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Peças totalmente artesanais. Das engrenagens, rodas e até parafusos. Tudo é construído pelo modelista Edmar Mammini, que cultiva desde os oito anos de idade o hobby de colecionar miniaturas de meios de transporte a vapor. Um trabalho que leva tempo e precisa superar obstáculos, como o fato de não se conseguir aqui no Brasil as plantas originais (a maior parte delas vem da Inglaterra) ou ainda do próprio material (o cobre é vendido em grandes metragens, o que inviabiliza a construção da peça por seu alto valor comercial, sendo necessário procurá-lo em outros lugares) e das ferramentas especiais por ser um trabalho minucioso. Também é preciso uma boa oficina e muita paciência. São anos para reunir todo o material e fabricar uma peça. Cinco delas de um total de 14 de sua coleção estão expostas na Estação Ciência, todas funcionando e contando um pouco da história dos meios de transporte.

A que mais faz sucesso é a Locomotiva Pacific, de 1925, que pertencia à antiga Estrada de Ferro Sorocabana, fabricada em caldeira de cobre e máquina de ferro fundido, pesando no total 60 quilos. Na montagem, foi feito um trilho, sob a orientação de Mammini, de cerca de 65 metros, em que a miniatura da locomotiva desliza, levando pessoas em seus cinco vagões de carga para demonstrar sua força. Uma das mais antigas é um barco de origem canadense/americana (as peças do barco vieram de Vancouver e o motor de Chicago), o Gaiola do São Francisco Belmiro Gouveia, de 1910. “Até hoje não descobri como eles fizeram para levar a caldeira do barco rio acima, já que esta pesava cerca de 10 toneladas”, diz curioso Mammini, que construiu a peça em fibra sintética, bronze e madeira. Ele também informa que atualmente um barco igual, o Benjamin Guimarães, circula com turistas, e que ainda hoje pode ser vista a destruição da mata ciliar por causa dos cortes das árvores ribeirinhas que eram utilizadas nas caldeiras dos barcos a vapor.

Mais três peças estão em exposição. Um trator agrícola da marca inglesa William Allchin – no Brasil eram poucos, sendo mais comuns na versão urbana, utilizados na época para asfaltar ruas – foi construído em detalhes a partir de materiais como latão, ferro e bronze, incluindo todo o trabalho de calandra (moldes que deixam a roda sem rebites). A lancha inglesa Off Shore, de 1890, que pertencia às docas de Santos e era usada para fazer a inspeção do porto (a versão construída por Mammini em madeira, ferro fundido e cobre é similar à original). E finalmente, um motor a vapor que está funcionando na Estação Ciência com ar comprimido, mostrando todas as suas engrenagens, hélice, condensador, cilindros e caldeira. Mas é bom lembrar que não se pode encostar nas peças, uma vez que todas são como uma “panela de pressão”, como compara Mammini, alertando que elas podem queimar. Uma viagem no tempo em que tudo funcionava a vapor.

A exposição fica em cartaz até 17 de dezembro, com visitação de terça a sexta, das 8h às 18h, e sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h. A Estação Ciência fica na r. Guaicurus, 1.274/1.394, Lapa, tel. 3673-7022. Grátis.

 

 




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