira, aprendemos sobre os contextos socioeconômicos de
outros países e entramos em contato com novos conhecimentos
de ponta gerados no exterior, numa troca produtiva para todos.
Os projetos voltados para o atendimento da comunidade, desenvolvidos
por alunos e docentes, continuarão a ser estimulados. O
retorno para a sociedade é fundamental, enfatiza. Além
disso, ao formarmos profissionais de primeiro time e com consciência
social, estamos contribuindo para o desenvolvimento da sociedade,
ao contrário do que acontece com as faculdades que oferecem
cursos de péssima qualidade, afirma. Essas instituições
são apenas negócios e não entidades formadoras
de pessoas.
Integração é o caminho
Dia 9, às 19 horas, no Salão Nobre da Faculdade de Direito
da USP (FD), será realizada a cerimônia de posse do novo
diretor da instituição, Eduardo César Silveira
Vita Marchi, professor titular de Direito Romano. Aos 44 anos, Marchi
entra para a história da São Francisco (nome popular
da FD) como o segundo docente mais jovem a ocupar esse cargo, em uma
instituição acostumada a receber como alunos poetas,
escritores e grandes nomes públicos, como Castro Alves, Rui
Barbosa, Miguel Reale, Jânio Quadros, Celso Lafer, entre outros.
Primeiro colocado da lista tríplice que foi encaminhada ao
reitor, suas propostas o levaram a obter a maioria dos votos de alunos,
funcionários e docentes. Entre suas prioridades, a graduação
aparece em primeiro plano. Precisamos ter atenção
especial para com o ensino de graduação, pois é
por meio dessa atividade que formamos os profissionais que servirão
à sociedade, afirma Marchi. Para mantermos a qualidade,
aprimorando-a, nossa meta é aumentar o número de docentes
em regime de dedicação exclusiva, abandonando a antiga
idéia, que nunca esteve em voga nos principais cursos de Direito
do exterior, de que para ser um bom professor da área o profissional
precisa necessariamente estar inserido no mercado, diz. Outra
questão relacionada é o constante aprimoramento da relação
de aprendizagem entre professor e aluno, a qual será obtida
por meio de um mapeamento cooperativo dos problemas e do melhoramento,
quando necessário, da didática em sala de aula.
O professor cita outras estratégias que pretende desenvolver
ao longo de seu mandato para reforçar a graduação.
Uma delas é a criação de convênios com
universidades estrangeiras, as quais viabilizarão a permanência
de alguns alunos lá fora por períodos que poderão
variar entre seis meses e um ano, onde os estudantes irão cursar
disciplinas que serão reconhecidas como parte do seu histórico
escolar, contando créditos para a obtenção do
grau de bacharel em direito, além de vivenciar outras culturas,
línguas e práticas profissionais. Outra seria o aumento
do número de bolsas de iniciação científica,
as quais, além de permitir um contato direto dos alunos com
o mundo da pesquisa, da geração de novos conhecimentos,
garantem uma maior permanência na graduação. Atualmente
temos estudantes que começam a fazer estágio já
no segundo ano, o que diminui seu contato com o mundo da graduação.
A iniciação científica, ao mostrar o outro lado
da academia, que é a pesquisa, também é um instrumento
para manter o aluno por mais tempo em contato com a formação
básica, o que acaba sendo melhor para ele, pois lhe possibilita
o acesso a uma formação mais sólida e completa,
explica. E, após discussões internas da faculdade,
a partir de 2004 implantaremos a tese de graduação ou
monografia de final de curso, em que os alunos do último ano
terão, para se formar, que desenvolver e apresentar uma pesquisa,
o que se constitui em outro mecanismo de reforço para as atividades
discentes de pesquisa e na graduação, transformando
a tendência que muitos alunos têm, comum nesse momento
de reta final, de ficar muito envolvidos com o mercado, deixando a
formação em segundo plano, conta. Também
o aumento dos grupos de pesquisa integrados por alunos de graduação
e pós-graduação é fundamental para mostrar
para o aluno que a pesquisa acadêmica pode ser uma boa alternativa.
Eu queria ser juiz e foi graças ao contato com um grupo desse
tipo que me decidi a seguir a carreira acadêmica.
