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São Paulo tem agora uma réplica em tamanho natural do esqueleto de um dinossauro de 12 metros de comprimento por três metros e meio de altura. Ela foi inaugurada no dia 22 passado no Instituto de Geociências da USP e é a primeira da cidade. “Entre as grandes capitais do mundo, São Paulo era a única a não ter uma réplica de dinossauro”, afirma o professor Luiz Eduardo Anelli, responsável pelo projeto, ao lado de Thomas Camolez. Trata-se do Allosaurus fragilis, que viveu no final do Período Jurássico, entre 154 e 144 milhões de anos atrás, nos Estados Unidos e em Portugal. A réplica está sob uma tenda no jardim do instituto, junto a uma reprodução da vegetação daquela época, “muito diferente da atual”, segundo Anelli.

O visitante poderá entender um pouco mais sobre a vida do alossauro por meio de painéis explicativos. O estudo dos fósseis e de suas réplicas “nos revela a incrível variedade e abundância da vida que existiu no passado e, ao mesmo tempo, nos faz lembrar da fragilidade da vida em nosso planeta”, analisa o professor.

Ao todo, o Instituto de Geociências adquiriu seis réplicas: três de alossauros e três de pterossauros Anhanguera piscator, animal voador do Período Cretáceo do Ceará. Uma réplica do Anhanguera piscator foi pendurada no vão central da unidade.

Segundo Anelli, uma dupla de réplicas será itinerante: elas serão enviadas a universidades estaduais paulistas que se mostrarem interessadas em exibi-las. O outro conjunto poderá ir para eventos em cidades do interior ou mesmo de outros Estados brasileiros. Com o projeto todo, foram gastos US$ 50 mil, financiados pela Fundação Vitae. “ A réplica do alossauro levou quase um ano para ser produzida pela Oficina Naval, em Itapecerica da Serra”, conta Anelli. De acordo com o professor, caso o instituto importasse os esqueletos, pagaria cerca de US$ 100 mil em cada réplica. “O Tyrannosaurus rex, por exemplo, custa US$ 100 mil, fora US$ 30 mil de taxa de frete”, afirma. A iniciativa partiu da Oficina de Réplicas do Museu de Geociências e teve apoio do Instituto de Geociências, do Fundo de Cultura e Extensão da USP e do próprio museu.

O lagarto diferente – O Allosaurus fragilis era bípede e carnívoro. Allosaurus significa “lagarto diferente”, nome dado porque suas vértebras diferem das vértebras dos outros dinossauros. Além disso, possuía olhos grandes e uma boca que podia ter até 70 dentes, que alcançavam 20 centímetros de comprimento. Cada dente apresentava duas bordas serrilhadas, para cortar suas presas, além de forte curvatura, para impedir que elas escapassem. Por essas e outras características, ele foi o maior predador de sua época.

Analisando o tamanho de seu cérebro, os cientistas acreditam que o Allosaurus fragilis era um dinossauro inteligente. É provável que essa espécie se reunisse em grupo para caçar animais herbívoros muito maiores que ela. O Camarasaurus, por exemplo, era uma de suas vítimas e possuía mais de 20 metros de comprimento. Se comparado ao famoso Tyrannosaurus rex, o Allosaurus fragilis era um pouco menor e mais esbelto. Daí o nome da espécie, fragilis. O fato de ser mais leve fez dele um ágil caçador, pois era capaz de correr atrás de suas presas sem perigo de morte. O Tyrannosaurus rex era muito pesado – tinha cerca de uma tonelada – e uma queda durante a corrida poderia ser fatal. Na época do Allosaurus fragilis, a vegetação era dominada por pinheiros, samambaias e parentes de cicadáceas – plantas semelhantes às palmeiras – e não existiam plantas com flores e frutos, abundantes hoje.

O Allosaurus fragilis pode ser visto de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 13h30 às 17 horas, no Instituto de Geociências (Rua do Lago, 562, Cidade Universitária, São Paulo). A entrada é gratuita. Mais informações: telefone (11) 3091-4274.

 




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