A
polêmica é antiga. Que influência
exercem mocinhos e bandidos da TV no comportamento infantil? Assistir
a programas violentos desencadeia a agressividade? Quem não
se lembra do episódio ocorrido há três anos
envolvendo o filme Brinquedo assassino 2, em que uma criança
de 9 anos, do Distrito Federal, esfaqueou sua vizinha de 7 e disse
à polícia que imitou o personagem do filme? Como crescerão
as crianças bombardeadas por cenas de violência em
meio a essa sociedade em que a babá eletrônica é,
às vezes, até mais presente do que os pais? Os americanos
acreditam ter encontrado uma resposta.
Uma
pesquisa da Associação Americana de Psicologia, divulgada
em março no jornal Developmental Psychology, conclui que
a exposição em excesso a conteúdo violento
influencia a infância, a adolescência e tem conseqüências
inclusive na fase adulta. O estudo cruzou os dados de crianças,
entre 6 e 10 anos, entrevistadas de 1977 a 1979 e 15 anos depois.
A segunda etapa abrangeu 329 dos 557 participantes da primeira fase,
além de entrevistas com amigos e familiares.
Os
resultados apontam que crianças que assistiam a cenas de
violência na TV com mais freqüência tinham mais
relatos de agressividade na fase adulta. Os principais programas
considerados no estudo foram “Cyborg – O homem de seis
milhões de dólares”, “Justiça em
dobro”, “Dirty Harry”, “Mulher biônica”
e o desenho animado “Papa-Léguas”.
As
conclusões do estudo são bastante matemáticas,
apesar do caráter subjetivo do tema. Os pesquisadores afirmam
que os homens mais expostos à violência televisiva
cometeram até três vezes mais crimes ou atos de agressividade
na fase adulta. E as mulheres registraram até quatro vezes
mais episódios de brigas e agressões do que aquelas
que não se identificavam com os programas mais violentos.
Além dos relatos, o estudo utilizou como referência
registros de crimes e violência no trânsito.
Esses
resultados reavivaram mais uma vez a discussão sobre a influência
da TV e o controle da programação. A opinião
da equipe do Laboratório de Pesquisa sobre Infância,
Imaginário e Comunicação (Lapic) da Escola
de Comunicações e Artes (ECA) da USP – que tem
como principal objeto de estudo a televisão – é
unânime: a TV não possui esse poder de influência
a longo prazo.
A psicóloga
e coordenadora do Lapic, professora Elza Dias Pacheco, diz que a
criança faz a distinção entre o real e a ficção
antes até dos 6 anos e que a influência no comportamento
poderia ser, no máximo, momentânea. “Hoje em
dia não é possível fazer pesquisas desse tipo”,
diz ela. “A sociedade multicultural e globalizada se transforma
rapidamente.”
Ela
acredita que se atribui uma culpa muito grande à televisão
e não se leva em conta fatores mais importantes, como a falta
de afeto e a desorganização da família no mundo
atual. “Quando a criança vê a briga em família,
a violência entre os pais é muito pior do que a mostrada
na TV, porque esse é o esteio para a criança evoluir
mental e emocionalmente.”
Para
o professor e mestrando do Lapic Alexandre Dias Paza, o estudo norte-americano
é limitador. “É uma pesquisa funcionalista,
que parte de princípios de causa e efeito, ação
e reação, mas a criança não é
um ser mecânico”, destaca. “Pelo contrário,
a possibilidade de ela variar significações é
muito grande.”
O Lapic
encara a televisão como um meio de influência sobre
a criança, tanto quanto vários outros instrumentos
que ela utiliza para a construção e a compreensão
da realidade. “Na TV, as crianças têm uma série
de estímulos e ela poderá se tornar algo positivo
se houver um diálogo, uma mediação vinda dos
adultos próximos, dos pais, da escola”, diz o doutorando
Claudemir Viana.
Controle
da programação – A coordenadora do Lapic é
contra impedir a violência na TV através de um controle
externo, como por exemplo o v-chip, um dispositivo eletrônico
implantado nos aparelhos de TV para bloquear determinados conteúdos
pré-programados. “A criança tem que participar
daquilo que lhe é ou não permitido”, considera
Elza. “Não adianta um v-chip para controlar os programas.
