PROCURAR POR
 NESTA EDIÇÃO
  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


A Reitoria da USP anunciou na quarta-feira, dia 30, que a Consultoria Jurídica da Universidade proporá à Justiça do Estado uma ação de preceito cominatório, com pedido de concessão de liminar, visando a estabelecer uma multa ao Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) a cada dia e cada lugar em que houver piquete com constrangimento – ou seja, que impeça os funcionários de exercer suas atividades em seus locais de trabalho. A mesma ação poderá ser proposta para os campi do interior.

A medida se deve ao tumulto registrado na manhã da terça-feira, dia 29. Funcionários do prédio da Reitoria, que se encontra fechado pela ação de piquetes desde o dia 1º de junho, encaminharam um abaixo-assinado ao pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária, professor Adilson Avansi de Abreu, solicitando a cessão do Anfiteatro Camargo Guarnieri para realizar uma reunião, da qual o Sintusp foi informado e para a qual foi convidado a participar.

Antes que o encontro se iniciasse, porém, a entrada do local foi barrada por integrantes do Sintusp, sob a alegação de que a reunião visava a debater o fim do piquete na Reitoria. Diante dessa situação, o reitor Adolpho José Melfi, os pró-reitores e outros diretores decidiram ingressar no prédio, com a proteção da Guarda Universitária e da Polícia Militar. Houve alguns incidentes com os manifestantes que se deslocaram até a Portaria B e uma porta de vidro foi quebrada.

“Numa decisão difícil, porém necessária para que a normalidade operacional retorne aos órgãos da USP, a Administração Central da Universidade de São Paulo decidiu retomar o controle do prédio da Reitoria”, diz a nota divulgada pela Reitoria ainda na terça-feira. “A atitude só foi tomada após os funcionários da Reitoria terem sido impedidos pelo Sintusp de realizarem uma reunião programada pelos próprios servidores.”


Prejuízos

Os policiais militares permaneceram junto à Portaria B até por volta das 16 horas, quando o reitor e os pró-reitores deixaram o prédio. O grupo de manifestantes, formado na maioria por funcionários ligados ao Sintusp e estudantes, decidiu ficar em acampamento por tempo indeterminado no gramado ao redor da Reitoria.

O reitor Adolpho José Melfi, em entrevista à Rádio USP, afirmou que a reunião não iria tratar da greve, “mas discutir os procedimentos que deveriam ser adotados, tendo em vista que a maior parte dos funcionários da Reitoria está trabalhando em diferentes locais e isso está trazendo alguns prejuízos para a Universidade pelo fato de estarem ocorrendo falta de pagamentos, não entrega de correspondências que são importantes para a definição de processos etc.”. Entre os prejuízos está a impossibilidade de encaminhar processos de interesse dos próprios servidores, como cadastro para atendimento de dependentes no Hospital Universitário, aposentadorias e folha de pagamento com o adicional de férias.


Palácio

Um ato público realizado em frente ao Palácio dos Bandeirantes, no dia 25 de junho, foi mais uma das atividades convocadas pelos grevistas. Além de servidores e estudantes das universidades estaduais, participaram representantes de outros sindicatos do funcionalismo.

A Polícia Militar, que calculou em cerca de mil o número de pessoas presentes, não permitiu que o carro de som fosse levado até o portão 2 do Palácio. Um grupo postou- se em frente às grades do portão e passou a forçá-las, conseguindo inclusive abrir o portão por alguns instantes. Os policiais reagiram e voltaram a fechar as grades. O Batalhão de Choque fez um cordão de isolamento atrás do portão e chegou a utilizar jatos d‘água para afastar os manifestantes. No início da noite, uma comissão de sindicalistas e estudantes foi recebida pelo secretário-adjunto da Casa Civil, Antonio Floriano Pesaro.

No interior foram registradas manifestações com fechamento de portões na Escola de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, e nos campi da USP de São Carlos e Ribeirão Preto. Na Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), professores e alunos continuam normalmente suas atividades, mas parte dos funcionários retomou a greve após decisão tomada em assembléia no dia 28 de junho. O movimento grevista havia sido suspenso no dia 22, por decisão de assembléia. Segundo a diretoria da unidade, cerca de 30% dos funcionários, além do pessoal da limpeza, estão em greve.

