Tradição
e luta. Isso é o que impulsiona todos os anos os estudantes
do Centro Acadêmico XI de Agosto, da Faculdade de Direito
da USP, “a mais antiga entidade de representação
estudantil política do Brasil”, nas palavras do secretário
de Justiça do Estado, ex-aluno e professor Alexandre de Moraes.
A importância dessa tradição pode ser avaliada
pela quantidade de autoridades presentes às comemorações
dos 176 anos da Faculdade de Direito e dos 100 anos do XI de Agosto
– realizadas no dia 11 passado – e pelo vasto número
de presidentes, governadores, poetas, escritores e pessoas públicas
que passaram pelas Arcadas.
|
A festa dos 176 anos da faculdade e do centenário
do XI de Agosto: tradição
|
Ao
longo das comemorações, no dia 11, as atenções
se voltaram para o Salão Nobre da Faculdade de Direito. Ali,
na parte da manhã, uma casa cheia assistiu a uma cerimônia
que incluiu a apresentação do Coral XI de Agosto.
No repertório, trovas acadêmicas e músicas antigas
estudantis. Alunos, professores, diretores de outras unidades da
USP, representantes de organizações civis, ministros,
embaixadores e desembargadores formavam a platéia. Muitos
se juntaram ao coral para relembrar os versos do Hino à Mocidade
Acadêmica, de Carlos Gomes. Emocionados, antigos alunos cantavam
a música que hoje não é tão conhecida,
mas que já foi muito famosa entre as gerações
passadas da Faculdade de Direito da USP:
Mocidade
eia, avante,
eia avante!
Que o Brasil sobre vós
ergue a fé,
Esse imenso colosso gigante,
Trabalhai por erguê-lo de pé!
Na
mesa estavam personalidades como o reitor da USP, Adolpho José
Melfi, o diretor da Faculdade de Direito, Eduardo César Vita
Marchi, o ex-reitor da USP, Professor Emérito da Faculdade
de Direito e filósofo Miguel Reale e o ministro do Supremo
Tribunal Federal Sidney Sanches. “Essa valorização
da memória da escola não é saudosismo, nem
um mero culto. Ao lembrarmos as raízes, nós as revitalizamos”,
analisou Marchi. O aniversário do XI de Agosto teve ainda
o lançamento do livro A heróica pancada, que conta
a história da entidade (leia texto abaixo).
Em
conferência sobre os “Aspectos históricos da
fundação dos cursos jurídicos no Brasil”,
o professor Antônio Junqueira de Azevedo ressaltou a importância
da Faculdade de Direito da USP para o ensino do Direito no País.
Idealizada pelo então deputado Fernandes Pinheiro, o famoso
Visconde de São Leopoldo, a escola teve sua primeira aula
em 1° de março de 1928, “das 16h às 17h30,
com uma turma de 33 alunos”, precisou Azevedo. Depois da inauguração,
o Largo São Francisco teve fundamental importância
para os movimentos democráticos do Brasil, como a abolição
da escravatura, o estabelecimento da República, a luta contra
a ditadura Vargas e as campanhas “O petróleo é
nosso” e “Diretas já”.
Ao
final da cerimônia, houve a entrega do 1o Prêmio Spencer
Vampré, criado pela diretoria da escola para homenagear as
pessoas que prestaram ajuda à academia. Entre os homenageados,
o reitor Adolpho José Melfi, professores, um funcionário
e um estudante terceiro-anista, Otávio Jahn Dutra. “A
representação discente na USP é subaproveitada.
Mas aqui, na escola, temos realizado um trabalho de muita proximidade
com a diretoria. Confesso que fiquei um pouco baratinado”,
orgulha-se Dutra, que deseja seguir carreira pública.
Logo
após as homenagens pelos 176 anos da faculdade, passou-se
às honras em razão do centenário do XI de Agosto.
