PROCURAR POR
  NESTA EDIÇÃO

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Enciclopédia Latinoamericana

Com mais de cem intelectuais entre os mais importantes do continente, a Enciclopédia Latinoamericana (Boitempo Editorial, R$ 190,00) apresenta a diversidade e tensões de uma abertura histórica. Em suas 1,4 mil páginas, estão 980 verbetes, 1.040 fotos, 95 mapas, 136 tabelas e 21 gráficos, que concentram os últimos 50 anos da história latino-americana, escritas por autores de mais de 20 países, entre eles Álvaro Garcia Linera (eleito vice-presidente da Bolívia), Emir Sader, Atílio Borón, Chico de Oliveira, Anibal Quijano, Flávio Aguiar, Iná Camargo Costa e Theotonio Santos. Na introdução, Emir Sader lembra de dois acontecimentos que marcaram o ano de 1967, “emblemático no reconhecimento mundial do continente..., trágico um, glorioso outro”, citando a morte de Che Guevara, na Bolívia, que coincidiu com a publicação de Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Márquez. O assassinato do líder político, que assinalou o início da derrota sangrenta da esquerda e do movimento popular no continente; e o livro, que embora marcasse mundialmente a existência de uma narrativa original, mostrava o definhamento de uma dinastia criolla, dos Buendia, em um dos países mais cindidos pelas desgraças sociais da região, a Colômbia. Mas a enciclopédia não é um dicionário da região, pois não há uniformidade de estilos, abordagens ou enfoques, cada verbete é um ensaio sobre grandes temas e países. Na próxima quinta, dia 5 de outubro, às 19h30, acontece o debate “Trabalho, Cultura e Política: os dilemas da América Latina e do Brasil no século XXI”, na biblioteca do Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664).


O teatro de Ibsen

A criação de uma nova individualidade relacionada às obras do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen é a proposta do livro Ibsen e o Novo Sujeito da Modernidade (Editora Perspectiva, 192 págs., R$ 30,00) da pesquisadora Tereza Menezes. O renascimento, o classicismo, o romantismo e o realismo são movimentos analisados pela pesquisadora até o surgimento desse novo sujeito da modernidade, complexo e multifacetado, nas três últimas décadas do século 19. A obra de Ibsen, para quem a poesia é a única maneira de se chegar ao âmago humano, influencia outras manifestações artísticas, em especial o teatro. O dramaturgo exige do público uma nova compreensão, público esse abalado pelo “efeito desorganizador” das suas obras, identificado pela pesquisadora como uma perda de verdades e certezas absolutas, criando grande polêmica na sociedade. A autora também analisa aspectos da vida de Ibsen e da criação do “novo drama”, retomando características do romantismo, misturado a elementos do realismo e simbolismo. Como William Shakespeare, as personagens de Ibsen são centradas na individualidade, estabelecendo uma relação entre a “alma” das personagens, normalmente figuras renascentistas, com o trabalho de cada uma. Por fim, aborda o relacionamento entre a expressão dramática e as idéias filosóficas da época, discutindo o papel do sujeito na criação da nova subjetividade.


Poesia e política em Ferreira Gullar

“Vinícius de Moraes dizia que ele é o último grande poeta brasileiro. Sérgio Buarque de Holanda comparou a poesia de Ferreira Gullar à prosa de Guimarães Rosa”, afirma Leandro Konder na orelha do livro Poesia e Política – A Trajetória de Ferreira Gullar (Editora Revan, 240 págs., R$ 32,00). Com autoria de Eleonora Ziller Camenietzki, a obra foi originalmente uma tese de doutorado apresentada na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e “é uma releitura crítica cuidadosa do itinerário poético e ao mesmo tempo político do autor maranhense”, nas palavras de Eduardo Coutinho, que assina a apresentação. Na primeira parte, a trajetória de Ferreira Gullar é acompanhada, desde sua chegada ao Rio de Janeiro em 1951 até meados da década 1970, apresentando, sobretudo, a fundação do movimento neoconcreto e seu exílio, que se estende em termos literários dos Romances de Cordel a Dentro da Noite Veloz, e culmina com a publicação de sua obra-síntese Poema Sujo. Este último, definido pela autora como um “instante de síntese de todas as buscas” de Gullar, ocupa a parte seguinte; nesse poema o cotidiano tem papel de relevo, tomado pelo tom de protesto a cada registro. E a última parte, Poesia e Política, é voltada para a obra mais recente de Gullar, correspondente ao período de redemocratização do País, em que o autor, embora ainda ligado ao PCB e ao projeto de “amplo arco de alianças”, acha-se mais afastado da militância partidária.



