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Servidores
em ato na Unicamp, durante reunião de negociação
entre o Cruesp |
Funcionários
e professores das três universidades públicas
de São Paulo permanecem em greve enquanto aguardam a definição
sobre o reajuste salarial das categorias, cuja data-base é
no mês de maio. Nesta semana, o Conselho
de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) e o Fórum
das Seis que integra os sindicatos de docentes e servidores
da USP, Unicamp e Unesp voltarão a se
reunir para debater o tema. As principais reivindicações
do movimento são o reajuste de 16%, a definição
de uma política salarial e o auxílioalimentação
no valor de R$ 130,00.
Até o momento, já foram realizados três encontros
entre as duas representações, sempre na Reitoria da
Unicamp, em Campinas. Em todas as oportunidades, o Cruesp tem mantido
a posição de que não é possível
conceder aumento agora devido à alta proporção
de gastos com pessoal. Os níveis de comprometimento
de orçamento com as folhas de pagamento existentes
95,29% na Unicamp, 93,40% na Unesp e
86,96% na USP não permitem ao Cruesp realizar qualquer
reajuste salarial neste momento, diz o comunicado emitido
pelo Conselho após a reunião do dia 28 de maio. Segundo
estudos do Cruesp, caso fosse concedido o reajuste de 16% pedido
pelo Fórum, o comprometimento do orçamento da USP
com a folha de pagamento seria de cerca de 96%, enquanto na Unesp
e na Unicamp esse valor passaria dos 100%.
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Fórum das Seis |
O Cruesp
reconheceu que os índices de arrecadação do
Estado de São Paulo cresceram acima do previsto em abril.
Para o seu presidente, entretanto, é necessário esperar
mais para que a tendência se consolide. Essas variações
são sazonais, e é preciso acompanhá-las por
alguns meses para se fazer algo racional e que respeite a capacidade
das universidades de financiar suas operações,
afirma Carlos Henrique de Brito Cruz, também reitor da Unicamp.
Estamos torcendo muito para que isso continue acontecendo
ao longo do ano, porque facilita a possibilidade de, na data mais
antecipada possível, oferecer algum reajuste.
O Cruesp se comprometeu a promover reuniões bimestrais de
sua comissão técnica com o Fórum das Seis para
acompanhar os números da arrecadação. O custeio
das universidades
é feito a partir do repasse de 9,57% do Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços (ICMS) recolhido pelo Estado. Os
servidores estão pedindo a revisão
da alíquota .
Adesão
A Unesp foi a primeira das universidades estaduais a deflagrar
a greve. Em algumas de suas unidades, a paralisação
foi iniciada já no dia 11 de maio. Segundo o professor Milton
Vieira do Prado Jr., presidente da Associação dos
Docentes da Unesp (Adunesp) e coordenador do Fórum das Seis,
14 dos 15 campi estão parados. Na Unicamp, até o início
da semana passada, a adesão entre os professores
havia atingido quatro das 20 unidades, de acordo com a assessoria
de imprensa da Reitoria. Porém, ainda segundo
a assessoria, cerca de 80% dos estudantes continuavam com suas aulas
normalmente. Entre os funcionários, na avaliação
do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), aproximadamente
70% estavam paralisados.
Na USP, as assembléias de professores e funcionários
determinaram o começo da greve para o dia 27 de
maio. Para a Associação dos Docentes da Universidade
(Adusp), até o início da semana passada 55% dos
professores haviam aderido ao movimento.
O Sindicato dos Trabalhadores (Sintusp) avaliava em 75% o total
de funcionários paralisados. A assessoria de imprensa da
Reitoria confirmou o crescimento da adesão, nos campi da
capital e do interior, mas não fez referência a números.
Serviços como as creches, os restaurantes universitários
e os ônibus circulares não estão funcionando.
Não queremos uma greve longa, mas estamos preparados
para ela, disse Magno de Carvalho, diretor do Sintusp, numa
das assembléias de servidores.
Como
os grevistas buscam o apoio dos estudantes, Carvalho fez questão
de esclarecer que o movimento não é contra a criação
de novas vagas no ensino superior público, a exemplo do que
tem acontecido com a expansão da Unesp no interior ou com
o investimento da USP na zona leste. Só não
queremos que isso aconteça às custas dos salários
dos
trabalhadores, afirmou. O Diretório Central dos Estudantes
(DCE) e a Associação dos Pós-Graduandos (APG-Capital)
têm manifestado apoio à greve.
Na terça-feira da semana passada, o sindicato fez um piquete
em frente à Reitoria, na Cidade Universitária,
bloqueando o acesso dos funcionários. Os diversos setores
que funcionam no prédio distribuíram-se por outras
instalações do campus.
No ato, os manifestantes protestaram contra o cancelamento da reunião
entre o Sintusp e o reitor Adolpho José Melfi para discutir
sobre o aumento do valor do auxílio-alimentação,
que deveria ter ocorrido no dia 28 de maio. Ainda não há
data
para essa negociação. De acordo com decisão
do Cruesp,
cada universidade deve estipular o benefício separadamente,
pois a situação é diferenciada. Enquanto na
USP o auxílio é de R$ 45,00, na Unesp chega a R$ 120,00.
A Unicamp não possui o sistema. Os servidores querem um valor
unificado
de R$ 130,00, o equivalente a meio salário mínimo.
Na reunião do dia 20 de maio entre o Cruesp e o Fórum
das Seis, o Conselho estipulou um prazo de 30 dias para que fossem
agendados encontros sobre o tema. Na assembléia do dia 25
de maio, os funcionários da USP decidiram que o movimento
não deveria recuar diante de qualquer proposta de aumento
para o auxílio-alimentação enquanto não
houvesse definição sobre o reajuste salarial.
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