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Créditos: Cecília Bastos
A história de quatro mulheres que lutam para sobreviver na periferia...

O desmoronamento de montanhas de gelo nas calotas polares, o aquecimento global, a agitação dos ursos no Alasca, sem condições de hibernar, e das focas e dos pingüins na Antártida, aturdidos pelo degelo, o aumento do nível dos oceanos, o desaparecimento de praias e ilhas, a ameaça à sobrevivência de cidades litorâneas, o medo de repetição de catástrofes naturais como o Katrina, no sul dos Estados Unidos, e a contagem de mortes, próximas de 250 mil só no ano passado, atribuídas à reação da natureza às intervenções predatórias do homem, puseram em alerta governos e cientistas do mundo inteiro. Cento e oitenta e um países aderiram ao chamado da ONU para participar do Ano Internacional do Planeta Terra, lançado oficialmente dia 25 de janeiro deste ano e previsto para acabar em 2009, com ênfase em 2008. No Brasil, a manifestação mais visível do pontapé inicial desse jogo mundial de limpeza de mentes, de rios e de fábricas, se deu na Estação Ciência, centro de difusão do conhecimento administrado pela USP, no bairro da Lapa. Data melhor não poderia haver, pois coincidiu com mais duas comemorações: dos 453 anos da fundação da cidade de São Paulo e dos 72 da Universidade. Por isso, lá estavam representantes do Comitê de Gerenciamento do Ano Internacional do Planeta Terra, Eduardo Mulder, procedente do Reino Unido; da USP, pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária, Sedi Hirano, em nome da reitora Suely Vilela; da Petrobras, José Aparecido Barbosa, coordenador regional de Comunicação; e muitos geólogos, porque, afinal, é em torno das geociências que se organizam as atividades de proteção da Terra. A presença da Petrobras ganha relevância quando se recorda que a montagem da nova ala da Estação Ciência, que abriga a exposição “Viagem ao Tempo Profundo”, custou aproximadamente 1 milhão de reais, dos quais 800 mil vieram da estatal de petróleo. Na solenidade do dia 25, o representante da empresa disse que a USP é uma das maiores parceiras, tendo incrementado acordos sobretudo nos últimos cinco anos. Barbosa também lembrou que uma dessas parcerias se deu em Cubatão, na Baixada Santista, onde a Petrobras criou o primeiro centro de capacitação e pesquisa em meio ambiente (Cepema) e o entregou em seguida à USP.

Créditos: Cecília Bastos

A mostra da Estação Ciência desenvolve, direta ou indiretamente, os temas recomendados pela Unesco para reflexão no período das comemorações do Ano Internacional, tais como água subterrânea, desastres naturais, terra e saúde, clima, energia, megacidades, núcleo e crosta terrestres, oceanos, solos e, com destaque, terra e vida. De acordo com o diretor da estação, professor Wilson Teixeira, em matéria de políticas de sensibilização das pessoas para a convivência saudável com o planeta Terra o Brasil está bem à frente de muitos países. “Tudo passa pela educação, e nós estamos fazendo a nossa parte”, disse. “Damos os elementos científicos necessários para uma análise crítica do problema.” A Estação Ciência está completando 20 anos e é administrada pela USP desde 1990. Seu maior mérito, na opinião do professor Sedi Hirano, é mostrar ao grande público leigo o que a Universidade produziu e continua produzindo nos 72 anos de vida acadêmica. Não apenas em relação às geociências, mas a muitas outras áreas do conhecimento, uma vez que as montagens abertas à população, sobretudo aos estudantes do ensino médio e fundamental de São Paulo, de outros Estados e até do exterior, têm a ver com a química, física, matemática, entre outras ciências.

“Viagem ao Tempo Profundo”, informam os monitores contratados para receber os visitantes, possui entre os equipamentos um que simula viagem ao centro da Terra, permitindo a visualização de suas camadase a constituição geológica, além do tempo histórico.

Nos módulos, ou salas, o visitante encontra criações que explicam a deriva dos continentes, o tempo em que a atual América do Sul se separava do continente africano; conhece o fenômeno dos vulcões, terremotos e os tsunamis, uma de suas consequências possíveis; pode verificar como funciona um sismógrafo de verdade; descobrir as muitas fontes de energia (eólica, solar, hidráulica, nuclear, biomassa). Toma conhecimento do ciclo de formação, extração e consumo de petróleo, e pode manipular frascos contendo derivados de óleo fóssil. Mas a maquete que mais atrai e diverte a criançada é a que reproduz parte do território do Estado de São Paulo, incluindo a capital. Dois painéis diante da maquete permitem ao visitante destacar e visualizar alguns pontos de interesse no mapa (rios Tietê e Pinheiros, Pico do Jaraguá, o campus da USP, o parque do Ibiraspuera), que aparecem iluminados quando acionados os botões correspondentes. Ao lado, o mapa em alto-relevo das mesmas regiões.

Os equipamentos e maquetes foram construídos por equipes da própria Estação Ciência e por técnicos e professores do Instituto de Geociências, ou ainda por pessoas especialmente contratadas. Agora, a exposição tem caráter permanente.

 

 

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