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A Biblioteca do Instituto de Psicologia da USP abriga mais do que estantes de livros e revistas. É também a sede da Biblioteca Virtual Brasileira de Psicologia, conhecida como BVS-Psi (Biblioteca Virtual de Saúde-Psicologia), que disponibiliza na internet artigos científicos na área. Integra o movimento do acesso aberto, que pretende “tornar gratuito o acesso à produção cientifica”, explica Maria Imaculada Cardoso Sampaio, diretora da Biblioteca do Instituto de Psicologia e coordenadora técnica da BVS-Psi. “O acesso aberto vem contra a idéia de que se deve pagar para obter o conhecimento produzido na própria Universidade”, diz Maria Imaculada. “É um assunto que está crescendo e ganhando espaço.”

A biblioteca virtual nasceu em 2001, por iniciativa da Biblioteca do Instituto de Psicologia da USP e do Conselho Federal de Psicologia (CFP), além de outros parceiros, como o Fórum Brasileiro de Entidades de Psicologia, a Bireme (banco de dados ligado ao Centro Latino Americano e do Caribe de Informação na Área de Ciências da Saúde) e a Rede Brasileira de Bibliotecas da Área de Psicologia.

Em 2003, a biblioteca começou sua expansão para outros países. Espera-se que até 2008 ela se torne o espaço do psicólogo da América Latina e Caribe. Para Maria Imaculada, a psicologia é uma área que está muito bem organizada no Brasil. “A psicologia brasileira encontrou na biblioteca virtual um espaço ideal para publicar seu conhecimento e expandiu isso para a América Latina, ensinando-a também como se organizar.” Hoje há ações em 11 países.

No ano passado foi lançado o portal de revistas chamado Pepsic- Periódicos Eletrônicos em Psicologia, que publica periódicos de acesso via internet. No portal existem atualmente 17 revistas brasileiras e uma latino-americana, a Revista da União Latino-americana das Entidades de Psicologia, todas com artigos científicos na área de psicologia publicados integralmente. “O portal de revistas eletrônicas surgiu a partir da iniciativa dos próprios editores, que se reuniram em torno de uma associação para garantir que ele continuasse, porque acreditam que é esse caminho do acesso livre que as revistas devem seguir”, diz André Serradas, vice-coordenador da biblioteca virtual e coordenador do portal de revistas. “É um esforço de toda comunidade cientifica, não um esforço isolado.” O Pepsic utiliza a tecnologia da SciELO (Scientific Eletronic Library Online), uma das bibliotecas pioneiras na questão do acesso livre à informação.

A importância de criar um espaço para os pesquisadores dos paises latino-americanos, além de organizar a informação, é diminuir a falta de comunicação entre eles, diz Maria Imaculada. “Existem bases de dados sobre a psicologia de países como Estados Unidos e Inglaterra, mas essas bases são extremamente seletivas e indexam poucas revistas brasileiras.”
A base de dados de periódicos, chamada Index-psi-periódicos, é outra ferramenta importante que já está disponível na biblioteca virtual. André Serradas explica que a base de dados reúne todos os periódicos de psicologia no Brasil, publicados correntemente, algo em torno de 170 títulos. “O conteúdo das revistas não está completo, mas na base de dados temos, por exemplo, a referência e o resumo.” A preparação dos arquivos passa pelo processo de marcação, em que é identificado cada elemento do artigo, como referências bibliográficas, autores, títulos do artigo em português, inglês e espanhol, palavras chaves, volume, paginação etc. A indexação dos periódicos é um processo que está em constante crescimento e conta atualmente com 30 mil registros de revistas e cerca de 4 mil teses de pós-graduação em psicologia.

“O portal, aliado ao index de revistas, oferece mais que disponibilidade de PDF ou HTML da revista”, lembra Serradas. Oferece também o que ele chama de “índices bibliométricos”, que são índices de uso e impacto dos periódicos. Com isso pode-se saber quais periódicos foram mais consultados e quais receberam maior número de citações, inclusive citados em outras revistas. O trabalho feito na indexação é detalhado e essencial para extrair esses indicadores. “Isso vai tornar o Pepsic um instrumento não só de acesso, mas uma fonte efetiva de informação para as agências de fomento e para os próprios psicólogos e pesquisadores.” Os primeiros relatórios serão publicados no segundo semestre deste ano. Para Maria Imaculada, “isso só é possível graças à internet. Sem ela nada disso existiria”.

Incluir o psicólogo que trabalha em clínica como também formador da biblioteca virtual é a próxima etapa. A biblioteca e o portal de revistas eletrônicas facilitam sua atualização, porque trazem as discussões mais recentes sobre os temas da psicologia. O psicólogo poderá ajudar registrando um resumo da sua prática profissional em outra base de dados que será criada. A biblioteca ainda tem uma vitrine virtual para 37 editoras que publicam livros na área de psicologia. “Isso é uma ferramenta útil. A psicologia, por seu caráter interdisciplinar, está espalhada por livrarias e editoras. A biblioteca virtual reúne esses livros para que o leitor os ache mais rapidamente”, explica Serradas. Para cada livro exposto no site a Biblioteca do Instituto de Psicologia recebe um exemplar.

Mais informações podem ser obtidas na página eletrônica da Biblioteca Virtual Brasileira de Psicologia.


 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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