Na
próxima semana, Brasil e Japão vão unir seus
conhecimentos em favor do ambiente. Será realizado na terça-feira,
dia 22, na Escola Politécnica da USP, a partir das 8 horas,
o Simpósio Internacional Água – A essência
da vida, que reunirá especialistas brasileiros e japoneses
para propor formas de preservar e usar racionalmente o mais importante
líquido do planeta. Promovido pela Escola Politécnica
da USP e pelo Consulado Geral do Japão em São Paulo
– com apoio da Sabesp e outras instituições
–, o evento apresentará projetos de cooperação
na área ambiental realizados entre os dois países,
como o projeto de rebaixamento da calha do rio Tietê, financiado
pelo Japan Bank for International Cooperation (JBIC).
O simpósio
contará com a participação do engenheiro Norio
Yunoki, do Departamento de Águas da Prefeitura de Fukuyama,
no Japão, que fará palestra sobre “A experiência
na redução e controle de perdas na distribuição
de água no Japão”. Entre os especialistas brasileiros,
estará presente a diretora de Planejamento e Desenvolvimento
Institucional da Agência Nacional de Águas (ANA) –
ligada ao Ministério do Meio Ambiente –, a geógrafa
Dilma Seli Pena Pereira, que discutirá o tema “Estratégias
e políticas nacionais de recursos hídricos”.
A experiência de recuperação ambiental da região
metropolitana da Baixada Santista será contada pelo engenheiro
José Everaldo Vanzo, da Sabesp, em sua palestra “Saneamento
ambiental como forma de desenvolvimento sustentável”.
As
condições da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro,
e da Baía de Tóquio, no Japão, e a educação
ambiental também serão analisadas no encontro. Na
abertura, estão previstas as presenças do governador
de São Paulo, Geraldo Alckmin, dos secretários estaduais
do Meio Ambiente, José Goldemberg, e de Energia, Recursos
Hídricos e Saneamento, Mauro Arce, do reitor da USP, Adolpho
José Melfi, e do cônsul geral do Japão em São
Paulo, Kiyotaka Akasaka (leia ao lado a programação
completa do simpósio). “Estamos cumprindo nossa missão”,
afirma o diretor da Escola Politécnica, professor Vahan Agopyan,
destacando que desde os anos 40 a Poli se preocupa com a questão
da água.
Sistema
nacional – Em sua palestra, Dilma Pereira, da ANA, apresentará
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos,
previsto pela lei 9.433, de janeiro de 1997, que está em
fase de implantação por aquela agência. O sistema
sugere um “gerenciamento de usos múltiplos” da
água no Brasil, através de iniciativas como os comitês
e agências de bacias, a outorga e cobrança pelo uso
do líquido e a fiscalização. “Todos esses
instrumentos estão previstos na lei e devem ser usados para
o gerenciamento dos recursos hídricos para usos múltiplos,
priorizando sempre o abastecimento humano, como manda a lei”,
disse Dilma ao Jornal da USP.
Uma
iniciativa pioneira de participação popular no monitoramento
das águas doces será mostrada pela coordenadora de
Projetos da Fundação SOS Mata Atlântica, Maria
Luisa Ribeiro. Ela vai contar a execução do programa
Observando o Tietê, incluído no Projeto de Despoluição
do rio Tietê. Com custo de US$ 400 milhões –
dos quais metade é financiada pelo BID e a outra metade,
pela Sabesp –, o projeto encontra-se na segunda fase e prevê,
até 2005, o redirecionamento dos esgotos domiciliares da
região metropolitana de São Paulo, que deixarão
de ser lançados no rio para ser captados por cinco grandes
estações de tratamento na região, construídas
na primeira fase, na década de 90.
Concebido
pelo professor da USP Samuel Murgel Branco, o Observando o Tietê
reúne 300 grupos ao longo da calha do Tietê, que estão
treinados e equipados para analisar a água do rio. “São
grupos distintos, formados por universitários, ONGs e comunidades,
por exemplo”, explica Maria Luisa. A partir de março
de 2004, esses grupos atuarão também na busca pelas
fontes de poluição da água e na elaboração
de propostas para a eliminação dela. “É
importante que todos os projetos de saneamento prevejam a participação
da sociedade.”
