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A história de Olga


Judia burguesa na infância, mas militante comunista desde a adolescência até a morte numa câmara de gás da Alemanha nazista. A história da alemã Olga Benário Prestes é reconstituída no brasileiro Olga, estréia de Jayme Monjardim como diretor de longa-metragem. No filme, a atriz Camila Morgado vive a protagonista, que, comunista desde seus quinze anos, passou a ser perseguida em seu país. Depois de ingressar no Partido Comunista, foi encarregada de acompanhar Luís Carlos Prestes (interpretado por Caco Ciocler) em sua missão pela América Latina. Ao viajarem disfarçados de casal português em lua-de-mel, os dois revolucionários acabaram se apaixonando. Foi neste momento que Olga passou pelo Brasil, mas com o fracasso da revolta, foi presa pelo governo Vargas e enviada de volta à Alemanha, grávida de sete meses de um filho de Prestes. Olga morreu num campo de concentração alemão. Sua filha Anita foi devolvida à mãe de Prestes, Dona Leocádia, vivida por Fernanda Montenegro. Baseado no livro homônimo de Fernando Morais, Olga traz ainda no elenco Osmar Prado e Eliane Giardini. Como o filme se passa em sua maior parte na Europa, foram reconstituídos em pleno Rio de Janeiro o clima e os cenários europeus. Um galpão carioca se tornou o campo de concentração e flocos de isopor se transformaram em neve. Olga tem pré-estréia neste domingo, às 19h, na Hebraica e estréia nacional no dia 20 de agosto. Uma exposição do figurino está na Estação República do Metrô.

Mais religião no cinema

A mostra de vídeos “ As várias imagens de Cristo”, do Centro Cultural São Paulo, vai exibir até outubro produções de diretores que retrataram Jesus no cinema, alguns seguindo à risca o Evangelho e outros que causaram muita polêmica, caso de Martin Scorcese com A última tentação de Cristo (1988), baseado no livro de Nikos Kazantzakis. Nesta semana a programação traz Ben-Hur (EUA, 1959), de William Wyler, sobre a história de um mercador judeu que é escravizado por seu amigo de infância (quarta); O Evangelho segundo São Mateus (Itália, 1964), de Pier Paolo Pasolini, em que a vida de Jesus Cristo é recontada a partir do Evangelho, retratando um Cristo revolucionário, que reage à hipocrisia dos homens (quinta); A maior história de todos os tempos (EUA, 1965), de George Stevens, que mostra do nascimento até a ressurreição de Jesus (sexta); e Viridiana (Espanha/México, 1961), de Luís Buñuel, sobre uma mulher que, às vésperas de se tornar freira, passa uns dias na mansão de um tio que tenta seduzi-la (sábado). Sessões às 14h, com entrada gratuita. Na r. Vergueiro, 1.000, tel. 3277-3611.

Nos limites da realidade

O Cinusp continua exibindo essa mostra, que nesta semana traz como atrações o americano Adaptação (segunda a quarta, às 16h, e quinta e sexta, às 19h) e o francês Swimming pool – À Beira da Piscina (em horários inversos), ambos trabalhando com a metalinguagem entre realidade e ficção. No primeiro, de 2002, dirigido po Spike Jonze (de Quero ser John Malkovich), o roteirista do filme Charlie Kaufman se torna protagonista e cria um irmão gêmeo (seu co-roteirista) para ajudá-lo na adaptação para o cinema de um livro sobre contrabando de orquídeas raras, fazendo com que se desenvolva uma história (O Ladrão de Orquídeas) dentro da história central. O segundo, produzido em 2003, de François Ozon, mostra uma escritora de livros policiais em bloqueio criativo, que se refugia na casa de campo de seu editor para escrever um novo romance, mas que tem seus planos mudados com a chegada da filha adolescente de seu anfitrião; e a partir daí sua imaginação e delírios vão dominando a trama. O Cinusp fica na r. do Anfiteatro, 181, favo 4 das Colméias, Cidade Universitária. Informações pelo tel. 3091-3540. A entrada é franca.

 

 

Aids no cinema

Esse é o tema do Festival Mix Brasil, que aconestá acontecendo até quinta, no Espaço Unibanco de Cinema. A Aids foi retratada por vários diretores como forma de resposta ao preconceito, testemunhando a dificuldade de se ter a doença em nossa sociedade e ainda como alerta para a prevenção. A mostra, que tem apoio do Grupo Pela Vida de São Paulo, vai exibir 23 filmes. Na terça estão A cura (EUA, 1995), de Peter Horton, em uma pequena cidade americana, um menino com HIV é obrigado a viver em regime de uma quase prisão (18h); Meu querido companheiro (EUA, 1990), de Norman René, em que uma festa na praia, em Fire Island nos anos 80, é definida a vida de um grupo de homossexuais nova-iorquinos (20h); e As horas (EUA, 2002), de Stephen Daldry, sobre um escritor soropositivo, agustiado e à beira da morte, que divide suas angústias com a ex-amante (22h). Ainda na programação está Tudo sobre minha mãe (Espanha/França, 1999), de Pedro Almodóvar, em que uma mãe que perde o filho precocemente parte em busca do pai, um travesti (quarta, às 20h); e ABC África (Irã/França), de Abbas Kiarostami, um documentário poético sobre as crianças órfãs de pais soropositivos (quinta, às 20h). Na Sala 4 do Espaço (r. Augusta, 1.470, tel. 287-5590), com ingressos a R$ 5,00.

Retrospectiva Guédiguian

Continua nesta semana a mostra de filmes do diretor francês Robert Guédiguian, com seu cinema intelectual que discute questões sociais. Entre os destaques está No lugar do coração (1998), com exibição nesta terça, às 15h30, e sábado, às 16h. O filme se passa no bairro portuário de l’Estaque e aborda o preconceito através do namoro de dois adolescentes: uma garota de 16 anos, e um rapaz negro, de 18, que planejam viver juntos até que um policial racista cruza com o garoto e o acusa de ter violado uma jovem, colocando-o na prisão. A outra atração é o recente Marie-Jo e seus dois amores, com primeira exibição no Festival de Cannes de 2002, sobre uma família de classe média que vê sua rotina alterada quando a mulher se apaixona por outro homem (sexta, às 17h, e sábado, às 18h10). Com legendas em português. No Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, Centro, tel. 3113-3651). Ingressos: R$ 4,00. A programação completa pode ser acessada no site www.cultura-e.com.br

 

 

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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