Além do ensino e pesquisa, outra atividade-fim da Universidade
é a extensão. Nesse caso, Marchi pretende ampliar a
rica experiência mantida pelos alunos por meio do Centro Acadêmico
XI de Agosto, que presta assessoria jurídica à população
de baixa renda. A idéia é que os alunos prestem
esse tipo de assessoria e que ela passe a valer como estágio,
estimulando todos a participar, afirma. Trata-se de uma
forma de ampliarmos o retorno para a sociedade do investimento que
ela faz na Universidade e de colocarmos nossos alunos diante da realidade
deste país, a qual nem sempre é bela, aumentando a criação
de consciência social e constituindo profissionais mais bem
preparados para lidar com situações adversas.
Para Marchi, esses projetos somente poderão ser efetivados
com a união e idealismo de todos. Precisamos manter nossas
tradições, formando profissionais que contribuam cada
vez mais com a sociedade, sem nos preocuparmos em ficar atendendo
a demandas muito específicas do mercado, cuja inconstância
pode nos levar a formar profissionais muito especializados, que não
conseguirão superar as mudanças, afirma. Por
isso, o ideal é mantermos uma forte educação
básica, base para o desenvolvimento de bons profissionais,
pois é disso que a sociedade brasileira cada vez mais precisa,
face a essa conjuntura de proliferação de cursos de
direito de baixa qualidade e sem nenhum controle prévio que
somente prejudicam ao invés de ajudar.
Essa é a opinião de Maria Tereza Leme Fleury, que toma
posse, dia 6, no cargo de diretora da Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade da USP, a FEA. A primeira diretora foi a professora
Alice Canabrava, no início da década de 50, lembra
Maria Tereza, que é socióloga especializada em gestão
de recursos humanos, com pós-graduação pela Universidade
de Stafford e professora do Departamento de Administração.
De qualquer forma, o fato de ter passado cerca de 50 anos é
emblemático e mostra essa tendência cada vez maior das
mulheres estarem conquistando, pouco a pouco, espaços que eram,
até pouco tempo atrás, exclusivos dos homens.
Com passagens pela Vice-Diretoria e Coordenadoria de Pós-Graduação
da unidade e pelos conselhos do Instituto de Estudos Brasileiros da
USP (IEB), Fundação Universitária para o Vestibular
(Fuvest), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), entre outras atividades,
Maria Tereza defende a mesma idéia de Marchi: o ensino de graduação
é a prioridade. Precisamos continuamente investir na
atualização dos currículos dos nossos cursos
e no aprimoramento do trabalho docente na relação de
ensino e aprendizagem com o aluno, por meio da utilização
das técnicas e métodos de ensino mais atuais disponíveis,
diz. Nossa meta é reforçar a internacionalização
da FEA através de intercâmbios com universidades estrangeiras
de primeira linha, caso de Harvard, com a qual mantemos um convênio
de intercâmbio voltado para os alunos e para o treinamento docente
em novas metodologias de ensino, informa. Também
pretendemos garantir a certificação internacional de
diversos cursos ministrados pela faculdade, incluindo muitos MBAs,
além de aumentar a integração com as diversas
unidades da USP e com outras instituições nacionais.
De acordo com Maria Tereza, a integração é o
caminho para o constante aperfeiçoamento e desenvolvimento
das atividades humanas. A FEA sempre percorreu essa trilha,
como mostram os diversos núcleos de pesquisa, cursos de extensão
e de pós-graduação interunidades e interinstitucionais,
caso do Programa de Ciências Ambientais, o Procam, do Programa
de Estudos Latino-Americanos, o Prolam, e do recém-criado curso
de Relações Internacionais, entre outros, diz.
A internacionalização, por exemplo, traz benefícios
para ambos, pois ao mesmo tempo que levamos para fora a realidade
brasileira, aprendemos sobre os contextos socioeconômicos de
outros países e entramos em contato com novos conhecimentos
de ponta gerados no exterior, numa troca produtiva para todos.
Os projetos voltados para o atendimento da comunidade, desenvolvidos
por alunos e docentes, continuarão a ser estimulados. O
retorno para a sociedade é fundamental, enfatiza. Além
disso, ao formarmos profissionais de primeiro time e com consciência
social, estamos contribuindo para o desenvolvimento da sociedade,
ao contrário do que acontece com as faculdades que oferecem
cursos de péssima qualidade, afirma. Essas instituições
são apenas negócios e não entidades formadoras
de pessoas.
