A política do governo Luiz Inácio Lula da Silva de manter alta a taxa de juros e de justificar medidas econômicas rígidas com a dura realidade brasileira tem o apoio do economista Celso Martone, da FEA. “Essa política se explica pelo fato de que não se pode hesitar neste momento”, disse. “A esperança é que, depois de a inflação chegar a um nível de 6% ou 7% ao ano, exista espaço para uma retomada do crescimento. Quando o problema é inflação, se se perder o controle não há volta.” Menos conciliadores se mostram setores que historicamenrte apoiaram Lula, entre eles muitos intelectuais da USP. Eles se convenceram de que o governo petista tomou rumo neoliberal e criticam os projetos de reforma, em especial a da Previdência. O sociólogo Francisco de Oliveira declara-se preocupado com a ameaça ao Estado republicano que, segundo ele, tem por base o funcionalismo público, agora demonizado e considerado vilão da Previdência. Oliveira disse que o presidente pede paciência até retomar o crescimento do País, mas “ninguém engana o sistema financeiro; prometer e depois voltar atrás é pôr gasolina no fogo”. nacional>>

AMBIENTE
USP coordena estudo sobre Amazônia

A Universidade de São Paulo coordena um projeto internacional de estudo do clima, ecologia, ciclo de águas, composição bioquímica da atmosfera e impactos da exploração da terra sobre a Amazônia e o resto do planeta. É o projeto LBA (sigla em inglês para Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), que tem participação de várias instituições. No dia 15 de julho – e não no dia 1º, como aparece nesta edição – a TV USP apresentará o documentário "Em busca da Amazônia prometida – A colonização de Rondônia", especial sobre o projeto. especial>>

O Brasil que Antônio Vieira conta

O Brasil do século 17 que salta das cartas do padre Antônio Vieira, o “imperador da língua portuguesa”, na opinião do poeta Fernando Pessoa, está agora em livro, organizado por um professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e lançado pela Editora Hedra. Com 177 textos, Cartas do Brasil constitui o terceiro volume de uma série de quatro — dois de sermões, já editados, e o quarto em preparação com a obra “profética” do jesuíta. Vieira, nascido em Lisboa e criado em Salvador, atravessou o Atlântico sete vezes. cultura>

Zona leste organiza-se para disputar cursos

A comunidade organizada da zona leste aguarda com grande expectativa a implantação do campus da USP e espera que a Universidade “abra uma janelinha” aos mais carentes. Com ajuda da Prefeitura, do Estado, da igreja, de organizações não-governamentais e de outras universidades, promovem-se debates sobre os futuros cursos e nascem cursinhos preparatórios para o vestibular. Jovens, donas de casa, pequenos empresários, desempregados, gente de todas as idades e ocupações destinam noites e fins de semana ao estudo, ministrado por alunos universitários, executivos, professores de instituições públicas ou particulares, todos voluntários. Enquanto isso, o campus — e também empresas e comunidades vizinhas — ganha acesso pela rodovia Ayrton Senna e asfalto em marginal que leva da Penha ao Parque Ecológico do Tietê. A Subprefeitura de Ermelino Matarazzo inclui no Plano Diretor obras destinadas a facilitar o acesso ao futuro campus e sugere outras ao governo do Estado, como a extensão do Metrô de Itaquera até o aeroporto de Cumbica e a transformação da linha de trem, que margeia o campus, em Metrô de superfície. Para a urbanista Raquel Rolnik, secretária nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, a presença da USP na região e, ainda, um novo traçado que ela sugere ao Rodoanel poderão representar o início de uma guinada no desenvolvimento da capital, que mudaria o seu eixo, do sudoeste para leste. universidade>