Prefiro perguntar para a criança o que ela gosta de assistir
e por quê.” Elza acredita que a televisão só
se torna um problema mais grave e pode gerar uma influência
negativa quando não existe acompanhamento e disciplina impostos
pelos pais.
O problema
é que muitos pais, em razão do trabalho e dos novos
papéis desempenhados na sociedade moderna, têm dificuldade
de controlar o que os filhos assistem. A secretária Márcia
Cruz é parte desse contexto. Ela tem uma filha de 10 anos,
Jéssica, que, em suas palavras, “não desgruda
da televisão”.
Para
competir com a TV, Márcia acrescenta outras atividades no
cotidiano da filha, como aulas de inglês no período
da tarde. Mas ela admite que ainda assim Jéssica passa várias
horas na frente da telinha, com total liberdade para ver o que quiser.
Márcia se preocupa com a qualidade da programação
da TV e com o excesso de violência. Ela acha que os horários
de exibição, muitas vezes, são impróprios.
Mesmo assim, acompanhou com a filha a minissérie “A
casa das sete mulheres”, da Rede Globo, que traz várias
cenas de guerra e erotismo. “Eu tento explicar, discutir os
assuntos do programa”, diz. “Acho que se mudar de canal
ou proibir é pior, aguça mais a curiosidade.”
De
pertinho – A técnica administrativa Maria de Lourdes
Cêga faz o gênero “rédea curta”.
Ela controla tudo o que a filha Júlia, de 7 anos, vê
na televisão e limita ao máximo o tempo gasto com
a TV, ficando mais reservado aos desenhos e programas educativos
nos finais de semana. Maria de Lourdes se esforça para que
a filha não assista a nada com conteúdo violento.
“A violência já está presente em todo
lugar, pelo menos dentro de casa prefiro evitar.”
Se
Maomé não vai à montanha, a montanha vai a
Maomé. Essa foi a alternativa que a técnica administrativa
encontrou para participar ativamente da educação da
filha. Ela leva a menina ao trabalho e, com exceção
do período da tarde, quando Júlia está na escola,
passa todo o dia acompanhando suas atividades.
Maria
de Lourdes acredita que a TV exerce influência sobre o comportamento
das crianças, mas que o convívio familiar é
ainda o ponto mais importante. Entretanto, ela é a favor
de um controle maior da programação televisiva, que
proíba cenas impróprias no horário permitido
para crianças, porque sabe que poucos pais têm, como
ela, a chance de estar o tempo todo com os filhos e assumir o comando
do controle remoto.
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Maria
de Lourdes evita que a filha Júlia assista a cenas
de violência |
Lapic
planeja lançar dois livros
O
Laboratório de Pesquisa sobre Infância, Imaginário
e Comunicações (Lapic) da Escola de Comunicação
e Artes (ECA) da USP está com projeto de ampliar o
alcance de seu trabalho transformando duas pesquisas em livros
ainda neste semestre. As duas pesquisas estão focadas
na relação entre a criança e a televisão,
principal objeto de estudo do Lapic.
O
primeiro trabalho, “Televisão, criança
e imaginário no terceiro milênio: contribuições
para a integração escola-universidade-sociedade”,
foi desenvolvido entre 1994 e 1997. O estudo abrangeu 720
crianças, de 6 a 10 anos, de nove escolas de São
Paulo. A análise da preferência dos programas
televisivos escolhidos pelas crianças revelou a predominância
dos desenhos animados norte-americanos da década de
60. Essa
descoberta serviu de impulso para a segunda pesquisa, “O
desenho animado na TV: mitos, símbolos e metáforas”,
onde a equipe do Lapic traça um panorama dos efeitos
da ideologia dos desenhos animados no imaginário infantil.
Além
dos livros, outras atividades estão programadas. A
próxima delas é um evento preparatório,
no segundo semestre, para a participação na
4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças
e Adolescentes, que acontece em 2004 no Rio de Janeiro com
profissionais e pesquisadores dos cinco continentes.