“Somos
duas entidades jurídicas diferentes. Mas estamos unidos contra
qualquer tipo de ditadura, seja ela política, da miséria
ou da pobreza. Que o XI sempre lute contra essas injustiças”,
comentou o diretor Eduardo Marchi. A cerimônia, agora no pátio
das Arcadas, com participação da Orquestra Sinfônica
da USP (Osusp), teve a presença da prefeita de São
Paulo, Marta Suplicy. Muitos ex-presidentes do centro acadêmico,
desde a década de 50, estavam entre o público. No
tumulto da platéia, a imprensa e muitos alunos.
|
A Arca do Centenário, enterrada pelos atuais
acadêmicos para ser aberta daqui a cem anos: desejos
de um mundo melhor
|
Durante
o evento foram assinados pela prefeita dois importantes documentos
para o XI de Agosto. O primeiro é um decreto que classifica
o Largo São Francisco como um território livre. O
segundo se refere a um convênio com o Serviço de Assistência
Jurídica Universitária, em parceria com a Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), para prestar assessoria a 200 famílias
da favela Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
Com a ajuda dos estudantes, essas famílias poderão
regularizar seus lotes. “É uma grande conquista rumo
à cidadania nesta cidade”, analisou a prefeita.
Um
fato inusitado ficou por conta de um aluno do primeiro ano da Faculdade
de Direito, que atirou uma galinha preta viva sobre o palanque onde
Marta estava discursando. Acuada, a prefeita mudou o tom de voz
e trocou o discurso escrito pela exaltação das benfeitorias
feitas em sua gestão. “Vou falar o que tem sido a Prefeitura,
porque parece que a maioria não gostou, não entendeu
ou é do contra.” Pouco mais tarde, o ministro da Justiça
e ex-aluno da faculdade, Márcio Thomaz Bastos comentou o
incidente. “Seria como se um homem estivesse falando e jogassem
um veado. Havia a vontade de agredir.”
Galinhas
e veados à parte, o ministro comentou a importância
do XI de Agosto para a sua vida de estudante. “No meu primeiro
ano aqui, em 1954, havia a perspectiva de o Brasil dar certo. O
XI estava organizando uma caravana até o Rio de Janeiro para
pedir a renúncia do presidente Vargas. Então chegou
a notícia de que ele estava morto. Foi um momento de muita
reflexão.” Para o ministro, o centenário é
uma mistura de festa com responsabilidade. “Podem ter certeza
de que estaremos juntos nas vaias, brincadeiras, irreverências
e penduras”, disse Bastos.
|
Dançar na avenida: típica manifestação
política do XI de Agosto
|
Aos
acadêmicos do século 22
Dentre
as ações dos alunos no dia do centenário
do Centro Acadêmico XI de Agosto, uma ficará
marcada nos são-franciscanos de 2103. Uma urna de acrílico,
a Arca do Centenário, foi enterrada em frente ao prédio
da escola, no Largo São Francisco, para ser aberta
daqui a cem anos. Nela, o presidente do centro acadêmico,
Ademir Picanço, colocou uma série de objetos
comuns aos alunos e documentos de caráter histórico.
Os mais curiosos foram uma bandeja do restaurante dos estudantes,
um rolo de papel higiênico (com mensagem explicativa
de como ele é usado), uniformes dos times da Associação
Atlética Acadêmica XI de Agosto, resumos das
obras mais lidas na faculdade (para “auxiliar”
os futuros alunos), fotos dos formandos de 2003 e uma tábua
de madeira que compõe as carteiras das salas da faculdade.
“Que a juventude destas arcadas nunca deixe de se indignar
contra as injustiças, de participar das lutas de seu
tempo e de sonhar e construir um mundo melhor para todos”,
diz a placa afixada sobre a Arca do Centenário.
