Criada
em 1934 como uma resposta paulista à derrota sofrida diante
do governo federal dois anos antes, a Universidade de São
Paulo soube, ao longo dessas sete décadas, se posicionar
diante do Brasil e do mundo e conquistar uma posição
de destaque no que se refere a ensino público e gratuito
de qualidade. Mas há muitos desafios ainda por vir –
alguns, inclusive, já chegaram, como a reforma previdenciária
que balançou suas estruturas acadêmicas. Nesta entrevista
exclusiva, o reitor Adolpho José Melfi fala do passado da
Universidade e de suas perspectivas de futuro. “O maior desafio
da USP, hoje, é manter sua posição de excelência.
É muito mais difícil se manter no topo do que chegar
até ele”, diz o reitor. Leia, a seguir, os principais
trechos da entrevista de Melfi.
Jornal
da USP – O que representa para São Paulo e
para o Brasil esses 70 anos da USP? O que a Universidade vem ensinando
nessas sete décadas?
Adolpho
José Melfi – Qualquer universidade tem uma
importância socioeconômica, cultural muito grande para
o País. Desde a Idade Média, ela tem se constituído
no grande centro formador de recursos humanos qualificados para
a sociedade. O que nós verificamos é que a Universidade
de São Paulo teve um papel ainda mais importante porque ela
foi criada num momento quando não existia, junto às
classes dirigentes brasileiras, uma preocupação com
o desenvolvimento científico. Nós tínhamos
boas escolas profissionais, já existia a Faculdade de Direito
e a Faculdade de Medicina, por exemplo, mas havia ainda uma restrição
muito grande ao desenvolvimento de institutos que fizessem pesquisas.
Acreditava-se, na época, que era muito mais fácil
e mais barato importar da Europa a ciência de que se necessitava
por aqui do que realizá-la no Brasil, porque nós poderíamos
importar na medida exata das nossas necessidades. Portanto, a Universidade
de São Paulo foi criada num clima bastante antagônico
àquele projeto que a intelectualidade paulista estava pensando.
A USP foi criada com propósitos extremamente importantes
que definem muito bem o que é a universidade moderna, onde
ensino, pesquisa e extensão são pilares indissociáveis.
O
maior desafio
da USP, hoje, é
manter sua posição
de excelência |
JUSP
– Alguns críticos acreditam que esse tripé pode
ser questionado, e que talvez uma universidade moderna pudesse ser
dividida em institutos, alguns apenas para pesquisa, outros só
para o ensino. O senhor concorda que existe essa possibilidade?
Melfi
– Não, acho que não existe. Mesmo em países
como a França, onde existem institutos de pesquisa muito
fortes, eles estão sempre associados a estruturas universitárias.
Há uma participação intensa dos pesquisadores
ao ministrar seus cursos e, evidentemente, dos professores no desenvolvimento
de pesquisas, utilizando as facilidades laboratoriais dos institutos
que estão, muitas vezes, na própria universidade.
JUSP
– Trata-se, na verdade, de uma via de mão dupla. A
pesquisa vai colaborar para o ensino, assim como a experiência
na sala de aula é importante para a pesquisa a ser realizada.
Melfi
– Exatamente. Entào, eu acho que são realmente
atividades indissociáveis dentro de uma universidade moderna,
uma universidade que merece esse nome. Evidentemente, há
outras estruturas, tipo college, onde se poderia desenvolver um
ensino de graduação. Mas não podemos de forma
nenhuma desenvolver um ensino de graduação dissociado
da pesquisa. Talvez os críticos que hoje colocam essas questões
estejam se rebelando muito mais contra o fato de que atualmente
se dê uma importância muito grande à parte de
pesquisa na avaliação da atividade dos docentes. Nesse
caso, creio que, em parte, existe uma certa razão. Hoje nós
temos uma valorização muito grande da pesquisa. O
CNPq, por exemplo, dá bolsas de produtividade científica
para quem está produzindo, mas o bom professor, aquele que
faz a sua pesquisa e se dedica ao ensino, também deveria
ter uma avaliação correta, com alguma forma de premiação.