A agenda de manifestações dos grevistas previa um ato em frente à Reitoria da Unicamp, em Campinas, na sexta-feira 2 de julho (após o fechamento desta edição), reunindo servidores das três universidades estaduais. Para Magno de Carvalho, diretor do Sintusp, a intenção é forçar o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) a retomar a negociação com as categorias.

 

 
 
Diferentes imagens da greve:
desentendimentos e tumultos trazem prejuízos para todos,
professores, alunos e
funcionários



Cruesp rejeita proposta de 9,41%


O Cruesp rejeitou a proposta de reajuste salarial apresentada por escrito no dia 28 pelo Fórum das Seis – que congrega os sindicatos de docentes e funcionários da USP, Unesp e Unicamp. A proposta reduzia de 16% para 9,41% o índice de reajuste na data-base, com a manutenção da fórmula de política salarial já negociada nas reuniões entre as duas partes – com a alteração, porém, do parâmetro de arrecadação do ICMS de R$ 32,4 bilhões para R$ 32 bilhões. Para o Conselho, a concessão desse reajuste “levaria o comprometimento das três Universidades (caso a arrecadação chegue aos R$ 32,4 bilhões) a 92,8%, sendo 95,8% na Unicamp, 95,5% na Unesp e 90,3% na USP”. O comunicado emitido no dia 29 diz que o Cruesp “não considera necessário o agendamento de uma nova reunião de negociações para discutir pontos que já foram exaustivamente discutidos anteriormente”e que o órgão “continua aberto à discussão de propostas exeqüíveis” (a íntegra do documento está disponível no portal da USP: www.usp.br). Desde o dia 8 de maio, já foram realizados seis encontros entre o Cruesp e o Fórum.

Orçamento

Professores e funcionários também concentraram esforços para pressionar o governo do Estado e a Assembléia Legislativa por um maior volume de recursos para as universidades públicas. Uma das propostas apresentadas aos deputados pede a apresentação de uma emenda aglutinativa – Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que envolve as seguintes dotações: 33% da receita tributária do Estado para a educação em todos os níveis; 11% da cota-parte do ICMS para as universidades; 1,5% da cota-parte do ICMS para o Centro Paula Souza. O relator da LDO é o deputado Roberto Engler (PSDB), que até o último dia 30 ainda não havia apresentado o texto à comissão de Orçamento e Finanças da Assembléia. Posteriormente, o projeto iria a plenário. Os deputados só podem entrar no recesso de julho depois de votada a LDO.

 




Auxílio-alimentação passa a ser de R$ 100,00


A Reitoria da USP anunciou aos diretores de unidades, em reunião no dia 24, os benefícios que pretende conceder aos servidores tão logo sejam retomadas as condições de funcionamento normal da Universidade. O principal item apresentado foi a elevação do valor do auxílio-alimentação de R$ 45,00 para R$ 100,00 a todos os funcionários com jornada igual ou superior a 30 horas semanais e para os professores em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP). O novo valor representa um aumento de 5,2% no salário médio do grupo básico de funcionários da USP, que é de R$ 1.065,21. Considerando o salário médio dos 14.655 funcionários da Universidade (R$ 1.977,88), chega-se ao equivalente a 2,8% de reajuste. Já a reestruturação da carreira prevê que num prazo de três anos aproximadamente 3.700 funcionários mudarão da faixa I para as faixas II e III. O processo deve começar ainda em 2004, assim que houver as condições administrativas para sua implantação. Depois de concluída, a reformulação representará um custo anual de cerca de R$ 25 milhões. Para os docentes, está prevista a criação de uma gratificação para os coordenadores de cursos na graduação e também na pós. Essa verba irá beneficiar cerca de 500 professores, representando um custo anual de cerca de R$ 5 milhões na folha de pagamento.

 

 




ir para o topo da página


O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
[EXPEDIENTE] [EMAIL]