Muitas
mensagens foram deixadas na arca, entre elas as feitas pelo
atual diretor da escola, Eduardo Marchi. Além disso,
foi organizado entre os alunos o Concurso Carta aos Acadêmicos
de 2103. Quem venceu foi a estudante do segundo ano Carolina
Masra Mendeleh, que preencheu linhas e mais linhas com palavras
de esperança e crença em um futuro melhor. De
acordo com documento publicado pelo XI de Agosto, “a
arca levará um pouco do que é a vida nas Arcadas
e no Brasil hoje. Levará o que não se encontra
nas bibliotecas, mas o que temos todos os
dias, no Pátio, no Largo, no Centro. Levará
também uma mensagem de luta pela democracia, pela liberdade,
pela justiça social e pela paz”.
|
São
Paulo, Eremita
Nas
comemorações dos cem anos do Centro Acadêmico
XI de Agosto, um ato político realizado no dia 11, à
noite, reafirmou a posição dos estudantes de Direito
da USP contra as mais diversas formas de opressão e pelo
direito à cidadania, pela democracia e por um Estado brasileiro
soberano. O evento, realizado no Salão Nobre da Faculdade
de Direito, reuniu alunos, professores e os ministros Márcio
Thomaz Bastos, da Justiça, e Miguel Rosseto, do Desenvolvimento
Agrário.
O encontro
foi aberto com a leitura da Carta do Centenário, feita pela
estudante Laura Blenda, secretária-geral do XI de Agosto.
No documento, os estudantes apontam que o capitalismo contemporâneo
atravessa um momento de crise. “As recessões econômicas
dos países do centro do sistema fazem a indústria
bélica ser incentivada, como há muito tempo não
se via. Assim, a troca da euforia globalitária da última
década pelo imperialismo ostensivo mal disfarçado
de ‘guerra contra o terror’ é uma tendência
estrutural da economia capitalista. Além desse quadro sem
perspectivas, não se deve omitir que o capitalismo é,
em si, concentrador de renda e dependente da opressão de
classes.”
Na
carta, o XI de Agosto declara apoio às lutas antiglobalização
e o fortalecimento do Fórum Social Mundial, com vistas a
uma nova ordem política e socioeconômica. Ratifica
sua posição contra a Área de Livre Comércio
das Américas (Alca). “Apoiamos uma política
externa que enfoque a aproximação com os outros países
da América Latina. Qualquer
passo à frente para a implementação da Alca
representaria o total desmantelamento da indústria nacional
e, em conseqüência, da capacidade produtiva do País,
gerando desemprego e o empobrecimento da população.
Dessa forma, o Brasil deve, categoricamente, recusar-se a fazer
parte da Alca.”
|
O XI de Agosto exige o impeachment de Collor: história
de luta pela justiça
|
Quanto
à reforma agrária, os estudantes consideram que ela
é um instrumento de transformação radical da
divisão de terras da nação, historicamente
latifundiária. “Em outras palavras, justiça
social não coexiste com latifúndios. As recentes intervenções
do próprio Congresso Nacional, por meio da CPI instaurada
sobre o assunto, da Agência Brasileira de Inteligência
e da Polícia Federal no Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST), assim como o terrorismo dos ruralistas armados
e a atitude perniciosa da grande mídia, são ilegítimas
e devem cessar já. A descriminalização do MST
é fundamental, uma vez que esse movimento já fez muito
mais por este país do que qualquer governante eleito.”
Na
Carta do Centenário, o XI de Agosto solicita ao ministro
Miguel Rosseto a realização de uma reforma agrária
radical e sem precedentes, com a certeza de que, devido ao seu passado,
ele estará ao lado da luta dos estudantes. Reivindica também
uma reforma do Poder Judiciário. “Para que o povo consiga
libertar-se dos grilhões da absurda distribuição
de renda, é fundamental um Judiciário que sirva como
meio de defesa de direitos sociais. O primeiro passo para esse objetivo
aparentemente tão distante é radicalizar o acesso
à Justiça, superando os obstáculos culturais
e econômicos que restringem o Judiciário à parcela
mais instruída da população.”
Os
ministros ouviram atentos a leitura da Carta do Centenário.
O professor Fábio Konder Comparato, da Faculdade de Direito
da USP, concordou com os estudantes: “É preciso lutar
contra a desordem estabelecida”. Comparato destacou que o
trabalho é o principal direito social. “É um
passo essencial para a dignidade.”
