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Design Gráfico Brasileiro: Anos 60
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O período de consolidação do design gráfico
brasileiro é retratado no livro O Design Gráfico
Brasileiro: Anos 60 (CosacNaify, 304 págs., R$ 74,00), organizado
por Chico Homem de Melo, segundo volume da coleção
iniciada com O Design Brasileiro Antes do Design. O próprio
organizador assina um dos capítulos, “Design de Livros”,
que mostra a relação entre o desenvolvimento da indústria
editorial brasileira e do design gráfico, usando como exemplos
as revistas Realidade e Senhor. Os projetos gráficos criados
pelo design baiano Rogério Duarte, tão complexos
e alegóricos quanto as mudanças propostas pelo movimento
tropicalista do fim dos anos 60, estão em artigo de Jorge
Caê Rodrigues. Há ainda mais dois capítulos: “A
Identidade Visual Toma Corpo”, de André Stolarski,
sobre a consolidação da identidade visual brasileira,
e “De Costas para o Brasil: o ensino de um design internacionalista”,
de João de Souza Leite, que discute o ensino de design no
País a partir de uma análise da Escola Superior de
Desenho Industrial (Esdi). Além da compilação
iconográfica, a obra reúne 514 imagens, incluindo
peças gráficas raras (acompanha o livro um tubo com
cartazes de Osvaldo Vanni, Goebel Weyne, Ziraldo e Rogério
Duarte, em edição limitada). O lançamento
acontece nesta terça, às 19h30, na Bienal Brasileira
de Design, que fica em cartaz somente até domingo, na Oca
(Parque do Ibirapuera, portão 2). Durante o lançamento
haverá debate com João Carlos Cauduro, Rogério
Duarte e Ziraldo, mediado pelo organizador.
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Dois livros sobre educação
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A Summus Editorial acaba de lançar duas obras que abordam
a educação. Inclusão e Educação – Doze
Olhares sobre a Educação Inclusiva (320 págs.,
R$ 52,90), organizado por David Rodrigues, da Universidade Técnica
de Lisboa, reúne textos de especialistas em educação – seis
brasileiros e seis portugueses –, aliando conhecimento
teórico e experiência cotidiana. Os ensaios abordam
temas como educação especial, formação
de educadores, incorporação da cidadania à sala
de aula e combate ao preconceito. Um dos artigos, “Inclusão
x Exclusão no Brasil”, assinado por Windyz B. Ferreira,
coordenadora do projeto de formação docente Educar
na Diversidade, do Ministério da Educação
no Brasil, aborda a formação de professores, tema
que nos últimos 15 anos se tornou uma das prioridades
das agendas internacional e nacional. A outra obra da editora é Humor
e Alegria na Educação (192 págs., R$ 33,90),
organizado por Valéria Amorim Arantes, professora da Faculdade
de Educação da USP e coordenadora do Ciclo Básico
de todos os cursos da USP Leste. O livro reúne textos
de oito especialistas em educação e psicologia,
que discutem e apontam alternativas para abrir os muros escolares
a propostas educativas que dêem novos significados ao ato
de educar. Entre os temas, o lúdico no pensamento e na
prática medieval a partir de aspectos da obra de Tomás
de Aquino, abordado pelo filósofo Jean Lauand, e a importância
de brincar, nos artigos dos pesquisadores Mário Sérgio
Vasconcelos e Maria Lúcia Oliveira.
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Histórias do Sr. Keuner
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Em 1947, após breve período na Suíça
sem conseguir visto de residência definitivo nesse país,
Bertold Brecht é obrigado a partir e chega a Berlim Oriental,
onde passaria seus últimos anos. Mais de 50 anos após
sua partida, o pesquisador Werner Wüthrich descobre fotos,
cartas, documentos e manuscritos originais que Brecht deixou
em solo suíço. Entre o material havia uma pasta
contendo 58 textos relacionados ao Sr. Keuner, personagem considerado
como um alter ego do escritor, sendo que 15 deles eram inéditos.
A Editora 34 reuniu esses novos textos, com tradução
de Paulo César de Souza, aos outros 87 já conhecidos
para compor esta edição de Histórias do
Sr. Keuner (144 págs., R$ 29,00), a mais completa coletânea
já publicada até agora. Os textos sobre o Sr. Keuner
variam quanto ao tamanho, podem às vezes ter duas páginas
ou uma só linha, e têm uma linguagem fácil
e divertida. O personagem, um misto de filósofo, professor
e homem de ação, faz uso da dialética e
do humor para abordar temas variados, como o conhecimento, a
traição, a fome, os seus erros e enganos, que acabam
por influenciar a visão do leitor. Todos os textos da
coletânea foram escritos entre os anos de 1926 e 1956,
ano da morte do escritor, entretanto Brecht publicou apenas algumas
das histórias do Sr. Keuner ao longo de sua vida em cadernos
diversos.
