A
reitora da USP, professora Suely Vilela, assumiu no dia 10 a presidência
do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp)
para o exercício de 2006, sucedendo ao professor Marcos Macari,
reitor da Unesp. Ela considera o cargo relevante, porque ao Cruesp
compete decidir sobre questões prioritárias das três
instituições, como aposentadoria, política
salarial e gratificações, isto é, sobre boa
parte da vida acadêmica.
Suely encara com naturalidade o fato de ser a primeira mulher a
dirigir a entidade: “Espero desempenhar a função
de maneira serena, com responsabilidade e competência, da
mesma forma que fez o professor Macari, que me antecedeu no cargo”.
Disse que, depois do ato formal de transferência da presidência,
o próximo passo será pegar, através das chefias
de gabinete, “o estado da arte de cada um dos temas”
e dar seguimento aos debates em busca de soluções.
Sobre o programa de expansão de cursos e vagas, Suely observou
que para este ano está prevista apenas a construção
pela Unicamp do campus de Limeira. Outras duas ações
são pontuais: a consolidação da transferência
da Faculdade de Engenharia Química de Lorena (Faenquil) para
a USP e a incorporação das Faculdades de Medicina
de Marília e de São José do Rio Preto pela
Unesp, processo ainda em fase de discussão.
Fotos:
Francisco Emolo
Suely,
Macari e Jorge: esforço para ampliar o ensino superior
precisa ter respaldo financeiro |
Em relação à Faenquil, disse que ainda falta
o decreto de transferência que deve ser assinado pelo governador
Cláudio Lembo. Só então começarão
a ser liberados, em cinco parcelas anuais, os recursos previstos
no acordo, correspondentes a 0,07% do ICMS do Estado. Segundo a
reitora, a faculdade de Lorena atua em áreas em que já
existe cooperação efetiva com a USP. “Somos
parceiros em vários projetos de pesquisa. Trazer a Faenquil
significa dar padrão USP à unidade e reforçar
a cooperação mútua.”
A reitora lembrou que a questão da incorporação
dos servidores docentes e não-docentes da Faenquil não
depende da vontade da USP nem foi votada pelo Conselho Universitário.
Depende da lei de 2002 que colocou esses cargos em extinção.
De acordo com a reitora, seria inconstitucional trazê-los
para a Universidade sem concurso público. Mesmo os professores
que tenham ingressado naquela faculdade de engenharia química
por concurso serão obrigados a se submeter a novo processo
de seleção, mas isso vale para todas as instituições.
Se um professor concursado da Unicamp quiser ingressar na USP também
terá de passar por esse processo. É a regra. Mas a
reitora informa que todos os servidores da Faenquil terão
a oportunidade de passar para a Universidade, pois haverá
concursos para incorporá-los, assim que se concluir o processo
de transferência.
Unicamp – No caso da unidade da Unicamp em Limeira, o reitor
José Tadeu Jorge informa que o projeto prevê a criação
de mil vagas por ano, até alcançar 4 mil. Já
foi submetido ao Estado com a vinculação de recursos
correspondentes a 0,05% do ICMS, além da cota habitual da
Unicamp. O edital de construção do campus deve sair
ainda este mês, a fim de que as empresas apresentem propostas.
A estrutura necessária para receber a primeira turma de alunos,
em março de 2007, deve estar concluída até
fevereiro daquele ano. Os cursos a serem ministrados em Limeira
ainda estão sendo definidos, mas é certo que, a exemplo
do que aconteceu na USP Leste, haverá novidades a serem votadas
pelo Conselho Universitário. Entre elas, os cursos inéditos
de Manufatura e Administração da Cultura.
Entre os temas analisados pelos reitores no encontro do dia 10 estava
a reivindicação de um acréscimo na parcela
do ICMS destinado às universidades oficiais do Estado, em
razão da expansão de vagas ocorrida entre 2002 e 2005,
que “impactou o orçamento”, na expressão
do reitor Tadeu Jorge. “A solicitação do Cruesp”,
destacou o reitor da Unicamp, “é no sentido de que
todo esse esforço de oferta de mais oportunidades no ensino
superior público possa ter respaldo financeiro, para manter
a qualidade dos novos cursos.” Suely disse que serão
feitos estudos para se chegar à porcentagem desejada, considerando
apenas a questão de pessoal. O documento correspondente será
apresentado à Secretaria de Ciência e Tecnologia para
a aprovação esperada. Outra reivindicação
dos reitores é que a parte do ICMS destinada às universidades
públicas seja fixada em lei e, se possível, conste
da própria Constituição estadual.
Lajolo
toma posse na Vice-Reitoria
Franco Lajolo assume o cargo de vice-reitor:
“A Universidade precisa fortalecer a excelência
acadêmica”
O
professor Franco Maria Lajolo tomou posse oficialmente como
vice-reitor da USP às 14 horas do dia 11, durante reunião
extraordinária do Conselho Universitário. “O
afinamento e a sintonia de todos os membros da equipe dirigente
da Universidade, ao longo de uma gestão, é essencial”,
disse Lajolo após ser empossado pela reitora Suely
Vilela.
Em seu discurso de posse, o professor da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas (FCF) da USP agradeceu a “confiança
da comunidade universitária” ao escolhê-lo
para o cargo. “Mais do que o reconhecimento por uma
longa história de dedicação pessoal à
USP, esta escolha representa a confiança no programa
da professora Suely Vilela, de cuja montagem participei.”
“A Universidade precisa fortalecer a excelência
acadêmica”, afirmou Lajolo. “Em todos os
cargos que ocupei, sempre me moldei pelos valores acadêmicos,
pelo diálogo, pelo respeito à Universidade,
sem alinhamentos ideológicos e partidários,
buscando fortalecer a inovação e a integração.”
Após a reunião, Lajolo declarou que a Comissão
Permanente de Avaliação (CPA), presidida pelo
vice-reitor, pretende coordenar a elaboração
de um planejamento estratégico da USP para os próximos
quatro anos, para ser debatido pelo Conselho Universitário
e transformado em políticas de gestão discutidas
pela Universidade.
A CPA, segundo o professor, deve ser uma comissão de
desenvolvimento institucional, a partir dos diagnósticos
de problemas e planos de metas feitos pelas unidades nos ciclos
de avaliação. “Ela deve trabalhar de forma
integrada com a Comissão de Atividades Acadêmicas,
o Conselho Universitário e as Pró-Reitorias.”
Fapesp – Após a posse de Lajolo, o Conselho Universitário
definiu as listas tríplices para as vagas da USP no
Conselho Superior da Fapesp. “Os nomes vão ser
encaminhados à Secretaria Estadual de Ciência
e Tecnologia, para apreciação e escolha do governador
Cláudio Lembo”, explicou Suely Vilela. Serão
indicados três professores, um na área de ciências
humanas, outro de ciências exatas e tecnologia e o terceiro
de ciências biológicas.
Na área de ciências humanas foram eleitos os
professores Sedi Hirano, da Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas, Nélio Bizzo, da Faculdade
de Educação, e Maria Helena de Souza Patto,
do Instituto de Psicologia.
Entre os professores de ciências biológicas,
o Conselho Universitário escolheu Suely Vilela, José
Antonio Visintin, da Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia, e Hugo Aguirre Armelin, do Instituto de Química.
Na área de ciências exatas e tecnologia foram
eleitos Alejandro Szanto de Toledo, do Instituto de Física,
Vahan Agopyan, da Escola Politécnica, e Iberê
Luiz Caldas, também do Instituto de Física.
JÚLIO BERNARDES, da
Agência USP de Notícias
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