A
coordenadora do Lapic, professora Elza Dias Pacheco, acredita
na importância da utilização de desenhos
animados no processo educacional, inclusive com participação
das escolas. Ela destaca que os desenhos animados podem fornecer
subsídios para o aprendizado infantil através
de situações que envolvem vários temas,
do amor à violência. “Temos a tendência
de querer proteger as crianças das cenas violentas,
mas se observarmos melhor veremos que elas próprias
se defendem disso, tampando os olhos quando as cenas são
muito fortes e complexas para elas assimilarem.” No
caso dos desenhos, a profusão das cores e outros elementos
fantásticos ajudam a criança a fazer a distinção
entre o real e a ficção, acrescenta.
Apesar
de vários projetos novos de pesquisa para este ano,
o Lapic – que já existe há oito anos –
passa por dificuldades. A questão central esbarra em
um entrave burocrático. Por ser aposentada e ministrar
aulas somente na pós-graduação, a coordenadora
do laboratório não tem direito a solicitar um
bolsista para auxiliar no andamento dos trabalhos. O Lapic
ainda sobrevive graças ao trabalho voluntário
de uma equipe multidisciplinar de pesquisadores, educadores,
psicólogos, pedagogos e profissionais
de comunicação.
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Sem
censura e sem limites
Controle
remoto. Esse é praticamente o único instrumento que
existe hoje no Brasil como regulador da programação
de televisão. Desde o fim da censura, a palavra controle
do conteúdo soa como uma afronta à liberdade de expressão
e desencadeia, na memória de muitas pessoas, lembranças
de um tempo de repressão.
O trauma
deixado pelo Ato Institucional número 5 (AI-5), que instituiu
a censura prévia aos meios de comunicação na
época da ditadura, ainda mostra resquícios, mas começa
a perder forças. Sinal dessa recuperação é
que organizações não-governamentais (ONGs),
o poder público e a sociedade civil estão se unindo
para promover discussões sobre a qualidade da programação
na TV e fazer propostas de regulamentação sem medo
de se remeter à censura. A idéia comum em várias
dessas ONGs é simplesmente fazer valer também na telinha
os direitos previstos na Constituição e nas convenções
internacionais.
Atualmente,
o órgão mais atuante e com algum poder sobre a televisão
é o Ministério da Justiça, responsável
pela classificação de horários. A Portaria
nº 796, de 8 de setembro de 2000, determina que os programas não
recomendados para menores de 12 anos só podem ser veiculados
depois das 20 horas. Para depois das 21 horas, ficam aqueles indicados
para mais de 14 anos e, a partir das 22 horas, para quem tem mais
de 16. Os programas inadequados para menores de 18 anos só
podem ser exibidos após as 23 horas. A classificação
da idade também fica por conta do ministério, que
é quem determina, por exemplo, que o programa “Big
Brother Brasil 3”, da Rede Globo, não é recomendado
para menores de 16 anos.
Além
disso, o Ministério da Justiça, através da
iniciativa de procuradores, promotores de justiça, políticos,
juízes e ONGs, concede vez ou outra liminares que impõem
limites à programação. Uma delas vetou o direito
do programa “Repórter Cidadão”, levado
ao ar diariamente pela Rede TV! às 16h30, de exibir imagens
de armas e perseguições policiais. Mas todas essas
liminares têm caráter provisório e não
existe uma análise freqüente e apurada do conteúdo.
Apesar
de o Brasil ainda não possuir um código de ética
da programação televisiva, várias ações
simultâneas demonstram que o País está prestes
a passar por uma transformação nessa área.
Em
junho do ano passado, foi instituído oficialmente o Conselho
Nacional de Comunicação Social, previsto desde 1991
na Constituição Federal. Entre as atribuições
do conselho está a elaboração de estudos e
pareceres, quando encaminhados pelo Congresso Nacional, sobre a
programação das emissoras de rádio e TV.
O deputado
federal Orlando Fantazzini (PT-SP) pretende apresentar em breve
uma proposta de código de ética para a TV brasileira,
projeto originalmente do ex-deputado federal Marcos Rolim (PT-RS).