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Teatro realista e romntico
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A Editora Martins Fontes lança mais dois volumes da coleção
Dramaturgos do Brasil. Em Antologia do Teatro Realista (450 págs.,
R$ 42,50), João Roberto Faria, coordenador da coleção
e professor de literatura na USP, selecionou três peças
que foram encenadas na década de 1860 em teatros do Rio
de Janeiro, com sucesso de crítica e público, para
compor o volume. São elas: Os Mineiros da Desgraça,
de Quintino Bocaiúva, História de uma Moça
Rica, de Pinheiro Guimarães, e Cancros Sociais, de Maria
Ribeiro. As peças são marcadas pelo teatro da escola
realista, que se desenvolveu no País durante os anos de
1855 e 1865, mostrando os vícios sociais, com diálogos
baseados na naturalidade e estilo fluente. O teatro realista
se formou paralelamente ao Romantismo, estética dominante
na poesia e na prosa da época, e se diferenciava por abordar
a vida em família e sociedade, ao contrário dos
temas universais românticos. Esses temas universais são
encontrados em Antologia do Teatro Romântico (454 págs.,
R$ 42,50), organizado pela professora de Artes Cênicas
Elizabeth R. Azevedo, que selecionou três jovens autores,
entre estudantes e bacharéis, que escreveram suas peças
nos anos 1850, com temas sobre amores impossíveis, o perigo
e a coragem e, sobretudo, sobre o Brasil e o nacionalismo, elogiando
a natureza exuberante e mostrando o índio como um herói.
As peças que compõem a o livro são A Voz
do Pajé, de Bernardo Guimarães, Calabar, de Agrário
de Menezes, e Sangue Limpo, de Paulo Eiró
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Novos livros de Marilena Chauí
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O pensamento e discurso da direita funcionam alterando, variando
e atualizando as imagens que constituem uma interpretação
da realidade aceita por todos. É mais fácil para
a classe dominante, sustentando o discurso da direita, se expressar
porque apenas reitera o senso comum que permeia a sociedade.
Por outro lado, o discurso defendido pela esquerda precisa desmontar
o senso comum e a aparência da realidade, e fornecer uma
nova interpretação dos problemas da sociedade.
Esse conceito de senso comum e a questão do poder e dos
meios de comunicação, em que as noções
de credibilidade e plausibilidade substituíram as classificações
de verdade e falsidade, são desenvolvidos pela professora
Marilena Chauí no seu livro Simulacro do Poder: uma análise
da mídia (Editora Fundação Perseu Abramo,
144 págs., R$ 25,00). A professora também lança
pela mesma editora Cidadania Cultural: o direito à cultura
(148 págs., R$ 25,00), reunindo quatro ensaios em que
retoma questões do debate político e intelectual
da atualidade e as discussões sobre o nacional e o popular
na cultura, usando como exemplo sua atuação na
Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, no início
dos anos 90. Marilena defende que a sociedade capitalista atual
deixou de lado a dimensão crítica e reflexiva do
pensamento e das artes para aderir à concepção
de entretenimento, do saber de especialistas dominando os leigos,
e da utilização da arte para a produção
de mensagens que atraem a consciência de massa.
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Leitura de Cruz e Sousa
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Marcada por contrastantes críticas, a obra de Cruz e
Sousa foi estigmatizada por elementos extraliterários,
como referências a sua marginalidade, pobreza material,
impedindo que se observasse “como e se a sua forma literária
encarnava métodos pessoais, sociais e históricos”,
lembra Ivone Daré Rabello em Um Canto à Margem – Uma
Leitura Poética de Cruz e Sousa (Edusp/Nankin Editorial,
296 págs., R$ 30,00). No livro, procura-se investigar
as determinações estéticas e históricas
da obra do poeta, envolvendo o contexto social e a influência
da crítica sobre a criação poética – o
resultado é uma obra fecunda que deu inusitada expressão
a dilemas pessoais e históricos. O primeiro capítulo
detém-se no poema Flores da Lua, para analisar convenções
e procedimentos caracteristicamente simbolistas; o segundo abre
com um quadro histórico-cultural “que, presente
em sombras na lírica de Cruz e Sousa e pouco trabalhado
em suas particularidades pela crítica, ilumina sua produção,
em várias perspectivas”, como diz a autora. No terceiro
surge a figuração dos espaços demoníacos
em contrapartida aos espaços celestes; no quarto capítulo
o erotismo é investigado, e o último apresenta
uma discussão a partir da questão da morte. O livro é fruto
da tese de doutorado defendida em 1997 na Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, onde a autora é professora
do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada.
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