PROCURAR POR
  NESTA EDIÇÃO
 

 

O Fio e os Rastros

O historiador italiano Carlo Ginzburg, um dos pioneiros do estudo da micro-história, assina a obra O Fio e os Rastros (Companhia das Letras, 432 págs., R$ 59,00), que será lançado nesta semana. A mais nova coleção de ensaios do autor do famoso O Queijo e os Vermes volta-se para as relações entre fato e ficção, prova e testemunho, história e literatura, ao combinar a atenção aos detalhes com a visão histórica mais abrangente. O livro aborda uma constelação de assuntos e personagens díspares, tratando de temas como o extermínio dos judeus de Menorca e a viagem de canibais brasileiros à França, a narrativa de Stendhal e os famigerados Protocolos dos Sábios do Sião, o estilo de Voltaire e o nascimento do cinema. O autor retorna a um de seus temas centrais: as relações, nada óbvias e sempre surpreendentes, entre fato e ficção, entre o trabalho do historiador e a arte dos grandes narradores e críticos do Ocidente. O lançamento ocorre nesta terça, às 16h, no Auditório da Geografia, no Prédio de Geografia e História (av. Prof. Luciano Gualberto, 315, Cidade Universitária, tel. 3091-4612). Durante a ocasião acontece a palestra “Medo, Reverência, Terror: Lendo Hobbes Hoje”, com o autor.


O Cão do Sertão

A seleção de ensaios O Cão do Sertão: Literatura e Engajamento – Ensaios sobre João Guimarães Rosa, Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade (Editora Unesp, 301 páginas, R$ 40,00), de Luiz Roncari, professor livredocente da área de Literatura Brasileira da USP, procura interpretar aspectos importantes das obras de três grandes autores brasileiros do século 20. O tema dominante é o trânsito da família patriarcal para a família burguesa no Brasil, de maneira conjunta com a transformação daquilo que se tinha por “arcaico”, na ordem privada, para o “moderno”. O autor expõe como as deformações da ordem social brasileira encontram correspondência na forma literária. Em Dom Casmurro, de Machado de Assis, por exemplo, Roncari analisa os retratos dos pais de Bentinho na sala de sua casa, relacionandoos ao modelo familiar que o personagem tinha na cabeça e estabelecendo uma comparação com os moldes burgueses da família restrita, em suas relações com Capitu. No caminho de mão dupla adotado no livro, a história ajuda a entender as elaborações literárias e vice-versa. O lançamento ocorre nesta sexta, às 18h, na Livraria da Vila (r. Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena, tel. 3814-5811).


Espaços e signos

A distinção entre o conceito de espaço e sua dimensão comunicativa, que eclode em signos e suportes bidimensionais, impressos, elétricos, eletrônicos, digitais, estáticos, dinâmicos ou sociais, construindo ambientes interativos, são assuntos abordados no livro Espaços Comunicantes (Annablume Editora, 256 págs., R$ 38,00), organizado pela professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP Lucrécia D’Alessio Ferrara. A obra é um exercício de leituras de espacialidades no sentido de discriminar como ela está presente e constrói a própria característica semiótica das mídias não-verbais ou sincréticas dos ambientes socioculturais, tendo como base científica categor ias epistemológicas de análise. É um estudo sobre espacialidades, que vão da imagem à simulação ou simulacro, do som à música ou ao silêncio, do verbal ao desenho diagramático, do slogan promocional à persuasão apenas sugestiva, da arquitetura (como equipamento) à forma (como cultura), etc. Entre os artigos, Outras lentes, outras leituras, de Eduardo Louis Jacob, A biografia na tela, de Debora Cristine Rocha, e Vitrines globais, de Ane Shyrlei Araújo.


Textos autobiográficos de Nietzsche

Daniel Pereira Andrade, doutorando em sociologia pela USP e professor da Fundação Getúlio Vargas, lança nesta quinta Nietzsche: A Experiência de Si como Transgressão (Loucura e Normalidade) pela Editora Annablume (317 págs., R$ 35,00). Com prefácio de Sérgio Adorno, professor de Sociologia da USP, a obra reconstitui a experiência transgressora dos textos autobiográficos do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, Ecce Homo e Prefácios, de 1886, sem, no entanto, inscrever-se no modelo hegemônico de biografias. O autor parte dos escritos de Nietzsche sem a intenção de revelar um novo ângulo, fazer um comentário inédito ou diagnosticar uma doença mental do pensador, mas para examinar sua formação discursiva, ressaltando sua resistência ao saber médicopsiquiátrico. O texto, que se utiliza de noções de Michel Foucault, ainda aponta para as reações científicas, filosóficas e ideológicas à idéia nietzschiana de que “a racionalidade a todo preço é uma potência perigosa que solapa a vida”. O lançamento acontece a partir das 18h30, na nova unidade da Livraria da Vila (al. Lorena, 1.731, tel. 3062-1063).


A Emergência Socioambiental

Ainda hoje são poucas as grandes corporações que se esforçam por implementar políticas de preservação ambiental aliadas aos projetos de expansão e conômi c a . Esse fenômeno é estudado pelo professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP José Eli da Veiga em seu novo livro A Emergência Socioambiental (Editora Senac, 144 págs., R$ 35,00). O autor mostra que em muitos momentos o crescimento é discutível e aborda a questão do aumento do PIB. Também refl ete sobre a contradição inscrita nos termos desenvolvimento e sustentável, revelando que estes não são antagônicos. Segundo Fernando Gabeira, que assina a orelha do livro, a obra traz “muitas referências às principais correntes teóricas da ecologia... indispensável no momento em que estamos preocupados com o aquecimento global e também com a superação da pobreza. Daí a emergência de uma visão socioambiental”. O lançamento acontece nesta quarta, a partir das 19h30, na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos (av. das Nações Unidas, 4.777, tel. 3024- 3599). Na ocasião, haverá debate com Marcelo Leite, responsável pelo blog Ciência em Dia e colunista do Caderno Mais! da Folha de S. Paulo.


Empresa Familiar

Normalmente identificadas como de pequeno porte, as empresas familiares também podem se desenvolver e se tornar grandes organizações, como é o caso do Wal Mart (família Walton), Grupo Sansung (família Lee), Carrefour (família Defforey), Peugeot-Citröen (família Peugeot), entre outras. No Brasil, as organizações familiares ocupam posição de destaque na economia nacional, predominando em setores como agronegócio, comércio e prestação de serviços. Como elas estão sobrevivendo ao mundo globalizado é o assunto discutido no livro Empresa Familiar – Um Sonho Realizado (Editora Saraiva, 79 págs., R$ 23,00), de Armando Lourenzo Moreira Jr., doutor e mestre pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e professor convidado da FIA (Fundação Instituto de Administração), e Adelino De Bortoli Neto, professor da FEA/USP. Os autores anal isam temas que fazem parte do cotidiano e do histórico das empresas familiares, apontando dificuldades e desafios de hoje. O livro está dividido em capítulos que tratam do conceito de empresa familiar, a profissionalização da gestão, abordando as dificuldades e indicando caminhos, e as dificuldades da sucessão, com dicas de planejamento, contendo dados das pesquisas recentes dos autores acerca do tema.






ir para o topo da página


O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
[EXPEDIENTE] [EMAIL]