Nova sede e curadoria
Enquanto a FEA e a FD se esforçam no sentido de garantir o
contínuo fortalecimento de suas graduações, o
Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) se depara com um novo desafio:
viabilizar a implementação de sua nova sede, com o Museu
de Zoologia (MZ), o Museu de Arte Contemporânea (MAC) e o recém-criado
Museu de Ciências, num pólo de ensino, pesquisa, extensão
e lazer para a comunidade, batizado com o nome de Setor de Museus.
O projeto já foi aprovado pelo Conselho Universitário.
Estamos agora entrando na etapa de desenvolvimento e detalhamento
das idéias, incluindo também a captação
de recursos, afirma Murillo Marx, arquiteto especializado em
restauro e preservação do patrimônio histórico
e artístico nacional, professor da Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da USP, que assume o cargo de diretor do MAE dia 7. A
força do MAE, MAC e Museu de Zoologia, assim como a do Museu
Paulista e a do Instituto de Estudos Brasileiros, está em seus
acervos, constituídos por milhares de peças, objetos
de pesquisa de seus técnicos, professores e alunos de pós-graduação,
que ao analisá-los geram novos conhecimentos, transmitidos
para a sociedade por meio de suas exposições ou cursos
de extensão.
Para Marx, a nova sede do MAE permitirá que a população
tenha um melhor acesso ao acervo do museu, formado por artefatos produzidos
pelas civilizações pré-colombianas (maias, astecas,
incas, olmecas, entre outras), por diversas nações indígenas
brasileiras e africanas atuais e pré-históricas, por
gregos, romanos, mesopotâmicos e egípcios. Além
do visitante ter acesso às nossas coleções de
uma maneira mais adequada, a futura proximidade das sedes dessas unidades
da Universidade vai permitir um maior intercâmbio de informações
e conhecimentos entre os alunos, professores e técnicos, benéfica
para o crescimento de todos, lembra. O MAE, por exemplo,
possui uma equipe altamente especializada em preservação
de peças, restauração e curadoria de exposições,
conhecimento que vem sendo ensinado para outros profissionais por
meio do curso de pós-graduação lato sensu em
Museologia, mas que pode ser ampliado de outras formas, como workshops
e oficinas de trabalho.
Marx ressalta ainda que o MAE vive um grande momento, pois sua pós-graduação
em Arqueologia, antes sediada na Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas (FFLCH), passou recentemente a ser administrada
pela equipe do museu. Isso vai permitir uma ampliação
de nossas atividades, com o oferecimento de mais disciplinas de pós
e, também, de graduação, afirma. O
crescimento da pós, além de outros fatores correlacionados,
é que vai nos indicar o momento e a viabilidade de criarmos
um curso de graduação em arqueologia, projeto que vem
sendo discutido há algum tempo.
Nesse sentido, o diretor acredita que um dos fatores que permitirá
o surgimento de um curso de graduação em arqueologia
está no fato de que a atividade cresce no Brasil. As
equipes que constroem as novas obras de infra-estrutura, tais como
gasodutos, estradas e usinas hidrelétricas são obrigadas,
por lei, quando encontram vestígios arqueológicos, a
acionar os pesquisadores, que realizam o resgate e estudo desses vestígios,
por meio de contratos, situação que tem garantido uma
maior oferta de oportunidades de trabalho para quem pensa em atuar
nessa área.
Um plano acadêmico
O sociólogo Sedi Hirano assume efetivamente o comando da Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas dia 12, enfrentando
de imediato uma situação difícil por causa da
paralisação das aulas desde o início de maio,
sob o argumento de que faltam professores (ver
reportagem). Seu principal plano administrativo consiste na montagem
de um projeto acadêmico a ser planejado junto com a Reitoria,
professores e alunos, de tal modo que se consiga maior eficiência
no ensino e na pesquisa, com número mínimo necessário
de docentes e boas condições para as aulas e atividades
laboratoriais.
Física de São Carlos
O novo diretor do Instituto de Física de São Carlos,
professor Roberto Mendonça Faria, coordena o Projeto Temático
da Fapesp e um Instituto do Milênio o Multidisciplinar
de Materiais Polímeros. É professor titular e livre-docente
pelo instituto que agora vai dirigir.
