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As primeiras notícias, no início do ano passado, de que a USP implantaria um campus na zona leste de São Paulo trouxeram muita euforia e em pouco tempo viraram pauta de discussão na mídia e nas conversas cotidianas. Diversas opiniões foram divulgadas, muitas informações desencontradas. Nada era definitivo. A USP Leste era um projeto, um sonho da comunidade da zona leste e de um grupo de docentes da Universidade, uma abstração concretizada apenas no papel.

O velho ditado diz que o papel aceita tudo. No momento de ser efetivado em cimento, pedra e areia, o projeto arquitetônico apresentado inicialmente teve que ser reformulado. Dentre outros motivos, o principal foi o compromisso assumido pela USP de iniciar o ano letivo no campus em 2005. Para agilizar a etapa de construção, a Comissão Executiva de Implantação da USP Leste modificou a proposta inicial e já começou as obras no terreno com base na nova concepção.

Além da reestruturação do projeto com novos prédios, a grande mudança está na troca de terrenos para o início das construções. O terreno doado pelo governo do Estado – uma parte da área do Parque Ecológico do Tietê, que pertencia ao Departamento de Águas e Energia – possui duas glebas separadas pelas edificações já existentes no local, o Jardim Keralux e a empresa Belgo Mineira.

A área menor foi denominada Gleba 1 e a maior, Gleba 2. Na proposta inicial, a Gleba 2 foi escolhida para a implantação central do campus, e a Gleba 1, para um centro esportivo. Porém, estudos ambientais e de constituição física mostraram a inadequação para utilização imediata da Gleba 2. Alguns problemas apresentados estão ligados a questões ambientais, à localização da área e conseqüente dificuldade de acesso, à falta de segurança e à irregularidade do terreno, que ocasionariam um maior investimento de infra-estrutura – ou seja, aumento de custo e atraso no prazo.

Em contrapartida, a Gleba 1 – situada próxima à entrada do Parque Ecológico do Tietê, ao longo da Via Parque e com limite na empresa Belgo Mineira, na rua Arlindo Bettio, com acesso e retorno pela Rodovia Ayrton Senna e interligação com a avenida Assis Ribeiro – mostrou-se extremamente adequada à implantação imediata dos prédios planejados para constituir o campus principal. Ela possui um aterro de cerca de quatro metros de altura, o terreno é firme e seco, existe extrema facilidade de integração na região com vias de acesso urbano, rodoviário e ferroviário, e há maior segurança em relação à Gleba 2. “A proposta de integração entre os prédios foi mantida. Estamos estudando a construção de uma passarela circular que una os prédios do Núcleo Principal”, diz Antonio Marcos de Aguirra Massola, membro da Comissão Executiva de Implantação da USP Leste, que dirige a Coordenadoria do Espaço Físico (Coesf) da USP.

Muda o terreno, mudam o espaço disponível e os prédios. Os prédios já foram definidos. O chamado Núcleo Inicial terá o prédio 1, com cerca de 5.200 metros quadrados, salas de aulas, laboratórios, anfiteatros e acomodações para os docentes, funcionários e alunos, permitindo o início das atividades de ensino, pesquisa e extensão em 2005. Está previsto para ser entregue em janeiro do próximo ano.

No Núcleo Principal, serão construídos os prédios P1 e P2, com 14 mil metros quadrados cada um – o primeiro previsto para julho de 2005 e o segundo, para julho de 2006 – e o prédio P3, de 7.200 metros quadrados, previsto para março de 2005. Ali ficarão instalações da biblioteca, administração, auditório e dois anfiteatros, que funcionarão também como salas de aula. Todas as atividades acadêmicas estarão concentradas no Núcleo Principal a partir do término de sua edificação, no segundo ano letivo.

Além dessas construções, para o funcionamento imediato do novo campus outros edifícios serão concluídos em 2004. Um deles será o prédio da segurança, destinado a atender às necessidades voltadas à segurança no campus. Ele abrigará a Guarda Universitária e instalações da Polícia Militar, graças a uma cooperação com a 6o Companhia da Polícia Militar, responsável por aquela região. Outra edificação será o Centro de Serviços, com 1.000 metros quadrados, previsto para julho de 2005, destinado à Prefeitura do campus e à Coordenadoria de Espaço Físico (Coesf). Ali serão feitos serviços de marcenaria e mecânica, atividades de apoio ao restaurante e à guarda de materiais, instrumentos de serviços de manutenção e veículos. Está previsto ainda o prédio do Centro de Apoio Técnico, base de apoio às obras iniciadas no campus, que servirá também como centro de informações sobre o projeto USP Leste e como sede de atividades a ser desenvolvidas por profissionais e estagiários que trabalharão na região durante as construções. O mesmo prédio, após o término do campus, sediará projetos na área de graduação e atividades de extensão da Universidade.

Outra novidade provocada pelas mudanças de terreno são os edifícios que coexistirão na USP Leste. Já existe no local a Escola Estadual Irmã Anete Marlene Fernandes de Melo. Uma escola de ensino infantil e uma creche serão edificadas pela Prefeitura Municipal de São Paulo.

Visando à integração da Universidade com a comunidade, a USP alugou uma área comercial, constituída por um prédio de dois pavimentos, localizada na rua Professor Antonio de Castro Lopes, número 1.309, no centro de Ermelino Matarazzo, onde já estão sendo planejadas e desenvolvidas atividades de extensão. Entre essas atividades estão cursos, oficinas culturais e projetos voltados para a geração de emprego e renda. Esse projeto tem parceria com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas), instituição que mantém convênio com a USP em outros projetos de extensão universitária.

Portarias – Para o acesso ao interior do campus, estão previstas duas portarias, com implantação imediata. A portaria 1, localizada na Via Parque, com acesso pela rodovia Ayrton Senna ou pela entrada do Parque Ecológico do Tietê, permitirá também a integração com a linha ferroviária que atende a estação Engenheiro Goulart. A portaria 2, localizada a meio caminho da rua Arlindo Bettio, paralela ao alambrado da empresa Belgo Mineira, facilitará o acesso de pedestres provenientes da avenida Doutor Assis Ribeiro por uma passarela sobre a estrada de ferro da Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos (CPTM).

Os estacionamentos circundarão o campus e a circulação em seu interior será feita por caminhos para pedestres e ciclovias, com a preocupação de reservar áreas de convívio com praças e áreas arborizadas, no contexto de um projeto de recuperação e preservação ambientais. Todo o novo projeto segue as condutas preconizadas pelos Projetos de Uso Racional de Água (Pura) e de Energia (Pure) da USP e dos programas da Coordenadoria Executiva de Cooperação Universitária e de Atividades Especiais (Cecae), em especial os que atentam para a infra-estrutura adaptada aos portadores de deficiência física.

A verba de R$ 40 milhões cedida pelo governo do Estado para as obras da USP Leste, inclusive as do sistema viário, está assegurada. Além dessa verba, mais R$ 13 milhões serão destinados aos 45 mil metros quadrados de instalações, à infra-estrutura dos prédios, equipamentos, mobiliário e à contratação dos recursos humanos, representados por novos docentes e funcionários.

 

 

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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