O
que leva bofetadas
O texto do autor russo Leonid Andreiev foi adaptado por Antonio
Abujamra para o espetáculo que reabre o Teatro Popular do
Sesi. Para Abujamra, o escritor tem a importância
de um Tolstoi ou Dostoievski, apesar de desconhecido no Brasil.
A peça acontece num circo, por onde passam pessoas sofridas
que tentam equilibrar- se entre o cotidiano absurdo e a loucura.
Os personagens são uma trapezista prestes a ser despedida,
uma domadora que agora teme as feras e um palhaço que propõe
causar risadas ao levar bofetadas. O espetáculo é
comandado por um fantasma, interpretado por Abujamra. É uma
comédia popular, de um autor que ama a vida e
escreve com humor-amor, ainda segundo Abujamra.
O que leva bofetadas estréia neste domingo e fica em cartaz
até 14 de novembro, às sextas e aos sábados,
às 20h, e aos domingos, às 19h. Na av. Paulista, 1.313,
tel. 3146- 7406. Entrada gratuita.
Mr.
K e os artistas da fome
Premiada, a peça é inspirada em conto de Kafka Essa
peça, que foi premiada em festivais da Alemanha e de Curitiba,
está em cartaz no Sesc Belenzinho. O espetáculo parte
de um conto do checo Franz Kafka, O artista da fome, adaptado por
Christine Röhrig e montado pela Boa Companhia, de Campinas,
com direção de Verônica Fabrini. Ela mostra
um jejuador de circo que há 40 anos repete o mesmo número:
passar quarenta dias sem comer. A montagem traça um paralelo
entre a vida dos artistas na sociedade e a digestão dos alimentos,
em três partes: a aparência, a essência e o
excremento. Em cartaz até 8 de agosto, aos sábados
e domingos, às 19h. Na av. Álvaro Ramos, 915, tel.
6602-3700. Ingressos: de R$ 7,50 a R$ 15,00.
A
Vida Amorosa de Ofélia
Está em cartaz a peça Mal Secreto A Vida Amorosa de
Ofélia, texto de Steve Berkoff, vencedor do Prêmio
King´s Theater 2001 e do 8º Cultura Inglesa Festival,
traduzido por Luiz Fernando Ramos. É uma nova versão
para a história de amor entre Hamlet (interpretado por Theodoro
Cochrane) e Ofélia (Clarisse Kiste), romance sugerido pelo
dramaturgo inglês William Shakespeare nesse clássico
do século 17. O espetáculo baseia-se em cartas de
amor fictícias trocadas pelo jovem casal, mostrando a intimidade
de um namoro conturbado e o despertar da sexualidade, entremeados
pela tragédia. A montagem dirigida por Beth Lopes traz as
experiências pessoais dos atores ligadas à juventude
e à descoberta sexual, contando com a participação
especial de Marília Gabriela, numa gravação
em off em que interpreta Gertrudes, mãe de Hamlet, narrando
a morte da jovem Ofélia, no único trecho emprestado
da tragédia de Shakespeare. A temporada vai até 25
de julho, sextas e sábados, às 21h, e domingos, às
19h. No Auditório Cultura Inglesa (av. Higienópolis,
449, tel. 3826-4322). Ingressos: a R$ 20,00, com meia-
Maria Madalena
Estréia nesta quinta o monólogo Maria Madalena ou
a Salvação, livremente inspirado no conto homônimo
da escritora belga Marguerite Yourcenar. Sob um ponto de vista contemporâneo,
o mito judaico-cristão é revisto e explorado
a partir das motivações que levaram Maria Madalena
a entregar tudo pelo amor de um homem e um Deus. Na peça,
a solidão e o vazio é o que ela encontra ao reviver
seus amores perdidos num balanço de sua vida dedicada à
busca do amor e da fé. O público ainda segue como
testemunhas de Madalena por três grandes espaços que
suas lembranças evocam. Autoria e direção de
Merle Ivone Barriga, que criou o espetáculo durante seu projeto
de formatura na Escola de Comunicações e Artes (ECA)
da USP. Em cartaz até 29 de agosto, sextas e sábados,
às 21h, e domingos, às 20h. No Porão do Centro
Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1.000, tel. 3277-3611).
Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00.
Corpos
híbridos
A Mostra Viga Cênica, que traz espetáculos de dança
e teatro,
encerra-se nesta semana com Corpos híbridos e Máquina
de pinball. O primeiro, de Regina Miranda e Patrícia Niedermeier,
reúne três performances: Cabelos, Vertigo e Pernas
vazias, em
que as personagens são incompletas e não têm
identidade, construindo- se na relação com o público.
Apresentações na quinta e na sexta, às 21h.
Máquina de Pinball é um texto de Clarah Averbuck adaptado
por Antonio Abujamra e Alan Castelo, com Patrícia Niedermeier.
Ele mostra uma jovem que troca o conforto de uma vida convencional
pelo desafio aos
padrões vigentes. No sábado, às 21h, e no domingo,
às 19h. No Viga Espaço Cênico (r. Capote Valente,
1.323, tel. 3801-1843). Ingressos: R$ 10,00.
Os sete afluentes do rio Ota
O épico teatral dirigido por Monique Gardenberg reestreou
no Teatro Hilton . Os Sete Afluentes do Rio Ota pretende cobrir
os últimos 50 anos do século 20, refletindo sobre
inquietações,
vida, expectativas e contradições da humanidade a
partir
da saga da família O´Connor. A montagem é dividida
em sete partes, atravessando cinco continentes e falada em cinco
línguas, com um elenco que reúne grandes nomes como
Maria Luiza Mendonça (ótima), Beth Goulart, Caco Ciocler,
Pascoal da Conceição, Helena Ignez e Simone Spoladore
(que substitui Giulia Gam nesta temporada), entre muitos outros.
Montada pela primeira vez em Nova York em 1996, com estrondoso sucesso,
a peça é uma obra-prima do canadense Robert Lepage
e do grupo Ex-Machina. São cinco horas de duração,
com intervalo de 15 minutos (as três últimas, um pouco
cansativas, mas que não podem deixar de ser vistas). Em cartaz
até setembro, sábados, às 19h, e domingos,
às 18h. O teatro fica na av. Ipiranga, 165, Centro, tel.
3188-4148. ngressos: R$ 30,00 e R$ 15,00 (estudantes e maiores de
60 anos).
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