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Idéias para a educação plena

Um ensino menos voltado para o mercado de trabalho e mais para as humanidades, a literatura e as artes – ou seja, para a formação da personalidade – é uma das soluções apontadas por professores da USP para o fraco desempenho do sistema escolar no Brasil. Segundo eles, ajustar o projeto pedagógico às provas dos vestibulares, em detrimento da formação humana – como faz a maioria das escolas do ensino médio –, é um equívoco. Até mesmo a leitura passou a ser vista como uma obrigação mecânica, não um prazeroso momento de descobertas. “O valor da educação como formação humana está profundamente esgarçado e esvaziado”, critica a diretora da Faculdade de Educação da USP, professora Selma Garrido Pimenta.

“O ensino médio se reduziu a preparar o aluno para o vestibular.” Outro professor da mesma unidade, Antonio Joaquim Severino, destaca que o ensino médio precisa ter um caráter de terminalidade, não de mera transição para a universidade, como ocorre hoje. É necessário tornar esse nível de ensino mais abrangente, com a inclusão de disciplinas como filosofia e ciências humanas, defende Severino. Docentes da Faculdade de Educação acreditam também que, ao invés de comprar e distribuir livros para as escolas de todo o País, o Ministério da Educação faria melhor se investisse na formação de bibliotecas básicas nos colégios, que poderiam enriquecê-las com literatura regional, conforme seu próprio projeto pedagógico.
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UNIVERSIDADE

O exemplo irlandês
Em palestra feita na USP, no dia 26 de março, a presidente da Irlanda, Mary McAleese, relatou a bem-sucedida experiência de seu país, que em 30 anos deixou de ser uma das nações mais pobres da Europa para se tornar uma das mais ricas. Segundo ela, esse sucesso decorreu de investimentos em educação e na diminuição da histórica dependência política e econômica em relação à Inglaterra. “Não temos grandes recursos naturais. Nosso grande recurso é o conhecimento do povo”, disse.

Sobre o Brasil, ela ressaltou que as grandes riquezas naturais do país não podem beneficiar apenas uma elite, mas toda a população. Presidente da Irlanda desde 1997 – a primeira oriunda da Irlanda do Norte –, Mary recebeu a Medalha de Honra da USP das mãos do vice-reitor, professor Hélio Nogueira da Cruz. Também no dia 26, outros estrangeiros receberam as honras da Universidade: em cerimônia na FEA, os novos alunos de graduação vindos do exterior receberam as boas-vindas da Comissão de Cooperação Internacional (CCInt).
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PESQUISA
USP cria pomada contra queimaduras
Uma substância encontrada na semente da jaca, a lectina, foi usada com sucesso por pesquisadores da USP para a cicatrização de queimaduras de até terceiro grau. A descoberta se deve à equipe da professora Maria Cristina Roque Barreira, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Os pesquisadores inseriram o gene responsável pela lectina, presente na jaca, numa levedura, que passou a fabricar a substância. Com ela, foi produzida a pomada que, aplicada em modelos animais, obteve ótimos resultados. “Verificamos que há uma recuperação da pele em curto espaço de tempo”, afirma Maria Cristina.
A pomada já tem patente depositada no Brasil. Para se tornar um produto de uso farmacêutica, ainda precisa passar por testes clínicos.
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Os 70 anos da USP

Os 70 anos da USP voltaram a ser homenageados. Dessa vez no último dia 31 de março, durante sessão solene da Assembléia Legislativa de São Paulo totalmente dedicada à Universidade. Durante cerca de duas horas, deputados e convidados se revezaram ao microfone do plenário Presidente Juscelino Kubitschek para falar a respeito da importância da USP não só para o Estado, mas também para o País. “A USP é o berço de todo o conhecimento científico que temos no Brasil”, afirmou o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Álvaro Lazarine. Já o deputado Paulo Neme (PTB) falou da Universidade como “exemplo de resistência durante o regime militar”, enquanto o deputado Arnaldo Jardim (PPS), formado na Poli e idealizador da sessão solene, lembrou que aquele era o momento de “reafirmar o compromisso do Poder Legislativo com a USP”. Estiveram presentes à cerimônia o reitor Adolpho José Melfi, o vice-reitor Hélio Nogueira da Cruz, a secretária de Cultura Cláudia Costin, o secretário de Ciência e Tecnologia João Carlos Meirelles, os ex-reitores Flávio Fava de Moraes, Hélio Guerra Vieira e Roberto Leal Lobo, além de diretores de unidades e professores.

 


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Entre o documentário e a ficção
Os limites entre filmes documentais e ficcionais são cada vez menos definidos. A ficção se inspira em casos reais e o documentário, para registrar a realidade, inspira-se na ficção. A próxima mostra do Cinusp, “O diálogo entre documentário e ficção”, contempla essa importante discussão, com filmes brasileiros recentes e significativos.
 
Vereda da salvação
Vereda da salvação trata do fanatismo religioso de homens simples do campo, que procuram na religiosidade uma saída para a miséria em que vivem. A ação se passa no terceiro dia de jejum da semana das penitências e na véspera do encontro anual com o líder religioso do grupo.
 
Samuel Beckett
De 13 a 15 de abril será realizado o seminário Samuel Beckett – Beckett a várias línguas, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
 
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