A proposta prevê a criação de uma Comissão
Nacional pela Ética na Televisão, com uma equipe formada
por representantes de vários setores da sociedade civil,
das emissoras, do poder público e especialistas ligados à
área de educação e direitos humanos.
Grande
parte do projeto do código foi baseada em experiências
européias e introduz normas de proteção à
infância. Da legislação sueca, saiu a sugestão
de proibir a veiculação de comerciais de produtos
infantis quando o público-alvo for a criança, ou seja,
essas propagandas só poderiam ser exibidas durante o horário
voltado aos adultos. A justificativa é impedir a manipulação
comercial e a frustração das crianças.
Segundo
Fantazzini, sua proposta tem como objetivo fazer com que as emissoras
respeitem os valores da Constituição e de convenções
de direitos humanos universais. “Queremos que haja também
penalidades para quem desrespeitar esses valores.”
Contra
a “baixaria” – Enquanto não há uma
legislação específica para a televisão
– teoricamente o que existe é o Código de Radiodifusão,
de 1962, quando ainda não existia nem a televisão
em cores e que trata mais de aspectos técnicos do que de
conteúdo –, representantes de vários setores
da sociedade vão ganhando voz através de ONGs, que
se multiplicam sobretudo através da Internet. Responsabilidade
social, ética e paz são algumas das bandeiras defendidas
por essas organizações que, em sua maioria, proclamam-se
contra a censura mas a favor de um controle de qualidade da programação
exercido pela população.
A última
novidade é a campanha Quem Financia a Baixaria é contra
a Cidadania, promovida pela Comissão de Direitos Humanos
da Câmara dos Deputados e coordenada pelo deputado Orlando
Fantazzini. Um Conselho de Acompanhamento da Programação
de Rádio e TV (CAP), composto basicamente por educadores,
psicólogos e profissionais de comunicação,
analisa as denúncias – até agora já foram
mais de 600 – feitas na página eletrônica da
campanha (www.eticanatv. org.br). Os piores programas no ranking
de denúncias estão sendo estudados pelo CAP: “Domingo
legal” e “Programa do Ratinho” (SBT), “Canal
aberto”, “Eu vi na TV”, “Noite afora”
e “Sérgio Malandro” (Rede TV!), “Big Brother
Brasil 3” e “Domingão do Faustão”
(Rede Globo), “Hora da verdade e “Sabadaço”
(Band) e “Cidade alerta” (Record). A maioria desses
programas vai ao ar em horário livre. Cada conselheiro ficou
responsável por elaborar um parecer sobre um dos programas.
A forma
adotada para combater a “baixaria” é um tanto
agressiva e ainda vai gerar muita polêmica com relação
à liberdade de expressão e escolha. De acordo com
o coordenador da campanha, depois da discussão dos pareceres,
integrantes do CAP tentarão negociar com as emissoras envolvidas
nas denúncias a mudança de formato dos programas.
Se esse primeiro esforço falhar, o CAP procurará interceder
junto aos patrocinadores e anunciantes do programa em questão,
estimulando a retirada do patrocínio. Se ainda assim o conselho
não obtiver nenhum resultado, será divulgada uma lista
na página eletrônica da campanha com os nomes dos anunciantes
que financiam a “baixaria”, pedindo aos consumidores
que boicotem essas empresas e não comprem mais os seus produtos.
Fantazzini
acredita que essa pode ser uma forma eficiente de lutar contra a
“baixaria” e a violência na TV, promovendo uma
cultura de paz. “Numa sociedade tão saturada de violência,
você não pode usar a televisão para instigá-la
ainda mais”, diz. “É preciso proteger as crianças
de tanta agressividade.” Se a iniciativa é censura
ou controle legítimo, ainda é difícil precisar.
Pelo menos, desta vez quem vai decidir não é apenas
o poder público, mas o telespectador.