JUSP
– O senhor já sugeriu isso? A Universidade trabalha
com essa idéia?
Melfi
– A Universidade discutiu esses temas, mas o fez numa época
que talvez não tenha sido a mais apropriada, que foi durante
a grande greve que ocorreu na gestão passada. E surgiram
idéias desse tipo, de avaliação docente e premiação.
Mas naquele momento os espíritos estavam bastante inquietos
e as posições estavam muito divididas. Mas acho que
esse é um tipo de discussão que nós devemos
ter. Hoje, sentimos que a valorização do ensino está,
pelo menos, presente. Tivemos aí mudanças efetuadas
na Cert (Comissão Especial de Regimes de Trabalho), onde
o ensino acaba tendo um papel mais importante na avaliação
do docente. Hoje está sendo realizado um grande processo
de avaliação da Universidade e aí, evidentemente,
o ensino tem importância.
As
atividades
docentes precisam
ser cada vez
mais valorizadas |
JUSP
– O senhor pretende incentivar cada vez mais isso na sua gestão?
Melfi
– Não resta dúvida, porque, inclusive, acho
que nós deveríamos ter um incentivo maior para a pesquisa
relacionada às atividades didáticas. Hoje, nós
sabemos que uma das grandes saídas para a Universidade no
futuro vai ser o ensino a distância. Nós temos aí
uma série de atividades que passam a ser atividades importantes,
e que devem fazer parte da avaliação de docentes.
JUSP
– O senhor comentou sobre o ensino a distância. Trata-se
de uma meta de futuro da Universidade a expansão do ensino
a distância?
Melfi
– Com certeza, acho que isso é fundamental. E acho
que não é verdadeiro falar que o ensino a distância
é um ensino de baixa qualidade. Nós podemos ter um
ensino a distância de alta qualidade. Talvez esse ensino a
distância precise ser concentrado em determinados setores.
Não podemos aplicá-lo de uma maneira geral. Ele tem
que ser concentrado, às vezes não para um determinado
curso na sua totalidade, mas em disciplinas dentro de um curso.
Mas, de qualquer forma, o que nós temos, hoje, como grande
desafio da Universidade é a sua ampliação,
é a expansão de vagas.
JUSP
– E como isso pode ser feito?
Melfi
– Bom, verificamos que isso pode ser feito de várias
maneiras. Nós não podemos, por exemplo, admitir que
a USP vá atender a todos os 160 mil candidatos que concorrem
no seu vestibular. Sabemos que existe um espaço para crescimento,
mas um espaço que é relativamente pequeno. Nós
não podemos pensar que a USP amanhã possa ter 100
mil estudantes de graduação. Mas acho que passar de
7 mil para 10 mil vagas, por exemplo, é perfeitamente possível.
Creio que todo o sistema de ensino superior tem que passar por uma
reforma.
JUSP
– Por onde passariam as idéias dessa reforma?
Melfi
– O governo do Estado, através da Secretaria da Ciência
e Tecnologia, solicitou aos reitores das três universidades
estaduais paulistas – USP, Unicamp e Unesp – que se
debruçassem sobre o estabelecimento de um plano do ensino
superior para o Estado de São Paulo. E, evidentemente, dentro
desse plano, nós temos que considerar as universidades públicas
paulistas da forma como elas estão concebidas. Temos que
considerar o ensino público federal, que é muito limitado
no Estado de São Paulo, e que deveria necessariamente ter
um crescimento. Nós temos duas universidades federais de
bom nível, mas extremamente pequenas. A Unifesp tem cerca
de 200 vagas no seu vestibular e a Universidade Federal de São
Carlos também é de pequeno porte. Então, nós
deveríamos ter um aumento. E teríamos que contar também
com o setor privado. Hoje, nós já temos algumas universidades
particulares que são de bom nível. E essas universidades
poderiam colaborar, fazendo um trabalho conjunto com o governo na
concessão de bolsas, por exemplo, para que nós ampliássemos
esse quadro. Depois nós temos um sistema muito grande de
faculdades tecnológicas, as Fatecs. Esse é um outro
campo onde o Estado deve se expandir, até utilizando as estruturas
das universidades. Então, há uma série de atividades
que poderiam e deveriam ser feitas, mas em conjunto. Não
podemos colocar as três universidades públicas paulistas
como as únicas a resolver o problema e atender a essa demanda.
