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Há 14 anos, Abílio Tavares dirige o Grupo de Teatro da USP (Tusp), que em seus primeiros sete anos teve seu trabalho focado nos campi da Universidade no interior, com os Festivais de Teatro Universitário e oficinas permanentes. Nesses últimos sete anos, o grupo ganhou um espaço próprio no Centro Universitário Maria Antonia e vem realizando vários projetos de pesquisa. Curiosamente traz em seu sétimo espetáculo, Interior, o amadurecimento de seu trabalho e que agora volta a reencontrar o interior através das apresentações que faz a partir desta semana nos campi da USP. Deixando os números de lado, essa intenção de voltar ao interior já existia e ressurgiu com mais força durante uma apresentação especial que contou com a presença do reitor Adolpho Melfi e do pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária Adilson Avansi de Abreu, além de outras autoridades da Universidade e também de um grupo de jovens do projeto Gol de Letra, dos jogadores de futebol Leonardo e Raí.

Agora o projeto de itinerância já está concluído e o grupo faz uma turnê pelas cidades de Ribeirão Preto, Piracicaba, Bauru, São Carlos e Pirassununga, com Interior, que acaba de completar um ano de apresentações, com grande sucesso de público e participação ovacionada no Festival de Teatro de Curitiba. Também já tem vários convites para apresentações em festivais e provavelmente voltará aos palcos de São Paulo, segundo o diretor. Na história da peça, histórias reais dos atores que encenam fatos marcantes de suas próprias vidas. São cenas curtas, que misturam o drama, a comédia, o depoimento, tendo ao fundo sucessos do pop brasileiro dos anos 70.

Interior no Interior – Esse é o nome do projeto que está levando o espetáculo rumo ao interior. Além das sessões da peça no Teatro Municipal de cada cidade, seguidas de debate com a platéia, a programação traz intervenções cênicas, workshop para grupos de teatro da cidade, aula aberta e palestra sobre a técnica utilizada na montagem. São duas intervenções, realizadas tanto no campus como na cidade: Em Gaiolas, os atores vestidos com figurinos em tons de terra caminham em silêncio – segurando uma gaiola, com uma foto sua de criança e pequenos objetos que remetem à infância e à memória do afeto aprisionado –, param e começam ali, no meio das pessoas, uma seqüência fragmentada de pequenos monólogos e cenas simultâneas; e Primeiro Amor, em que as mulheres de vestidos de chita estampada e flor no cabelo e os homens de ternos coloridos caminham tocando e cantando ao som dos violões Meu Primeiro Amor, parando de repente e evocando de forma bem-humorada doenças e simpatias experimentadas nos tempos de criança.

Outro destaque é a palestra da psicoterapeuta Helena Martins, que vai falar sobre a Casuloterapia, método utilizado para a montagem. A técnica parte de um processo de vivência e inclui acompanhamento psicológico, já que o espetáculo mergulha nas memórias de infância, muitas delas dramáticas, violentas e dolorosas. O interesse veio do próprio público, que tem curiosidade em saber como os atores conseguem interpretar suas próprias histórias com integridade e equilíbrio, se emocionando e emocionando quem assiste ao espetáculo.

 

O projeto Interior no Interior começa nesta semana em Ribeirão Preto (de quarta a sexta) e segue para Piracicaba (22 a 24 de setembro), Bauru (30 de setembro e 1o e 2 de outubro), São Carlos (6 a 8 de outubro) e Pirassununga (13 a 15 de outubro). Grátis (para as apresentações da peça Interior é preciso levar um quilo de alimento não perecível, exceto sal, que serão revertidos para o Programa Fome Zero e distribuídos nas próprias cidades).

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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