Para
o diretor de Produção e Tecnologia da Sabesp, engenheiro
Antonio Marsiglia Netto – que fará palestra durante
o simpósio –, a cooperação entre especialistas
brasileiros e japoneses na área de recursos hídricos
é “muito importante” para a geração
de conhecimentos a ser aplicados nos mananciais paulistas. Dotado
de poucos recursos naturais, diz o engenheiro, o Japão desenvolveu
tecnologias capazes de aproveitar ao máximo os bens disponíveis.
Entre essas tecnologias estão sistemas de automação
das estações de tratamento, que reduzem custos e garantem
a qualidade da água. “Existem sistemas de supervisão
automatizados que indicam a dose exata das substâncias que
precisam ser empregadas, o que evita qualquer desperdício”,
exemplifica. “O Japão é uma grande fonte de
conhecimentos para nós.”
O
Simpósio Internacional Água – A essência
da vida será realizado no dia 22, terça-feira, das
8 às 17 horas, no Auditório Engenheiro Mário
Covas Júnior da Escola Politécnica da USP (avenida
Professor Luciano Gualberto, travessa 3, número 380, Cidade
Universitária, São Paulo). Mais informações
podem ser obtidas pelos telefones (11) 3091-5430 e 3091-5420.
Em Tóquio e na
Baía de Guanabara
Esta é a programação do Simpósio
Internacional Água – A essência da vida,
que será realizado no dia 22 na Escola Politécnica
da USP:
8
horas. Recepção, credenciamento e
distribuição de material.
9
horas.
Abertura oficial do simpósio, com presenças
previstas do governador Geraldo Alckmin, do secretário
estadual do Meio Ambie~te, José Goldemberg, do secretário
estadual de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento,
Mauro Arce, do reitor da USP, Adolpho José Melfi,
e do cônsul geral do Japão em São Paulo,
Kiyotaka Akasaka.
10
horas.
Café.
10h20.
Painel 1, “Água: a problemática mundial”.
Coordenador: João Baptista Comparini (Sabesp). Palestrante:
Gustavo Faleiros (jornal Valor Econômico).
11h10.
Painel 2, “Estratégias e políticas nacionais
de recursos hídricos”. Coordenador: Carlos
Eduardo Esposel (Associação dos Bolsistas
da Japan, International Cooperation Agency – Abjica).
Palestrante: Dilma Seli Pena Pereira (Agência Nacional
de Águas – ANA).
12
horas.
Almoço.
13h30.
Painel 3, “Projetos de cooperação entre
o Japão e o Brasil”. Coordenador: Toshi-ichi
Tachibana (Escola Politécnica da USP). Palestrante:
José Everaldo Vanzo (Sabesp), “Saneamento ambiental
como forma de desenvolvimento sustentável –
Programa de recuperação ambiental da região
metropolitana da Baixada Santista”. Palestrante: Ricardo
Daruiz Borsari (DAEE), “Projeto de rebaixamento da
calha do rio Tietê”. Palestrante: Akira Takechi
(Pacific Consultants International), “Uma contribuição
para melhoria das condições da Baía
de Guanabara e a experiência da Baía de Tóquio”.
Palestrante: Antonio Marsiglia Netto (Sabesp), “Mananciais,
produção e abastecimento de água da
região metropolitana de São Paulo”.
Palestrante: Norio Yunoki (Departamento de Águas
da Prefeitura de Fukuyama), +A experiência na redução
e controle de perdas na distribuição de água
no Japão”.
15h20.
Café.
15h40.
Palestrante: Edison Airoldi (Sabesp), “Programa de
Treinamento para Terceiros Países (TCTP) –
Cooperação Internacional Japão-Brasil:
tratamento de esgoto e preservação de recursos
hídricos”.
16
horas.
Painel 4, “Educação ambiental”.
Coordenador: Kokei Uehara (Escola Politécnica da
USP). Palestrante: Samuel Murgel Branco (Faculdade de Saúde
Pública da USP), “A água como elemento
motivador do respeito ético pela natureza”.
Palestrante: Maria Luisa Ribeiro (Fundação
SOS Mata Atlântica), “O monitoramento participativo
na gestão das águas”.
16h50.
Encerramento. Dalmo do Valle Nogueira Filho (presidente
da Sabesp), Vahan Agopyan (diretor da Escola Politécnica
da USP) e Kiyotaka Akasaka (cônsul geral do Japão
em São Paulo).
17
horas.
Coquetel.
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