JUSP
– Qual foi o índice de aumento de vagas na USP nos
últimos anos?
Melfi
– Nós estávamos num patamar, até praticamente
1999, de 6.300 vagas. Se computarmos as vagas que nós estamos
querendo criar para a USP zona leste, nós vamos passar para
10.047 vagas, o que é um aumento substancial. De 2001 a 2004,
nós podemos ter um aumento de 31%.
JUSP
– Como será possível essa expansão? Ela
é um grande desafio para a Universidade?
Melfi
– Passar de 7 mil para 10 mil vagas seria perfeitamente normal
com a ampliação das vagas em cursos já existentes.
Mesmo quando ocorre a criação de novos cursos, por
vezes não há necessidade da construção
de novos prédios, nada disso. Foi o que ocorreu na Esalq,
onde foram criados três novos cursos e só houve a necessidade
de contratação de professores e de funcionários.
Nesses casos, nosso orçamento tem ainda uma certa flexibilidade.
Não estamos falando em uma expansão totalmente exagerada
e não responsável. Com relação à
zona leste, é evidente que trata-se de uma situação
totalmente diferente porque nós vamos ter que criar toda
uma estrutura, e para isso nós estamos tendo os recursos
necessários do governo. Dos R$ 48 milhões que o governo
alocou para a USPLeste, R$ 33 milhões irão para a
criação de infra-estrutura física e R$ 15 milhões,
para a contratação de pessoal, docentes e funcionários.
Há ainda uma outra situação, que é o
recolhimento dos 11% para o Ipesp (Instituto de Previdência
do Estado de São Paulo). Logo, contudo, o Ipesp vai ter que
assumir as aposentadorias. Então isso também irá
aliviar o orçamento da Universidade.
JUSP
– A Reforma da Previdência foi um golpe muito forte
para a Universidade? Ela soube assimilá-lo?
Melfi
– Não resta dúvida que a reforma previdenciária
foi terrível para a Universidade. Isso levou a um aumento
do número de aposentadorias, criou um descontentamento muito
grande do pessoal que já está na Universidade e pode
gerar um certo desestímulo. Um docente pode não ganhar
um salário muito bom, se comparado ao mercado de trabalho,
mas é um salário bastante adequado. Mas poderia estar
ganhando mais fora da Universidade. Um dos atrativos para mantê-lo
era a aposentadoria com salário integral, mas os que entram
agora irão se aposentar com R$ 2.400,00. Ou seja, será
necessária uma aposentadoria complementar. Tudo isso não
está definido, mas acaba criando um certo desestímulo.
Isso para nós é preocupante, já que precisamos
de quadros de boa qualidade para dar continuidade ao trabalho desenvolvido
na USP.
JUSP
– Isso mexe diretamente com toda a história da USP,
com sua excelência de ensino e pesquisa. Como a Universidade
está se preparando para esse futuro? Como manter ou conquistar
bons quadros dentro desse novo painel que se desenha?
Melfi
– O que está nos afligindo atualmente, e inclusive
tivemos uma reunião com o governador para discutir o caso,
é a determinação de um teto salarial para o
serviço público. O teto, hoje, é outro desestímulo
para a carreira universitária. Há vários professores
que já estão próximos do teto ou já
o atingiram, que ainda não chegaram a titelares e que já
podem se aposentar. Muitos deles vão acabar se aposentando
e irão trabalhar fora porque não têm mais possibilidade
de progressão na carreira, na forma de uma certa compensação
financeira. Mostramos ao governador essa situação
e também a inconveniência de atrelar um teto a um salário
que não é de carreira. Ele se mostrou sensível
a essa questão.
