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No dia 25 de agosto, a Escola Politécnica da USP lançará um desafio para comemorar seus 110 anos, o Projeto Poli 2015. Também festeja a data com a chegada da primeira turma de alunos brasileiros que ficaram dois anos na França para obter o diploma duplo. São 11 alunos, que deverão concluir o curso em 2004, após seis anos de estudo – um a mais do que o exigido para conseguir o diploma simples. Sem contar o lançamento do livro Diretores da Escola Politécnica, que trata do perfil dos 22 diretores que encaminharam a escola para o nível de excelência internacional que ela apresenta hoje (confira ao lado a programação do evento que comemorará os 110 anos da Poli).

O Projeto Poli 2015 propõe transformações para que a escola promova maior integração com a sociedade e se comprometa com o desenvolvimento sustentável nas dimensões social, econômica e ambiental. Também pretende que o engenheiro do futuro tenha um cérebro altamente exercitado por sólida base científica e tecnológica, temperada por uma formação ética e humanística, grande capacidade de auto-aprendizado e adaptação e sensibilidade para problemas sociais e ambientais.

Coordenado pelo professor Francisco Romeu Landi, ex-diretor da escola e atual diretor-presidente da Fapesp, o Poli 2015 representa um desafio para a unidade. “A escola deve respirar fundo e tomar coragem para implementar as mudanças que se fazem necessárias hoje para que o engenheiro de 2015 esteja apto a corresponder às necessidades de seu tempo”, incentiva o professor.

Como a formação de um engenheiro leva cinco anos de estudos diários em período integral e mais cinco para o amadurecimento profissional, a instituição precisa estar atenta a esse processo, para que ela continue sendo referência nacional e internacional. Landi afirma que pensar na formação de um profissional cidadão afinado com as exigências tecnológicas e sociais do seu tempo é o caminho que está sendo proposto no Projeto Poli 2015.

O diretor da Escola Politécnica, professor Vahan Agopyan, confirma: “A concretização do diploma duplo é um marco para a nossa escola e está totalmente afinada com esse projeto, que preconiza a formação de engenheiros generalistas voltados para a inserção mundial”.

A Poli não pára por aí. Ela vem lutando para fazer parte do Top Industrial Managers for Europe (Time), criado em 1997 para estimular a mobilidade de alunos de graduação que têm dupla diplomação. Até o momento, esse programa conta com 38 instituições de 17 países europeus. Neste ano, estão sendo propostas mudanças nos estatutos da associação para admitir as primeiras escolas de engenharia não-européias, como a Escola Politécnica da USP e a Universidade Tsinghua, de Pequim, na China. Em compasso de espera, a Poli aguarda até outubro, quando finalmente será formalizado o acordo.

Segundo o professor Adnei Melges de Andrade, presidente da Comissão de Relações Internacionais e diretor do Departamento de Recursos Humanos da USP, é muito importante que a Poli participe da associação Time, pois isso equivale a uma certificação internacional de excelência. “Com isso, a Poli traz para a USP prestígio e reconhecimento internacional. A dupla diplomação tem proporcionado resultados positivos na divulgação da nossa instituição no exterior. No início do ano saímos na revista de maior circulação na França, L’Express, falando do alto nível dos alunos brasileiros participantes desse projeto e o quanto ele contribui para que o futuro engenheiro seja incorporado no quadro de funcionários de grandes empresas”, ressalta Andrade.

Modernização – Considerada a maior unidade da USP, com 500 professores, 500 funcionários, 4 mil alunos de graduação e 4 mil de pós-graduação, além de 12 mil usuários de educação continuada, a Escola Politécnica está em franco processo de modernização, tanto em sua administração como na estruturação de seus currículos, de seus convênios e projetos com entidades e empresas da sociedade.

Para promover essas mudanças, a Poli está utilizando ferramentas de gestão nunca antes usadas em educação. Trata-se da metodologia de gestão Balanced Scoredcard, desenvolvida por professores da Harvard Business School, que deve auxiliar na priorização, articulação e organização correta dos projetos sugeridos, monitorando as estratégias que levarão a escola a promover as mudanças propostas no Poli 2015.

Para atingir os objetivos do projeto, foram concebidas várias iniciativas, que estão em fase final de redação por seus coordenadores e equipes responsáveis, a fim de serem apresentadas no dia 25 de agosto. Planeja-se, por exemplo, implementar um marketing mais amplo a ser desenvolvido durante os próximos anos na escola, procurando motivar e incentivar o público interno para cooperar com as mudanças; trabalhar a gestão da escola, modernizar a área administrativa buscando desburocratizar os processos; valorizar os funcionários, melhorar a infra-estrutura, incentivar a integração acadêmica na qual serão criados projetos multidisciplinares, reconhecendo as bases científicas e dando uma visão mais humanística; e promover o empreendedorismo.

O Poli 2015 também propõe maior participação em programas sociais e políticas públicas e a alteração da estrutura organizacional, a fim de incluir órgãos de fomento e gerência de integração com a sociedade. Sugere a criação de reuniões conjuntas e comissões mistas, incentivo e valorização das atividades de extensão e maior envolvimento com as atividades promovidas pelos estudantes, como o Escritório Poli e a Poli Junior.

No item gestão de ensino, o projeto quer mudar a estrutura organizacional com a criação de coordenações de programas, que irá assegurar a agilidade e o desapego necessários para enfrentar mudanças rápidas e não previstas.

Outra proposta é voltada para a adaptação curricular, que visa à implantação de estrutura curricular motivadora e integrada com projetos multidisciplinares, procurando flexibilizar a grade de disciplinas e permitindo aos alunos estudos mais voltados para os problemas da sociedade. O projeto quer criar também uma disciplina denominada Métodos e Técnicas para a Solução de Problemas de Engenharia, assim como incorporar as dimensões humanísticas e gerenciais na formação do aluno, enriquecendo o processo ensino/aprendizagem e levando o futuro engenheiro a atuar como interlocutor do debate nacional.

Para o professor Adnei Andrade, todas essas mudanças são “muito importantes”, uma vez que a sociedade está em pleno processo de transformação. “Não podemos imaginar um profissional que tenha apenas um conhecimento específico. Ele precisa ter um viés mais voltado para o social, com extensão para as artes e as humanidades. Com essa visão abrangente, teremos um profissional conectado com as mudanças do mundo, que poderá realizar trabalhos mais humanizados, com aplicação econômica e social viável.”

 

Projeto, livro e música

Esta é a programação do evento que será realizado no dia 25 de agosto, no anfiteatro do Prédio da Administração da Escola Politécnica da USP, em comemoração aos 110 anos da unidade.

15 h. Abertura
15h45. Apresentação do Projeto Poli 2015
16h45. Lançamento do livro Diretores da Escola Politécnica
17h40. Apresentação do Coral da Poli
18h05. Apresentação do Orquestra Sinfônica da USP (Osusp)
18h30. Coquetel

 




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