O ministro
Rosseto parabenizou os estudantes pelo conteúdo da carta.
“A nossa meta é combater as gigantescas diferenças
sociais.” Para ele, a reforma agrária não é
obra só do governo federal. “Será obra dos homens
e mulheres que lutam pela terra, das prefeituras, das universidades,
de toda a sociedade.”
Já
o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, destacou
a importância dos estudantes para a reforma do Poder Judiciário.
“Isso cabe também ao XI de Agosto”, disse. “Vamos
nos empenhar para ter uma Justiça que ajude o País
a ser efetivamente uma democracia. É preciso que todos tenham
direito aos bens fundamentais, como habitação, saneamento
básico e educação.”
LEILA
KIYOMURA MORENO
“A
pena contra a espada, o livro contra a bota”
Logo
depois da proclamação da Independência, para
que os filhos dos aristocratas não mais tivessem que ir à
Europa para se formar bacharéis, o imperador D. Pedro II
criaria, em 11 de agosto de 1827, o primeiro curso de Ciências
Jurídicas e Sociais do Brasil. Instalada no Convento de São
Francisco, a escola começaria a funcionar efetivamente quase
um ano depois, com 33 alunos incritos em sua primeira turma.
São
Paulo era então uma cidade pequena e acanhada. Nas cartas
que escrevia a sua mãe, Álvares de Azevedo, o poeta
carioca que foi aluno ilustre da faculdade, reclamava do provincianismo
paulista. No entanto, seriam os próprios estudantes das Arcadas
que transformariam a cidade em uma Coimbra sul-americana, fazendo-a
fervilhar com as farras boêmias, a literatura e suas paixões
políticas. As idéias liberais, republicanas e abolicionistas
encontraram terreno fértil e logo as vozes começariam
a se levantar contra a escravidão. Castro Alves, Joaquim
Nabuco e Rui Barbosa, alunos da histórica turma de 1866,
deflagrariam a primeira campanha abolicionista do País. Os
periódicos, clubes e organizações começavam
a crescer dentro da academia e a fazer dela uma espécie de
centro das Luzes e da razão.
Ainda
assim, não havia ali uma agremiação estudantil
que os reunisse. Foi só no começo do século
20, quando a capital paulista, com 236 mil habitantes, já
prenunciava a metrópole que viria a se tornar, que os diversos
agrupamentos estudantis existentes no Largo São Francisco
se reuniram para fundar o Centro Acadêmico XI de Agosto. Já
no mês de julho daquele ano de 1903 tudo estava pronto para
que a entidade começasse a funcionar, mas os organizadores
resolveram esperar até o mês seguinte para que a data
coincidisse com a da criação do curso. Para a inauguração,
primeiro evento noturno na história da faculdade, o pátio
foi especialmente iluminado, em uma época em que a luz elétrica
ainda era luxo, e diversas autoridades compareceram.
A história
dessa festa é uma das que estão contadas em A heróica
pancada. Contudo, nesse livro comemorativo dos cem anos do XI de
Agosto, o que mais há são relatos das lutas e da intensa
participação da entidade na vida política do
País. A primeira batalha aconteceu em 1906, quando estudantes
se mobilizaram em apoio à greve dos operários da Companhia
Paulista de Estradas de Ferro. Logo em seguida viria a Campanha
Civilista. “A pena contra a espada, o livro contra a bota”,
bradava Rui Barbosa.
Fim
da República do Café com Leite. Chega a Revolução
de 1930. Getúlio Vargas sobe ao poder e a agitação
política volta ao pátio das Arcadas. Os estudantes
foram protagonistas da Revolução Constitucionalista
de 1932. Na Faculdade de Direito formaram-se pelo menos três
batalhões do MMDC. Além disso, o movimento organizou
logística própria para cuidar de suprimentos e armamento.
|
Estudantes no pátio das Arcadas, no dia 11:
cem anos de mobilização
|
A revolução,
no entanto, terminou com vitória das tropas federais e entre
os 830 paulistas mortos nas trincheiras estavam sete estudantes
do Largo. A Constituição pela qual tanto brigaram
chegaria dois anos depois, o que acalmou os ânimos, mas não
por muito tempo. A Aliança Nacional Libertadora (ANL), uma
frente oposicionista que pregava a liberdade, o fim dos latifúndios
e a nacionalização das empresas estrangeiras, nasceria
com a colaboração do XI.
