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História da filosofia

Gérard Lebrun foi conhecido pelo brilhantismo das suas aulas preparadas cuidadosamente, que ministrava com toques de ator e grande domínio dos assuntos que abordava. No início da década de 60, foi designado para a cátedra que o governo francês mantinha no Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, onde permaneceu por seis anos e retornou mais tarde, em 1973. Os ensaios escritos para revistas especializadas e obras coletivas ao longo de quase 40 anos de atividades no País foram reunidos no livro A Filosofia e sua História (CosacNaify, 432 págs., R$ 79,00), organizado por Carlos Alberto Ribeiro de Moura, Maria Lúcia M. O. Cacciola e Marta Kawano. Todos os artigos sobre a história da filosofia que publicou no Brasil estão na coletânea, abordando os principais pensadores da filosofia ocidental, como Platão, Aristóteles, Pascal, Descartes, Hobbes, Kant, Hegel, Marx, Nietzsche, Husserl e Gilles Deleuze. Cada ensaio é acompanhado de uma apresentação das idéias do filósofo estudado, mas ao mesmo tempo levantando questões para o público mais especializado. Indagações, provocações e tiradas humorísticas, características das aulas de Lebrun, também estão presentes no estilo literário de seus textos.


O ilustrador Goeldi

Um lado pouco conhecido do artista Oswaldo Goeldi, seu trabalho como ilustrador de periódicos e livros, é abordado no livro Oswaldo Goeldi: iluminação, ilustração (CosacNaify, 320 págs., R$ 35,00), de Priscila Rossinetti Rufinoni. O livro traz um panorama editorial brasileiro à época em que a ilustração tinha espaço maior em artigos de jornais e publicações diversas, fazendo um contraponto entre a arte e o mercado. Fala também da questão do modernismo tardio que irá influenciá-lo, apesar da sua objeção ao movimento, e o contraste da sua obra com a de artistas como Livio Abramo e Clóvis Graciano. Goeldi já ilustrou livros como Cobra Norato, de Raul Bopp, Mar Morto, de Jorge Amado, e atualmente seu trabalho está focado em clássicos da literatura universal, principalmente as obras de Dostoiévski. O livro também possui um apêndice com entrevistas, parte da correspondência do artista com seu pai, quase desconhecida até agora, e um artigo escrito por ele sobre o gravador mexicano José Guadalupe Posada.


As idéias de Aziz Ab’Sáber

A coleção Idéias à Mão da Lazuli Editora visa contemplar a obra de renomados intelectuais contemporâneos com a publicação de artigos e ensaios com uma análise sobre a realidade brasileira. O livro Escritos Ecológicos (168 págs., R$ 20,00), do professor do Departamento de História e Geografia da Universidade de São Paulo e geógrafo Aziz Ab’Sáber inicia a coleção, com uma reflexão sobre a sociedade e sobre os problemas atuais provocados a partir do abuso dos recursos naturais e da má preservação. O autor cita exemplos da realidade do País para discutir as questões da linguagem científica utilizada, como a introdução do termo “espaço” para classificar a natureza brasileira. Aborda os erros de gerenciamento da Amazônia brasileira e a questão da transposição do rio São Francisco. Os temas abordados, explica o próprio autor, partiram de assuntos lembrados ocasionalmente em conversações com colegas e respostas elaboradas a perguntas de jovens acadêmicos. Defende também que o livro é um espaço para registrar o seu pensamento como pesquisador e principalmente como brasileiro


Teatro da Vertigem

O livro Teatro da Vertigem – BR-3 (Editora Perspectiva/Edusp, 152 págs. R$ 25,00) retoma a peça que provocou polêmica e inovou ao utilizar o rio Tietê como palco e ao contar a história de três Brasis – Brasilândia, Brasília e Brasiléia. O livro traz uma entrevista com o diretor Antonio Araújo explicando o processo de criação da peça, desde a escolha de três cidades coincidentemente com o mesmo radical no nome, a descoberta de características próximas em regiões tão diferentes, sobre a viagem do grupo à cidade de Brasiléia, no Acre, o contato intenso com Brasilândia, em São Paulo, e a questão da religião na peça, que aproxima as três realidades. BR – 3 conta os descaminhos de três gerações de uma complexa e trágica história em família, entre as décadas de 60 e 90. Mais do que uma simples narrativa, a montagem parece refletir uma eterna crise de identidade nacional.Segundo o diretor, a peça trabalha a questão da identidade móvel, flutuante como o próprio rio. Contém ainda textos dos atores sobre a o trabalho de criação do ator no projeto, textos sobre a iluminação e figurinos, fotos do espetáculo e um histórico da companhia.


