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esta terça-feira, dia 8, o segundo turno da eleição para reitor da USP escolherá os três nomes que vão compor a lista tríplice a ser encaminhada ao governador Geraldo Alckmin, a quem cabe a indicação final. Enquanto no primeiro turno, realizado no dia 25 de outubro, votaram 1.408 eleitores, nesta segunda etapa o colégio eleitoral é reduzido para 301 pessoas: os membros do Conselho Universitário e dos Conselhos Centrais da Universidade. Tão logo as urnas indiquem os três nomes mais votados, o reitor Adolpho José Melfi deve se reunir com o governador para que seja anunciado o ocupante do cargo máximo da USP pelos próximos quatro anos. “Quanto aos aspectos administrativos, estamos com tudo organizado para que não ocorra nenhum tipo de problema, assim como no primeiro turno”, garante a secretária-geral da USP, professora Nina Ranieri.

A cédula conterá os nomes dos oito candidatos mais votados no primeiro turno: Hélio Nogueira da Cruz (659 votos); Suely Vilela (645); Antonio Marcos de Aguirra Massola (490); Adilson Avansi de Abreu (366); Sedi Hirano (155), Francisco Antonio Rocco Lahr (28); Walter Colli (27) e Marcos Cortez Campomar (16). Rocco Lahr, diretor da Escola de Engenharia de São Carlos, Colli, do Instituto de Química, e Campomar, diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, não fizeram campanha no primeiro turno e também não estão fazendo no segundo. Sua participação no processo está mais ligada à exigência do regimento da USP de haver oito candidaturas no segundo turno e ao reconhecimento da comunidade na primeira votação, pois todos os professores titulares da Universidade podem receber votos no primeiro turno.

Os três nomes que vão compor a lista a ser encaminhada ao governador devem receber maioria absoluta dos votos, ou seja, metade mais um. Se do primeiro escrutínio – que tem início marcado para as 13h30 e encerramento às 14h30 – não saírem três nomes com essa votação, será realizado um segundo escrutínio, com início dez minutos após a proclamação do resultado do escrutínio anterior, também obedecendo à necessidade de maioria absoluta. Caso seja necessário um terceiro escrutínio, a escolha do(s) nome(s) restante(s) para a lista tríplice será feita com qualquer votação.



O primeiro turno das eleições, ocorrido em outubro: nesta terça feira, dia 8, segundo turno definirá a lista tríplice


Expectativa

Para a pró-reitora de Pós-Graduação, professora Suely Vilela, a votação do primeiro turno indica a boa receptividade ao seu trabalho e às suas propostas. “Estou muito otimista. Confio na comunidade e espero que ela indique meu nome como o primeiro da lista”, diz. A pró-reitora afirma que nos últimos dias permaneceu utilizando a mesma estratégia da fase inicial de sua campanha, ou seja, “conversando com as pessoas para trocar idéias e apresentar as propostas”. Suely Vilela afirma ainda que a USP precisa discutir seu processo eleitoral, que qualifica de “muito desarticulado”: “Os candidatos ficam sem orientação, por exemplo, em relação a como e quando lançar sua candidatura. Deveria haver um direcionamento maior nesse sentido e, se eleita reitora, pretendo trabalhar nesse aspecto, que é extremamente importante”.
O coordenador da Coordenadoria do Espaço Físico, professor Antonio Marcos de Aguirra Massola, diz que não tem feito contato com os eleitores. “Acredito sempre que o que eu já fiz pela USP é o suficiente para que a comunidade me conheça”, diz. Em relação ao desfecho do pleito, Massola afirma que a expectativa quanto ao resultado “não depende de mim, e sim dos eleitores”.

Para o pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária, professor Adilson Avansi de Abreu, o colégio eleitoral do segundo turno é formado por lideranças da USP que “farão uma reflexão para se posicionar em relação ao que é melhor para a Universidade”. Num colégio que constitui “um grupo com visão mais crítica em relação à USP e aos programas apresentados, outros componentes envolvem esse processo”, pondera Avansi. “É um momento em que a própria USP vai sinalizar para onde quer ir”, disse o pró-reitor em entrevista à Rádio USP de Ribeirão Preto.

O diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), professor Sedi Hirano, avalia que na votação do primeiro turno teve um certo peso a vinculação que os candidatos tinham naquele colégio eleitoral mais ampliado. “À exceção do meu caso, todos os demais possuíam vinculação com a Reitoria, com ramificações e conselhos espalhados por praticamente todas as unidades. No meu caso, senti uma certa dificuldade para entrar em algumas unidades. Mas acredito que foi uma votação compatível com a representação e o prestígio que a FFLCH tem no Conselho Universitário e nos conselhos que participaram do primeiro turno”, diz. Hirano afirma que o segundo turno é uma outra eleição, na qual existe “uma espécie de voto senatorial, pois o peso das unidades se equaliza em seis votos por unidade”, e acrescenta que tem a expectativa de estar na lista tríplice.

O professor Hélio Nogueira da Cruz, vice-reitor da USP e candidato mais votado no primeiro turno, estava em viagem pelo interior do Estado e não foi localizado pela reportagem do Jornal da USP.


“Quanto aos aspectos administrativos, estamos com tudo organizado para que não ocorra nenhum tipo de problema, assim como no primeiro turno”, assegura a secretária-geral da USP, professora Nina Ranieri


Estudantes discutem como votar

Os 36 alunos de graduação e pós-graduação que formam a representação discente no segundo turno da eleição para a Reitoria da USP totalizam praticamente 12% do colégio eleitoral – peso que, segundo alguns candidatos ouvidos pela reportagem, pode ser decisivo no processo. No primeiro turno, o indicativo tirado em assembléia para os estudantes da graduação foi de anular o voto. Para decidir que postura adotar no segundo, nova assembléia está marcada para a tarde do dia 7. “O leque de propostas que podem surgir vai desde retomar a anulação até apoiar um nome”, diz o estudante Rodolfo Vianna, representante discente no Conselho Universitário e integrante da direção do Diretório Central dos Estudantes (DCE). Os estudantes de pós-graduação tinham reunião marcada para o final da semana passada em São Paulo – após o fechamento desta edição – para deliberar sobre sua posição no segundo turno.

O presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), professor César Minto, diz que a entidade pretende recorrer da decisão judicial de negar a liminar para o mandado de segurança impetrado contra a continuidade da eleição na USP. “Entrar com essa ação não foi uma decisão tranqüila. A gente esperava não ter que chegar a tanto”, diz. Ao lado das representações de funcionários e estudantes, a entidade vai propor na reunião do Conselho Universitário de dezembro a abertura de um diálogo e de um processo institucional.

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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