Algumas propostas:
O Instituto de Física de São Carlos é uma
unidade que tem uma atividade de pesquisa muito intensa. Aqui sediamos
dois Cepids da Fapesp e um Instituto do Milênio. Os índices
que mostram o desempenho da pesquisa são grandes. Temos uma
pós-graduação muito conceituada pela avaliação
da Capes. Na atividade de graduação, temos o curso de
Bacharelado em Física diurno e o de Licenciatura em Ciências
Exatas, noturno. A minha expectativa diante da direção
do IFSC vai ser, primordialmente, enfatizar o desenvolvimento na área
de ensino, de recursos humanos. Acredito que temos muito ainda o que
fazer na área de graduação em Física,
com novas habilitações. Somos uma instituição
de grande tradição em pesquisa e a formação
de professores secundaristas na área de ciências é
uma atividade que a gente considera de fundamental importância.
Faria considera importante aumentar a oferta de cursos noturnos. No
caso do IFSC, existe instalação ociosa nesse período.
Isso não acontece em termos de recursos humanos professores
e funcionários mas essa é, segundo o professor,
a direção porque abre a possibilidade da escola pública
de terceiro grau estar disponível à noite.
Temos projetos de difusão de ciências. O País
vive uma necessidade de conhecer o que se faz em ciência e tecnologia
nas universidades e institutos de pesquisa. Nós já iniciamos
há algum tempo um projeto junto à escola de segundo
grau e também divulgação de matérias na
mídia. Pretendemos ampliar isso; é um projeto ambicioso.
A visibilidade do IFSC dentro a USP é muito grande. O instituto
é um estado estacionário de excelência em pesquisa
científica e tecnológica, por isso, a ênfase que
pretendo dar é no ensino formação de recursos
humanos e na parte de difusão. Além do tradicional
curso de graduação em Física, temos habilitação
em Física Computacional e estamos implementando uma outra habilitação
em Óptica e Fotônica e já prevemos uma habilitação
em Ciências Biomoleculares.
Instituto de Química de São Carlos
O professor
Douglas Wagner Franco, com 35 anos de Universidade, assume o cargo
de diretor do Instituto de Química de São Carlos também
dia 1º. Ele diz: É um mandato que tenho perseguido
e por isso é algo que me dá muito prazer em exercer,
o que acontece em boa hora. O IQSC é um instituto que se
firmou principalmente em termos de pesquisa. Sua pós-graduação
é bastante conhecida e, agora, realmente tem a necessidade
e se expandir. Atualmente, formamos químicos, bacharéis,
tecnólogos e temos que estender isso a outras habilitações.
Fala-se muito, por exemplo, em Química de Alimentos, Química
de Materiais e a própria Engenharia Química. Então,
existe a necessidade de uma diversificação no número
de habilitações e o instituto tem condições
materiais, maturidade e competência instalada para isso. Esse
é o grande projeto: diversificar com competência. Cada
vez mais a sociedade cobra retorno.
Considera fundamental que o IQSC tenha uma identidade. Volto
a dizer que temos um potencial muito grande que precisa ser melhor
explorado como, por exemplo, na ampliação de vagas
e criação de cursos noturnos.Vou me empenhar para
que isso aconteça.
Ciências Matemáticas e de Computação
O ICMC será dirigido a partir do dia 8 pelo professor Plácido
Zoega Táboas, formado em Matemática em 1965. Na USP
desde 1971. Trabalha na área de equações diferenciais
funcionais.
Temos muito trabalho, diz . O instituto tem crescido
e a expectativa é de crescer mais ainda nesses quatro anos,
com aumento significativo do número de vagas na graduação
e, conseqüentemente, a necessidade de contratação
de novos docentes. Além disso, tem-se a expectativa de expansão
junto ao Campus II.
A propósito de verbas: Precisamos lutar por elas. Com
a criação dessas novas vagas para os cursos de graduação,
há previsão de novos recursos para construção
de salas de aula e laboratórios. Quanto aos cursos novos,
está em andamento o de Engenharia de Computação,
a ser realizado interunidades. A expectativa é muito forte
de que ele seja aprovado na próxima reunião do Conselho
Universitário, agora em agosto.
Sobre pesquisa e ensino: O Instituto de Ciências Matemáticas
e de Computação já tem tradição
na pesquisa e a função da direção da
unidade é naturalmente manter as condições
para que as coisas boas floresçam. Temos uma pós-graduação
relativamente consolidada, o que não é diferente no
ensino, onde as atividades são bastante intensas. Nosso projeto
é criar infra-estrutura para essa expansão que já
está praticamente decidida. Existem outros projetos, que
ainda têm que amadurecer um pouco mais.
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