O fim do silêncio

Em tempos de incertezas e decepções políticas, a coletânea O Silêncio dos Intelectuais (Cia. das Letras, 320 págs. R$ 55,50) reúne ensaios de autores como Marilena Chauí, Renato Janine Ribeiro, Francis Wolff, Sergio Paulo Rouanet, Franklin Leopoldo e Silva, entre outros, para discutir a crise dos ideais universais (razão, justiça, liberdade e felicidade) a partir da figura do intelectual e do seu desaparecimento como um pensador independente, baseado na idéia clássica daquele que deixa os saberes particulares para se dedicar ao trabalho da crítica e à luta por esses princípios. O livro questiona se a relação do intelectual com os novos meios de comunicação seria um indicativo do surgimento de uma categoria submissa ao dinheiro, ao prestígio, ao poder, em detrimento desses ideais. Discute ainda o relativismo, o ceticismo e questões centrais do pensamento contemporâneo e da política. Os ensaios, organizados pelo professor e jornalista Adauto Novaes, foram originalmente apresentados em um ciclo de conferências sobre o tema, no ano passado.


A vida depois do progresso

Entender a evolução do progresso, desde seu próprio significado no imaginário da sociedade até os interesses hegemônicos que ele oculta, estão no livro O Mito do Progresso (Editora Unesp, 312 págs., R$ 35,00), de Gilberto Dupas. O professor e coordenador-geral do Grupo de Conjuntura Internacional da Universidade de São Paulo analisa a idéia do progresso como ideologia formadora do mundo moderno e outros conceitos que estruturam a sociedade atual. Adverte para as conseqüências que a produção do conhecimento científico tem em várias áreas da sociedade. Recupera pensadores que se debruçaram sobre esse tema, como Marcuse, Adorno, Habermas, Benjamin, Nietzsche, Descartes, Marx, entre outros, além de utilizar exemplos tirados de jornais, para mostrar como as elites econômicas se apropriaram do conceito de progresso e da sua ligação com credibilidade e poder. No final, defende que o progresso é um mito renovado por um aparato ideológico mais interessado na omissão da população do que no saber de seus intelectuais, que só pode ser confrontado a partir do exercício da crítica.


Lançamentos na semana

Durante a abertura do seminário Crítica de Arte e História da Arte: Desafios Interdisciplinares, que acontece nesta terça, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, serão lançados três livros: Arte Africana e Afro-Brasileira (Terceira Margem Editora/Cesa), de Dilma de Melo Silva e Maria Cecília Calaça, que chega aos professores de arte como uma primeira incursão literária no estudo sobre a arte africana e afro-brasileira; Crítica e Modernidade (ABCA/Imprensa Oficial), organizado por Annateresa Fabris, integrando a Coleção Crítica de Arte; e Arte, Dor (Ateliê Editorial), de João Augusto Frayze-Pereira. Os lançamentos acontecem das 20h às 22h, no MAC (r. da Reitoria, 160, Cidade Universitária). Informações pelo tel. 3091-3559.

Discutindo a Paisagem é o primeiro volume da Coleção Paisagem Aberta, da Rima Editora, que visa a refletir a paisagem contemporânea em suas múltiplas leituras. Organizado por Saide Kathouni, Miranda Martinelli Magnoli e Yasuko Tominaga, o livro traz artigos como “A Idéia de Natureza: entre a totalidade e a essencialidade”, “Sistemas de Espaços Livres em Curitiba: tradição, posturas e práticas locais”, “A Gestão dos Espaços Livres Públicos” e “Construindo Comum – Unidades: a participação do cidadão na construção do espaço público”. O lançamento acontece nesta terça, às 19h, na FAU Maranhão (r. Maranhão, 88, Higienópolis). Mais informações podem ser obtidas pelo tel. 3256-7341.

 




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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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