De
volta à pré-história – O jornalista Laurindo
Lalo Leal Filho, professor da Escola de Comunicações
e Artes (ECA) da USP e membro da ONG Televisão e Responsabilidade
Social (TVer), foi encarregado pelo CAP de emitir um parecer sobre
o “Programa do Ratinho”. Um dos principais pontos observados
em seu relatório é a violência explorada pelo
programa. “Esse programa incita a resolução
de conflitos pela violência. É um rebaixamento do grau
de civilidade quando, entre a opção do diálogo
e da violência, se opta pela violência. O Ratinho nos
leva de volta à pré-história.”
Leal
acredita que esse comportamento influencia não só
as crianças, mas a sociedade como um todo. Autor do livro
A melhor TV do mundo – O modelo britânico de televisão,
ele é a favor de um órgão regulador no Brasil
nos moldes dos que existem na Europa. “A televisão
no Brasil corre solta, sem nenhum controle.” O jornalista
enfatiza que esse trabalho não tem caráter de censura,
mas visa somente a lutar contra a violação de direitos.
Os
mecanismos de defesa no mundo
Vários
países possuem legislações específicas
e órgãos regulamentadores para assegurar a proteção
à infância nos veículos de comunicação.
O Brasil também dispõe, em tese, de alguns mecanismos
de defesa dos direitos da criança. O Estatuto da Criança
e do Adolescente, por exemplo, prevê em seu artigo numero
76 que “as emissoras de rádio e televisão
somente exibirão, no horário recomendado para
o público infanto-juvenil, programas com finalidades
educativas, culturais e informativas”. Na prática,
a realidade é bem outra. É fácil encontrar
no horário da tarde, livre de classificação,
programas que fogem bastante dessas finalidades, mostrando
muitas vezes cenas de violência gratuita e sensualidade.
Além
daquele estatuto, a Constituição também
oferece, ainda que de forma geral, um instrumento legal de
proteção para o telespectador, que abrange a
família. Trata-se do artigo 221, em seu inciso IV,
que determina que “a produção e a programação
das emissoras de rádio e televisão atenderão
ao princípio do respeito aos valores éticos
e sociais da pessoa e da família”.
Esses
não são os únicos meios disponíveis
na legislação brasileira. Mas o problema maior
é a falta de especificidade desses mecanismos de defesa
com relação ao conteúdo da programação
de TV, sobretudo no que diz respeito à criança,
e de um órgão responsável por aplicá-los.
A
maioria dos países europeus adota políticas
que exercem controle sobre a concessão e a programação
televisiva. Estados Unidos e Canadá também têm
sistemas com ideais parecidos. Esse controle é efetuado,
de maneira geral, por órgãos reguladores e representantes
de setores diferentes da sociedade.
Violência
e pornografia – Entre os países membros da União
Européia, a Diretiva Televisão sem Fronteiras
tenta harmonizar os critérios de restrição
à programação televisiva. Quanto à
criança, a Diretiva determina que as transmissões
não devem prejudicar o desenvolvimento físico,
mental ou moral dos menores e nem veicular imagens pornográficas
ou que mostrem violência gratuita entre as 7 e as 22
horas, período reservado para a programação
familiar.
A
cada país fica assegurada a liberdade de aplicar as
diretrizes da melhor forma de acordo com sua interpretação.
Não é sugerido nenhum método de controle
ou sanção.
A
Alemanha, através de um tratado interestadual, estabelece
que cada emissora de TV deve ter um funcionário exclusivo
para tratar da proteção à infância.
A função dele é, além de acompanhar
a programação, aconselhar na compra de novos
programas.
Na
Inglaterra, dois códigos norteiam as emissoras públicas
e privadas. De acordo com o código da Independent Television
Comission, as cenas de atrito doméstico, acompanhadas
ou não de violência física, são
consideradas inadequadas ao público infantil.
O
Código Penal francês pune com até três
anos de prisão e multa o responsável por veicular
em horário impróprio para menores mensagens
de caráter violento ou pornográfico.
Estados
Unidos e Canadá seguem medidas conjuntas definidas
no Children’s Television Act, que também determina
a veiculação semanal de três horas de
programação informativa e educativa dirigida
ao público infantil pelas emissoras. |
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