Arte Brasileira

A transformação das artes plásticas e da arquitetura nas três primeiras décadas do século 20 no Brasil está retratada em Arte Moderna e Contemporânea – Figuração, Abstração e Novos Meios, Séculos 20 e 21 (Companhia Editora Nacional, 112 págs., R$ 26,00), do pesquisador e professor Percival Tirapeli. A obra integra uma coleção de cinco volumes sobre a história das artes no País, que apresentam uma análise de obras encontradas em acervos de museus ou em locais públicos de vários Estados brasileiros. Neste quarto volume, são abordados os movimentos do Modernismo e sua expansão – alguns artistas foram estudar em Paris, outros ampliaram o movimento para a arquitetura, admirada inclusive por estrangeiros –; do Abstracionismo, que se fortaleceu com as bienais internacionais de São Paulo, ainda nos anos 50; e das vanguardas internacionais, nas décadas de 70 e 80, trazendo a arte conceitual e a volta da figuração, época em que a arte foi usada como meio de contestação e suas proposições saem dos museus, ganhando o espaço público; além do fortalecimento das artes plásticas no início do século 21, quando artistas brasileiros entram no circuito das grandes exposições nas capitais européias e americanas. Entre as obras analisadas, em pequenos textos acompanhados das fotos dos respectivos trabalhos, estão pinturas de Tarsila do Amaral, Portinari, Guignard, Manabu Mabe, projetos de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, relevos de Athos Bulcão, gravuras de Livio Abramo, Oswaldo Goeldi e Fayga Ostrower, além dos trabalhos de Lygia Clark e as instalações de Regina Silveira



Artigos sobre cinema

Um Filme é Para Sempre (Companhia das Letras, 440 págs., R$ 52,00), reúne 60 artigos de Ruy Castro sobre cinema publicados nos últimos 30 anos, organizados por Heloisa Seixas. A coletânea traz textos apaixonados e bem-humorados sobre o melhor do cinema mundial, contando os bastidores de grandes filmes e também sobre a vida conturbada de atores e diretores em 14 capítulos com temas como musicais, seriados, filmes e "assuntos sérios" (espionagem ou alcoolismo). Em pelo menos dois artigos Ruy Castro relata experiências pessoais, como quando presenciou a Revolução dos Cravos em Portugal. O livro integra a coleção Um Filme, que reúne o melhor da crítica brasileira de cinema. O lançamento acontece nesta terça, às 19h, na Livraria Cultura (av. Paulista, 2.073, Conjunto Nacional, tel. 3170-4033), com bate-papo com o autor e a organizadora



Sobre Shostakóvitch

Em comemoração ao centenário de nascimento do compositor, um dos grandes inovadores da linguagem musical contemporânea e também um dos maiores sinfonistas do século 20, o crítico de música Lauro Machado Coelho lança nesta segunda o livro Shostakóvitch: Vida, Música, Tempo (Editora Perspectiva, 504 págs., preço ainda não definido), integrando a Coleção Signos Música. Dmítri Dmítrievitch Shostakóvitch soube como poucos registrar em suas composições a época conturbada que seu país viveu, a extinta URSS. Na obra, o autor trança o relato da biografia de Shostakóvitch e a análise de sua criação musical com a evolução dos fatos históricos na União Soviética. O lançamento acontece a partir das 19h30, no Centro Brasileiro Britânico (r. Ferreira de Araújo, 741, Pinheiros, tel. 3039-0567), incluindo a exibição de vídeos sobre a vida e obra do compositor, com apresentação de Sergio Casoy



Biografia de Peter Hayden

Radicado no Brasil desde os anos 60, o bailarino alemão Peter Hayden fez história no País como professor de dança e diretor do Balé Stagium, além de ter participado em diversos programas de TV da época. Hoje, aos 67 anos, ganha sua biografia escrita pelo jornalista José Donizetti Morbidelli, A Vida na Ponta dos Pés (produção independente, 278 págs., R$ 30,00). A obra conta a história de Hayden, que nasceu em 17 de junho de 1939 em Aschaffenburg Am Main, seus momentos difíceis na Segunda Guerra Mundial, os conflitos com o pai, e a sua chegada ao Brasil, onde se tornou um dos grandes nomes da dança.Além de sua carreira no País, narra ainda o período em que ele viajou por diversos países do Oriente Médio, para divulgar sua dança. O livro será lançado nesta terça, às 19h30, no Studio 3 – Espaço de Dança (al. Franca, 1.206). Mais informações pelo tel. 3898-3236.


 




ir para o topo da página


O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
[EXPEDIENTE] [EMAIL]