PROCURAR POR
 NESTA EDIÇÃO
  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Amadio: projetos para o futuro

 

 

 

 

 

 


F
azer 70 anos em ensino, pesquisa e extensão em época de Jogos Olímpicos, coincidindo com o 70O aniversário da própria USP, é para poucos. No dia 4 de agosto, a Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP comemorou sete décadas de atividades com a inauguração de uma escultura comemorativa – criada pelo professor Erasmo Magalhães Castro de Tolosa – e a promoção do concurso Prata da Casa, que contou com a participação de alunos, ex-alunos, professores e funcionários e apresentou obras artísticas nas categorias artesanal, escrita, corporal e musical. “O objetivo é despertar a criatividade e o potencial artístico da comunidade”, explica a professora de Ginástica Olímpica e Pedagogia do Esporte Myrian Nunomura, coordenadora do concurso.

Criada em 1934 e incorporada à USP em 1969, a EEFE, ao longo da sua história, sempre teve um papel pioneiro no País, assumindo a liderança e contando com cursos de graduação e pós-graduação com características inovadoras, tanto na área do ensino em educação física quanto no esporte, segundo o atual diretor da unidade, Alberto Carlos Amadio, no cargo desde 2002. Ele vê o trabalho desenvolvido pela escola com muito orgulho. “Nosso papel de vanguarda se estende à formação profissional. Desde o princípio, procurou-se fazer da formação dos instrutores de Educação Física, como eram chamados na época, indivíduos com capacidade profissional que tivessem a preocupação de prestar serviço em busca do aperfeiçoamento do ser humano no seu contexto global”, analisa Amadio.

A educação para a saúde sempre foi a temática principal da escola, segundo o diretor. Com ações de ponta desenvolvidas pelo Centro de Excelência em Prática Esportiva, a escola tem auxiliado atletas olímpicos, analisando e acompanhando o seu desenvolvimento físico.
A EEFE também realiza atividades com portadores de deficiência coronariana, diabéticos, obesos e crianças asmáticas, a partir de grupos de alunos de fisiologia, biomecânica e aprendizagem motora, a fim de promover a qualidade de vida dos indivíduos. “Sabemos que o exercício físico é fundamental para essas populações”, ensina Amadio.

Ampliar suas atividades para além-muros da Cidade Universitária é outro objetivo da escola. Em 2005, ela implantará no campus da USP na zona leste – a ser inaugurado no próximo ano – o curso de Bacharelado em Ciências da Atividade Física. Educação Física foi a terceira opção de cursos escolhida pela população da região, em pesquisa feita pela Universidade para conhecer a opinião dos moradores. O diretor conta que esse resultado deixou os professores da EEFE motivados a interagir com a sociedade e a pesquisar a relação entre o esporte e a saúde, em busca da qualidade de vida do bairro. “O curso proposto é inovador e reflete importante tendência na moderna preparação profissional e acadêmica, orientada aos desafios da sociedade contemporânea. O objetivo é formar recursos humanos competentes.”




Mente sã em corpo são: a Escola de Educação Física e esporte trabalha tanto o desenvolvimento acadêmico como o aprimoramento físico e da qualidadede vida



Novos talentos


Não param aí as novidades da unidade. Com a intenção de promover a descoberta de novos talentos, a EEFE, em parceria com o Ministério do Esporte, lançará no dia 8 de setembro o Programa de Descoberta de Talentos Esportivos, voltado para alunos da rede pública e privada de ensino, com idades entre 7 e 14 anos. O programa será promovido em todas as capitais brasileiras, que se encarregarão de mobilizar a população. “Na primeira fase será feita uma bateria de testes físicos, como corrida e salto, para que as crianças possam mostrar suas habilidades. No segundo momento do programa, vamos promover a capacitação desse talento, que será encaminhado para algum centro esportivo universitário, olímpico ou para os Centros de Educacionais Unificados (CEUS), para treinamento supervisionado”, ressalta Amadio. Essa campanha envolve nove universidades de vários Estados do País, que compõem a Rede Centros de Excelência Esportiva (Cenesp) do Ministério do Esporte”, ressalta Amadio.

Outra área de atividade da EEFE é o programa de treinamento e atualização de docentes da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação da cidade de São Paulo. Através desse programa, a escola ajuda a capacitar esses docentes nas suas ações profissionais.
Há também os Programas de Mestrado Interinstitucional (Minter). A escola já desenvolveu dois desses programas, em cooperação com a Universidade Estadual de Londrina e com a Universidade do Amazonas. A unidade mantém ainda programas acadêmicos de intercâmbio científico internacional com a Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto, em Portugal, e com a Deutsche Sporthochschule Köln, na Alemanha.

Peregrinação

No princípio, a EEFE não compunha o quadro de unidades da USP. Sua história começa em 4 de agosto de 1934, a partir da iniciativa de um grupo de pessoas que queriam formar profissionais para atuar na área. Somente em 1958 o governo federal passou a reconhecê-la como pertencente ao sistema estadual de ensino superior. Em 1969 a escola foi incorporada à USP e, em 1975, chegou ao campus da Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira. “Toda essa peregrinação fez com que a escola passasse por vários organismos oficiais do Estado, mas a maior parte do tempo ela sempre esteve ligada ao Departamento de Educação Física do Estado, o antigo DEF. Ou era dominada por ex-atletas ou pelo Exército”, lembra Amadio. “A escola surgiu como um segmento de estruturação civil e a ginástica passou a ser um elemento educacional, e não mais um elemento de formação do caráter, como pensavam os militares.”

Atualmente conta com uma área de aproximadamente 9.500 metros quadrados para o desenvolvimento de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Dispõe de ampla infra-estrutura esportiva, didática e laboratorial. Somam-se a isso a sua biblioteca, com um acervo de 15 mil livros, 1.200 teses, 62 assinaturas de títulos internacionais e 46 títulos nacionais de periódicos científicos tematicamente orientados à área da educação física e do esporte.

A escola possui três departamentos: Esporte, Pedagogia do Movimento do Corpo Humano e Biodinâmica do Movimento do Corpo Humano. Os laboratórios e grupos de pesquisa desenvolvem pesquisas de ponta e atendem tanto a graduação quanto a pós-graduação. Os cursos oferecidos são três: bacharelado em Educação Física, bacharelado em Esporte e Licenciatura em Educação Física.

Entre os leigos fica a dúvida: qual a diferença entre a educação física e o esporte? Como relata o diretor, “uma área pode trabalhar com a matéria-prima da outra, de modo que essa diferenciação não seja tão agravada”. A diferença é que o esporte é um fenômeno caracterizado pela prática esportiva, como o atletismo, o voleibol e o futebol, por exemplo. Já a educação física tem como elemento básico a formação de profissionais, procurando o rendimento do indivíduo não apenas através do esporte, mas também pela saúde e qualidade de vida. Em alguns momentos uma área se sobrepõe à outra. “A educação física é orientada, tanto no bacharelado quanto na licenciatura, para a capacitação do técnico, enquanto o esporte é para atuar como treinador e conta também com especialização para jornalismo esportivo.”

 

 
ir para o topo da página


O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
[EXPEDIENTE] [EMAIL]