A ditadura
do Estado Novo traria ainda mais revolta. A faculdade era um centro
de resistência democrática e Vargas, persona non grata.
Quando outras faculdades da USP quiseram oferecer ao então
presidente o título de Doutor Honoris Causa, o Largo São
Francisco inteiro entrou em greve.
A ditadura
militar instalada em 1964 dividiu as opinões dentro da faculdade.
O XI de Agosto, porém, logo se organizou e subscreveu um
protesto “para reintegrar o País no império
da lei, da ordem democrática e plena vigência da Constituição
de 1946”.
Domingo
à noite. Dia 23 de junho de 1968. Os estudantes do centro
acadêmico resolvem ocupar a Faculdade de Direito. A ocupação
começou naquela mesma noite, com dezenas de pessoas. A entrada
do prédio foi coberta por uma barricada de tijolos e eles
lá ficariam, sem arredar pé, por 26 dias. São
presos 40 alunos e o XI é lacrado pela polícia. Com
o AI-5, professores são afastados da faculdade, entre eles
Caio Prado Júnior.
No
ano de 1977, ainda sob repercussão dos assassinatos do jornalista
Vladimir Herzog e do aluno de Geologia da USP Alexandre Vanucchi
Leme, os estudantes resolvem reagir. Arranjam roupas escuras, capuzes,
tochas e promovem o enterro da Constituição, morta
pelo “pacote de abril”, com o qual o presidente Ernesto
Geisel fechou o Congresso. No mesmo ano, durante as comemorações
do sesquicentenário de criação dos cursos jurídicos
no Brasil, com o pátio das Arcadas completamente lotado,
é lida a Carta aos Brasileiros, um manifesto político
pela volta do estado de direito.
A campanha
pelas diretas seria o próximo passo. A nova diretoria do
centro acadêmico, que assumia pouco antes de ser realizado
o primeiro comício pelas eleições diretas para
a Presidência da República, lança o slogan “Diretas,
direito nosso”. Viriam depois o impeachment de Fernando Collor,
as lutas pela reforma agrária e contra as privatizações
e a Alca. Mesmo com o retorno da democracia, as vozes das Arcadas
não deixariam de se levantar.
Onze
trovas para o XI
Paulo
Bomfim
Arco-íris
de São Francisco,
Arcadas, arcos de amor,
O XI levo em meu peito
E vai também onde eu for!
Irmãos,
irmãos centenários
Das gerações que passaram,
Passeatas foram passando
Mas os seus sonhos ficaram!
Milagres
da São Francisco
Milagres da liberdade,
O centenário do XI
É a alma da Faculdade!
As
pedras guardam memórias,
Arcadas arcam com lembranças,
Saudade hoje se casa,
Se casa com a esperança!
No
Largo de São Francisco
Os moços andam direito
Porque o direito de todos
É o coração do Direito
O
som do sino repete
Um tom cantando no bronze,
É a voz da História saudando
O centenário do XI!
O
pavilhão que empunhamos
Com devoção, com orgulho,
Nasceu em 11 de agosto
E fez o 9 de Julho!
As
lutas que nós lutamos
Têm sangue da liberdade,
São rimas da Faculdade
São rimas da mocidade!
O
centro centra a cidade
E o canto que vem de dentro
Repete que o estudante
É esse o coração desse Centro!
No
pátio e na escadaria
O tempo fica encantado:
Futuro vira presente
Presente vira passado!
O
centenário que canto
Com luz do sol em meu rosto
É amor nascido no Largo,
É XI, é o XI de Agosto!
|
|