Estréia no dia 21 de agosto o canal de televisão
da USP com transmissão via internet. A IPTV USP Experimental,
sigla em inglês para Internet Protocol Television, é um
serviço de transmissão de vídeo que utiliza
a infra-estrutura da internet para a exibição de
uma programação fixa. Disponibilizará a toda
a sociedade um conteúdo pautado nas atividades de pesquisa,
ensino e extensão produzidas na Universidade. Em seminários
temáticos realizados na sala do Conselho Universitário,
na semana passada, o Grupo de Assessoramento Tecnológico
(GAT) da Comissão de Implantação da IPTV USP
Experimental apresentou o projeto à comunidade acadêmica
e recolheu sugestões para a composição da
grade de programação.
Com seis canais, segmentados por temas como saúde, ciências,
tecnologia, humanidades e cultura, além do canal principal,
que trará um mix de eventos do dia-a-dia da vida acadêmica,
o IPTV contará inicialmente com o conteúdo de audiovisuais
digitalizados que já se encontram armazenados no servidor
do Centro de Computação Eletrônica (CCE) da
USP. Segundo levantamento feito pela professora da Escola Politécnica
da USP Regina Melo Silveira, integrante do GAT e responsável
pelo canal principal, existem digitalizadas 1.206 horas de gravações
diversas, 603 horas de produção audiovisual e 201
horas de aulas.
As unidades da USP que atualmente produzem regularmente material
audiovisual são a Coordenadoria de Comunicação
Social (CCS), o Estúdio de Multimeios (EMM) da CCE, a Escola
de Comunicações e Artes (ECA), o Instituto de Física
(IF), a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), a Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e o Laboratório
de Pesquisa e Ensino de Física (Lapef), destacou a professora.
Gil da Costa Marques
Além do material armazenado no servidor do CCE, existe também
o arquivo da TV USP, com 1.500 horas de produção,
parte já digitalizada, segundo o jornalista Pedro Ortiz,
diretor da emissora. “O programa Olhar da USP, por exemplo,
traz debates e entrevistas sobre uma gama variada de temas e poderá ser
utilizado em diversos canais do IPTV USP”, diz Ortiz, que é também
um dos integrantes do GAT.
Segundo Ortiz, cada grupo responsável pelos canais contará com
uma equipe de apoio para a composição da programação,
com a Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTI)
dando apoio tecnológico, a TV USP auxiliando na composição
da grade e plasticidade dos conteúdos e o CCE apoiando na
digitalização de materiais que estão no formato
analógico.
“Foram contratados dois profissionais e futuramente pode
existir a perspectiva de mais contratações e deslocamentos
de técnicos e profissionais, mas inicialmente vamos implantar
o projeto com a estrutura disponível no momento e o apoio
de quem estiver interessado”, disse o presidente da CTI,
professor Gil da Costa Marques.
O principal objetivo da IPTV USP Experimental é disseminar
de forma mais ampla informações acadêmicas
e científicas. “A participação dos pesquisadores
e acadêmicos é fundamental”, diz o professor
Marques. Para os interessados em tirar dúvidas e enviar
sugestões sobre o projeto, ou para os que quiserem filmar
conteúdos ou mesmo disponibilizar material audiovisual já existente,
o contato do GAT é gat_iptv@larc.usp.br, ou diretamente
com a professora Regina pelo e-mail regina@larc.usp.br.
Seminário apresenta o projeto: a produção
da USP ao alcance de todos
Futuro – A experiência da televisão por internet
começou há alguns anos na Europa e nos Estados Unidos.
No Brasil, o allTV, criado em 2002, é tido como o precursor
do formato.Trata-se do primeiro serviço brasileiro de crossmedia,
conceito de comunicação que propõe reunir “conteúdo
de jornal, agilidade de rádio, imagem de TV e interatividade
de internet”. Outros sites apresentam proposta semelhante,
como o www.tvcanalinternet.com ou ainda o http://wwitv.com/portal.htm,
que reúne centenas de canais de acesso livre sediados nos
mais diversos países.
Segundo o sumário executivo da CTI, a IPTV tem maior potencial
de penetração nos países onde a TV a cabo
atende a poucos domicílios, como é o caso do Brasil,
onde a TV aberta tem cobertura de 95% e a TV paga alcança
menos de 9% dos lares.
Algumas operadoras de telefonia no Brasil implementaram experiências-piloto
de IPTV de alta qualidade. Transmitido por uma rede privada com
protocolo internet, o serviço ofereceria programação
on demand e seria um substituto das TVs a cabo. Porém, ainda
não foi colocado em operação porque não
está devidamente regulamentado no País.
“O futuro da IPTV USP Experimental certamente será a
interatividade e a educação, mas a primeira fase não
irá contemplar esses enfoques. Na primeira fase o serviço
se constituirá por conteúdos ao vivo, materiais da
programação e vídeos sob demanda que poderão
ou não ter acesso restringido por senhas”, afirma o
professor Marques. De acordo com a professora Regina, inicialmente
a transmissão acontecerá pelos servidores dos campi
de São Paulo, Ribeirão Preto e São Carlos. Depois
se estenderá para Pirassununga e Bauru.
Para a infra-estrutura de produção, a IPTV USP Experimental
conta atualmente com um estúdio da TV USP, dois da ECA e
um do Multimeios. Estão sendo estruturados outros dez estúdios
de produção de conteúdo em unidades como o
Instituto de Física, a Faculdade de Saúde Pública,
o CCE, a Escola Politécnica, a ECA e os Centros de Informática
de São Carlos e de Ribeirão Preto, além de
outras unidades ainda a definir, segundo Marques.
Em um ano, o projeto deverá estar com o total de dez estúdios
em funcionamento, nove auditórios aptos para transmissões
ao vivo e 56 equipamentos de videoconferência, o que totalizará 77
locais aptos para a produção de conteúdo,
incluindo os já existentes.
Além de disseminar conhecimento e expor a um público
amplo a produção da Universidade, outra meta da IPTV
USP é utilizar os recursos audiovisuais para o ensino, incentivar
o aprendizado participativo e funcionar como plataforma de pesquisa
e desenvolvimento. O sumário executivo e o texto integral
do projeto da televisão experimental da USP via internet
estão no site da CTI.
Experiências
de sucesso
Grande parte das universidades norte-americanas utiliza a televisão
por internet como forma de disseminar conhecimento e como plataforma
de ensino e pesquisa. O Massachusetts
Institute of Technology (MIT) é um
exemplo. O
canal oferece aulas, vídeos e cursos gratuitamente sobre
uma variedade de temas. Através de parcerias com diversas emissoras de TV, a University
of Wisconsin-Madison disponibiliza conteúdos próprios
e de canais de televisão como CNN, NBC, Fox, TV5 e outros.
A Nasa Television divulga as pesquisas da instituição
e vídeos educativos através da sua IPTV.
Já a emissora TV5Monde divulga a própria programação
e vídeo-resumo dos programas transmitidos pelo aparelho
convencional.
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