Diálogo, mas sem acordo

Os reitores das universidades públicas do Estado de São Paulo dizem que o orçamento não permite melhorar a proposta de reajuste salarial de 2,55% em duas parcelas, estudam atendimento setorizado de algumas reivindicações, além dos benefícios já concedidos, e querem continuar o diálogo. Docentes e funcionários rejeitam a proposta, pedem aumento de 7% e ameaçam com paralisação a partir desta quinta-feira. No entanto, nova reunião de negociação entre o Cruesp e o Fórum das Seis está marcada para o mesmo dia, quando o tema principal da pauta será a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2007 na Assembléia Legislativa. Os sindicatos tentam aumentar de 9,57% para 11,6% a participação das universidades no ICMS, enquanto o Cruesp pede 10,0339%, alertando que, para atender à expansão de vagas, seria necessário chegar a 11,19%. O conselho propõe ainda que o Estado assuma a parcela correspondente aos inativos, despesa hoje de responsabilidade das universidades. O projeto do governo mantém os 9,57%. Dia 29 de maio, o governador Cláudio Lembo assinou decreto que transfere para a USP a Faculdade de Engenharia Química de Lorena. A cada ano, 20% do quadro funcional será absorvido pela Universidade.universidade





Toni, 80 anos de orquestras

O maestro Karl Bohn e todos os componentes da Filarmônica de Viena assinaram o memorial de criação, na USP, de um departamento de música. Isso foi em 1966, quando visitavam São Paulo. A proposta, incluída três anos depois no Estatuto da Universidade, era do professor e maestro Olivier Toni, que não admitia a possibilidade de ensino superior “sem namoro com nada que seja arte”. Toni completou em maio 80 anos e vira menino quando fala de música e de suas realizações. Ajudou a fundar nove orquestras, entre elas a de Câmara de São Paulo, de Câmara da USP e Sinfônica da USP. Gilberto Mendes, Willy Corrêa de Oliveira, Régis Duprat, Rodolfo Coelho de Souza e Gilmar Jardim são alguns de seus alunos mais ilustres. O maestro e compositor gostaria que no Departamento de Música da ECA houvesse pelo menos 80 vagas, não 30 apenas, e que todas as pessoas envolvidas com música na USP tivessem algum vínculo com a Universidade. Mais música: o Centro Cultural São Paulo lança nesta semana CDs com obras inéditas de cinco compositores brasileiros contemporâneos. Páginas 10 e 11. cultura

 

Arte variada na Pinacoteca

Os cem anos de nascimento do artista plástico Fúlvio Pennacchi estão sendo lembrados em São Paulo com retrospectiva na Pinacoteca do Estado, com a curadoria de Tadeu Chiarelli. São 300 obras, entre pinturas, gravuras, desenhos, estudos e cerâmicas, mostrando uma paisagem brasileira com gente simples. A voz de Pennacchi se faz ouvir na Pinacoteca, trazendo o Brasil dos imigrantes e o cotidiano dos arredores da cidade: “Eu adoro figuras, principalmente se retratam homens do campo, nossos caboclos, essa gente simples e ingênua. Acho mesmo que o lado humano é básico na arte”. O artista nasceu na Itália e chegou ao Brasil em 1929, integrando-se na colônia e tirando dela a sua arte. Ainda na Pinacoteca, uma exposição de fotos de Fernando Stickel, que deu atenção especial aos novos prédios da Vila Olímpia. A curadoria é de Diógenes Moura. Os visitantes têm também a chance de apreciar a mostra “Acervo da Fundação Nemirovsky — o olhar do colecionador”, em área de 700 metros quadrados. especial



 

A ciência da nova ordem

Relações internacionais é uma área de estudo relativamente nova no Brasil e, por isso mesmo, os cursos ainda estão em fase de consolidação de disciplinas e rumos. Desde 2002, a USP forma bacharéis nessa especialidade, mas pós-graduação não existe, embora muitas dissertações e teses sobre relações internacionais venham sendo elaboradas e defendidas em subáreas de diversas unidades. Para discutir a história dos cursos de RI e modelos possíveis, o Instituto de Relações Internacionais, com sede na FEA, promoveu debates na semana passada, reunindo professores da USP e de outras instituições. De acordo com a professora Maria Hermínia Tavares de Almeida, vice-diretora do instituto, a graduação em várias escolas particulares quase nada tem a ver com relações internacionais, e classificá-las como formadoras de especialistas nessa área é atribuir-lhes rótulo indevido. O curso da USP, que acaba de formar a primeira turma, pretende dar uma formação interdisciplinar básica com estudos de ciência política, direito, economia, história e línguas, nos dois primeiros anos, seguidos de mais dois, quando o aluno pode fazer opções por disciplinas. universidade



 
 
 
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