PROCURAR POR
 NESTA EDIÇÃO

 


créditos: Cecília Bastos
A Feira Cultural, realizada no dia 13, quarta-feira, na Praça do Relógio:em 17 anos de atividades, o Programa Bolsa-Trabalho permitiu que, através das bolsas concedidas, alunos dos cursos de graduação se engajassem em projetos que beneficiaram diretamente a população de várias cidades do Estado de São Paulo

Com 17 anos de existência, o Programa Bolsa-Trabalho da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas) da USP realizou no dia 13 de setembro, quarta-feira, a primeira edição da Feira Cultural, com o tema “17 anos de Bolsa-Trabalho: mostrando o que faz”. A feira reuniu 135 projetos de várias áreas do conhecimento, desenvolvidos nos campi do interior e da capital e mostrou os resultados obtidos pelo programa ao longo de sua existência.

Numa tenda montada na Praça do Relógio, em frente ao Anfiteatro Camargo Guarnieri, na Cidade Universitária, professores e alunos apresentaram pôsteres, atividades e produtos vinculados aos projetos. “Há uma variedade muito grande de projetos, desde iniciativas que ajudam no desenvolvimento de crianças com deficiência mental através do contato com animais até brinquedotecas e visitas monitoradas a museus e parques”, destacou a coordenadora da Coseas, professora Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca. A coordenadora conta que vem crescendo muito a procura por bolsa-trabalho na Universidade e por isso o programa precisa aumentar o número de bolsas. “No início tínhamos 240 bolsas e hoje estamos batendo nas 600. Espero chegar a mil, porque a demanda é muito grande. Temos atendido a um terço dessa demanda.”

“Na Universidade o importante é estimular a criatividade do aluno”, disse a reitora Suely Vilela, que participou da abertura oficial da feira. Segundo ela, há diferentes instrumentos para esse estímulo e o melhor deles é a iniciação científica, porque associa tanto as atividades de pesquisa como as de extensão. “Esses dois elementos fazem o diferencial de uma universidade plena como a USP, que não é apenas o ensino, mas também o estímulo à criatividade, quer seja através de programas de extensão, que é o caso do Programa Bolsa-Trabalho, quer seja através da pesquisa, que é a iniciação científica.”

créditos: Cecília Bastos

Cooperativa – O Projeto de Extensão Rural junto à Cooperativa de Pequenos Produtores do Município de São Pedro é uma das iniciativas que há 15 anos vem se beneficiando do Programa Bolsa-Trabalho. Coordenado pelo professor Ademir Lucas, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba, o projeto tem como missão contribuir para que os produtores se organizem, através da troca de conhecimento com a USP, utilizando-se da capacitação dos participantes e da valorização, pela Universidade, do trabalho de extensão, educação e comunicação.

Segundo o professor, o projeto trabalha com alunos da Esalq e pequenos produtores familiares da região de São Pedro. “Desenvolvemos uma associação de produtores que organizou uma cooperativa e criou um laticínio administrado por eles mesmos sob nossa assessoria. Atualmente fazem leite pasteurizado e iogurte com leite integral, polpa de morango, laranja, abacaxi, coco, kiwi e pêssego, que são vendidos no mercado. No início eram 19 associados, hoje já contamos com 95 produtores cooperados.”

O objetivo é ser um campo de estágio para que os alunos vivenciem o dia-a-dia dos produtores, auxiliando-os com aquilo que a Universidade tem de melhor: o conhecimento. Para o professor, o Programa Bolsa-Trabalho é uma experiência muito gratificante para o aluno que consegue realmente fazer aquilo que, na Universidade, ele vai aprendendo aos poucos. “Em nosso projeto trabalhamos com alunos desde o primeiro ano”, destaca.

