Há
parceiros de outras datas, o músico e pianista Zé
Miguel Wisnik e o ator e dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa
se reúnem agora com papéis diferentes. Esse encontro,
nem tão raro e nem tão imprevisível, integra
o projeto Encontros Improváveis do Centro Cultural Banco
do Brasil. Talvez o mais improvável seja o que os artistas
vão fazer. Além das surpresas prometidas para o público,
quem vai tocar piano é o ator e não só o pianista.
Mas nem mesmo isso é tão improvável assim.
Aqueles que viram e ouviram as peças de Zé Celso,
fundador do Teatro Oficina, sabem o quanto a música e o canto
são imprescindíveis em muitas de suas criações.
Inclusive com canções compostas por Wisnik, como para
Mistérios Gozozos e para o recente épico Os Sertões,
baseado na obra de Euclides da Cunha. A história do músico
também é intimamente ligada à literatura, disciplina
que lecionou na USP ao mesmo tempo em que escreveu as letras –
poesias – e melodias de suas canções. Em seu
último disco, Pérolas aos poucos, lançado no
ano passado, é que o pianista e compositor ainda se mostrou
como cantor, num trabalho que confere tons eruditos à música
popular. No álbum anterior de Wisnik, os dois artistas também
estiveram juntos. Uma das faixas de São Paulo Rio é
assinada pelos dois Zés. Eles têm “um passado,
umas quinze músicas guardadas e outras mumunhas mais”,
nas palavras do compositor.
Na apresentação musical, os “protagonistas”
vão interpretar canções que os dois compuseram
e também estão programados um bate-papo com o público
e uma participação surpreendente conforme adianta
o curador do evento, Carlos Careqa. As próximas parcerias
para os Encontros Improváveis deste ano são Mário
Manga, Wandi Doratiotto e Magic Paula; Nelson Ayres e Alice Ruiz;
e Jards Macalé e Gil Gomes. Algumas menos e outras mais inusitadas.
Encontros
Improváveis: Zé Miguel Wisnik e Zé Celso Martinez
Corrêa acontece nesta quarta, às 19h30, no Centro Cultural
Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651).
Ingressos: R$ 3,00 e R$ 6,00. |