JUSP
– Um outro desafio para a Universidade talvez seja manter
seus novos pesquisadores, seus jovens talentos dentro da academia,
e não perdê-los para as instituições
particulares. Como a USP pretende fazer isso diante de tudo que
está sendo discutido?
Melfi
– Acho que nós não estamos tendo perdas
importantes para o setor privado. Nós estamos tendo, sim,
docentes que se aposentam e que vão para o setor privado.
É uma situação diferente. Valores jovens e
produtivos não estão largando a universidade pública
para ir para uma universidade particular. Apesar do salário
ser compensador, creio que a Universidade de São Paulo ainda
tem o atrativo da pesquisa. Mas há algumas universidades
particulares que já estão começando a desenvolver
pesquisas bastante importantes e interessantes. Aí, acho
que o problema torna-se um pouco mais sério. Porque, na realidade,
um professor que vem para a Universidade de São Paulo e assume
um tempo integral tem uma certa vocação para a realização
de pesquisa. Esse é o grande estímulo da Universidade.
Então, o que nós temos que fazer é trabalhar
para que não haja deterioração salarial e que
esse estímulo permaneça, além de manter boas
condições para que esse jovem pesquisador realize
suas pesquisas, possa fazer um pós-doutoramento fora do Brasil,
coisa que as universidades particulares não oferecem ou,
pelo menos até o momento, não estão oferecendo.
JUSP
– Qual a importância para a Universidade de São
Paulo e para o Estado de São Paulo, de uma forma geral, da
criação do campus 2 de São Carlos e da USPLeste?
O que isso representa para o futuro da Universidade?
Melfi
– São duas situações bem diferentes.
O campus 2 de São Carlos surgiu da necessidade de expansão
física dos próprios cursos, das próprias unidades
que estão instaladas naquela cidade. É a Escola de
Engenharia criando novos cursos, como Engenharia Aeronáutica
e Engenharia Ambiental. É o Instituto de Física criando
cursos novos e ampliando aqueles já existentes. É
o Instituto de Química e o de Matemática fazendo a
mesma coisa. Então, como o campus na cidade era pequeno,
havia a necessidade de um segundo campus. É uma situação
diferente daquela da zona leste, onde havia uma demanda muito grande
da comunidade para a criação de uma universidade pública,
numa área bastante carente, altamente povoada e com uma comunidade
muito bem organizada. E a USP estava interessada em enfrentar esse
desafio. Um outro aspecto é que esse campus da zona leste
acabou motivando um grande segmento da nossa comunidade, pois muitos
vêem ali a possibilidade de se implantar um outro modelo de
universidade, um modelo mais integrado. Ou seja, voltaria-se um
pouco à criação da Faculdade de Filosofia,
onde os cursos de História, Ciências Políticas,
Geologia, Física, Matemática, Psicologia estavam todos
dentro de uma mesma unidade, o que criava um ambiente altamente
gratificante. O que foi pensado para a zona leste é um instituto
único de humanidades, de artes e de ciências, comportando
diferentes cursos. Não haveria uma estrutura departamental
como aquela que nós temos hoje. Esse novo instituto deve
ser mais horizontalizado, permitindo, por exemplo, a criação
de um ciclo básico.
JUSP
– É um olhar para o passado para se traçar o
futuro, não?
Melfi
– De uma certa forma, sim. Hoje, considero os departamentos
um problema sério. Nós temos departamentos muito desiguais,
com uma série de situações diversas em cada
unidade, o que torna, às vezes, até difícil
uma distribuição homogênea de docentes. E em
uma mesma unidade pode haver departamentos que têm uma carga
didática tranqüila e, outros, uma carga didática
bem mais pesada.
O
campus da USP na zona leste atende a
uma grande demanda da comunidade local |
JUSP
– Como lidar com isso então, professor? A USPLeste
poderia ser um balão de ensaio para uma nova estrutura uspiana?
Melfi
– Creio que a USPLeste poderia ser, sim, um balão de
ensaio que, dando certo, iria motivar certas discussões internas.