A Cia. do Riso, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, mostrou um pouco das brincadeiras de teatro e música desenvolvidas no Hospital das Clínicas daquela cidade. É um projeto que usa a arte do teatro clown como recurso de comunicação com as crianças hospitalizadas. A partir da metodologia dos Doutores da Alegria, a professora Regina Lima, coordenadora da Cia. do Riso, conta que associou ao projeto os conhecimentos da enfermagem pediátrica e da psicologia do desenvolvimento. “Criamos a Cia. do Riso, que acontece duas vezes por semana, às terças e quintas, a partir das 18 horas. O grupo de 21 alunos, sendo seis bolsistas e os outros 15 voluntários, vão até o Hospital das Clínicas, na área das clínicas infantis, e fazem atividades com as crianças hospitalizadas. Inicialmente achamos que a integração fosse acontecer só com as crianças, mas envolve os pais, a família e a própria equipe de saúde, que participa ativamente das atividades.”

créditos: Cecília Bastos

Com música, dança, mímica e mágica, entre outras atividades, a Cia. do Riso interage com a criança, proporcionando a elas momentos de alegria e brincadeiras. Para Regina, um fato importante a ser ressaltado é que, no início, o programa era apenas composto por alunos da enfermagem. Hoje há alunos de outras áreas, como música, fonoaudiologia, informática, matemática e medicina. “Isso enriqueceu muito o trabalho do grupo porque tentamos praticar uma abordagem multidisciplinar. Outro grande achado é que conseguimos desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão.”

Débora de Miranda Barros – ou Moranguinho, como é seu nome de palhaço da Cia. do Riso –, aluna do terceiro ano de Enfermagem, sempre teve vontade de trabalhar com a humanização do atendimento hospitalar e achou no projeto coordenado por Regina a oportunidade para implementar seus sonhos. “Essa é uma forma muito gostosa e gratificante de dar um cuidado mais humano para as crianças. Hoje vejo o paciente sob uma outra ótica, mais completa, e não apenas um ser com uma doença.”

Outro projeto destacado na Feira Cultural da Coseas trata dos Arquivos de Miroel Silveira, que se encontram na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Sob a coordenação da professora Maria Cristina Castilho Costa, o projeto A Cena Paulista a partir do Arquivo Miroel Silveira é um trabalho complexo que inclui pesquisas de base, que são a atividade principal dos bolsistas de iniciação científica: a catalogação do arquivo Miroel Silveira. São mais de 6 mil processos de censura prévia ao teatro. “Esse arquivo esteve durante muito tempo sob a custódia da biblioteca da ECA. O que estamos fazendo agora é ver o que há nessa documentação, para catalogá-la e ela poder vir a público”, diz Maria Cristina.

créditos: Cecília Bastos

Segundo ela, o trabalho compõe-se do estudo dos documentos, para obter as informações, depois faz-se uma planilha, alimenta-se um banco de dados e revisa-se. “É um trabalho contínuo que exige atenção, disciplina, respeito pela documentação, trabalho em grupo. É muito bom para a profissionalização dos jovens”, comenta.

Com duas alunas bolsistas, o Projeto Pró-Vida – Programa de Prevenção ao Uso Abusivo de Álcool, Drogas e DSTs, da Faculdade de Odontologia (FOB) de Bauru, “vem trabalhando a questão da prevenção, sempre aplicando uma metodologia de educação continuada”, destaca Christine Habib, coordenadora do projeto.
Como a faculdade tem, todos os anos, por volta de 600 novos alunos, incluindo também a pós-graduação, Christine conta que aplica o programa de orientação, com informações e campanhas preventivas, tudo relacionado com o uso abusivo de álcool, drogas e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). “Normalmente iniciamos o programa desde a recepção dos calouros, orientando os pais, aplicando cartilha de orientação e mostrando que existe uma preocupação do campus com essa questão. Durante os quatro anos de curso, procuramos trazer a linguagem dos alunos para contribuir com a campanha, estabelecendo assim estratégias de ação.”



 

ir para o topo da página


O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
[EXPEDIENTE] [EMAIL]