Já houve uma discussão assim há alguns anos,
com a reestruturação de departamentos, mas não
funcionou adequadamente. Havia departamentos que tinham três
docentes, totalmente inviáveis. Então, tentou-se uma
reestruturação departamental, com a determinação
de condições mínimas fixadas pela Comissão
de Assuntos Acadêmicos, e tivemos alguns rearranjos que, em
alguns casos, foram muito tímidos. Há segmentos da
nossa comunidade que questionam essa estrutura, outros que a admitem.
Na universidade nós nunca vamos ter um consenso, o que é
bom, porque ela deve viver desses conflitos. São esses conflitos
de idéias que fazem com que as coisas avancem.
JUSP
– E com relação à reforma universitária,
como a USP se posiciona ou como ela pode colaborar?
Melfi
– Não temos ainda uma idéia muito clara de como
vai se processar essa reforma das universidades públicas.
Nós sabemos que existem já alguns pontos que estão,
mais ou menos, sendo definidos. Há algumas propostas que
foram apresentadas e que serão debatidas, e existe ainda
toda uma fase de debates. Recentemente fui convidado pelo MEC para
estar, neste dia 28, em Brasília, onde haverá uma
grande reunião para debater a autonomia das universidades
federais e eles gostariam de ouvir um pouco a respeito do modelo
paulista. Vê-se então que eles estão caminhando
nesse sentido. Autonomia é importante? Creio que sim. Ela
já demonstrou ser extremamente importante, mesmo com todos
os defeitos. Quando ela foi feita, não se pensou numa série
de pontos que hoje vemos serem importantes, como os precatórios,
por exemplo. Houve vários aspectos que hoje, com nossa experiência,
podem ser eliminados. O que acho um pouco mais difícil no
sistema federal é que, aqui, quando foi implantada a autonomia
para as três universidades estaduais, estas funcionavam de
uma maneira mais ou menos uniforme. No âmbito federal, nós
temos situações muito diferentes e dar uma autonomia
única para todas elas é arriscado.
JUSP
– O senhor já teve acesso a algum documento a esse
respeito?
Melfi
– Na verdade, a única coisa que eu li foi
um documento da professora Marilena Chauí, que de forma nenhuma
reflete uma posição da Universidade de São
Paulo, mas sim de um grupo que se reuniu para fazer um projeto.
E ela aborda pontos sobre os quais creio que deva haver uma discussão
muito ampla. Há propostas de uma autonomia total, com o fim
das agências de financiamento, fazendo todos os repasses para
as universidades. Isso é um perigo enorme. Lembro-me que
há algum tempo se discutiu que o governo do Estado faria
muito melhor se acabasse com a Fapesp e repassasse esses recursos
para a Universidade. Bom, os recursos que a Fapesp recebe hoje,
em comparação com o orçamento da Universidade,
são relativamente pequenos. Se esses recursos fossem incorporados
à Universidade, a pesquisa estaria acabada. Esse é
um problema sério que nós temos que pensar. Colocar
todo esse dinheiro na mão das universidades, principalmente
em universidades que têm modelos e estruturas muito diferentes,
como as que se encontram no País, seria um problema muito
sério.
Podemos
sentir a enorme importância
que a USP tem para
o Estado e o País |
JUSP
– Diante de tudo o que foi falado aqui, o senhor
crê que a USP tem motivos para comemorar seus 70 anos?
Melfi
– Com certeza. Podemos sentir o peso da USP no Brasil, sua
importância aqui graças a seu ensino na graduação
e na pós-graduação e à pesquisa, mas
o que eu acho altamente gratificante é ver o prestígio
que a nossa universidade tem no exterior. Isso também devemos
comemorar. A Universidade de São Paulo vai ser sede do próximo
Congresso Internacional de Universidades, que, pela primeira vez,
sai do eixo Europa-Estados Unidos. O encontro acontecerá
entre 25 e 29 de julho próximos. Trata-se de um congresso
que envolve uma associação internacional de universidades,
que tem 700 afiliadas. E a escolha do Brasil foi, única e
exclusivamente, porque há aqui uma universidade como a Universidade
de São Paulo. Só isso já mostra o prestígio
da Universidade de São Paulo.
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