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Recursos naturais abundantes – como área agricultável e água – não são suficientes para transformar o Brasil na grande potência mundial em bioenergia do século 21. É preciso também desenvolver avançadas tecnologias, que dêem ao País condições de aumentar a produtividade no setor e se colocar à frente das demais nações. Apresentar essas tecnologias é um dos objetivos da Conferência Nacional de Bioenergia, que a USP promoverá nos dias 26, 27 e 28 de setembro, no Maksoud Plaza Hotel, São Paulo. O encontro reunirá especialistas da Universidade, da iniciativa privada e do governo, entre eles o ex-ministro de Minas e Energia e ex-reitor da USP José Goldemberg, o diretor-científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz, e o gerente executivo de Desenvolvimento Energético da Petrobras, Mozart Schmitt de Queiroz,

Estão previstos seis painéis, que abordarão temas como “Políticas públicas e inovação para o desenvolvimento da bioenergia”, “Pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a produção da bioenergia”, “Perspectivas de investimentos em bioenergia e seus impactos na economia brasileira”, “Meio ambiente e bioenergia” e “Bioenergia e indústria automobilística no Brasil e no mundo”. Haverá conferências sobre “O programa de bioenergia do Estado de São Paulo”, proferida por Goldemberg, e “Cenários mundiais do biodiesel”, dada pelo presidente da A ssociação Brasileira das Indústrias de Biodiesel (Abiodiesel), Nivaldo Trama.

Alcoolquímica – “A nossa finalidade é utilizar o conhecimento que já temos na área e propor estratégias para o Brasil superar as dificuldades tecnológicas e aproveitar essa oportunidade histórica oferecida pela bioenergia”, afirma o professor Wanderley Messias da Costa, presidente da Bioconfe, lembrando que a conferência reunirá “a nata da nata” dos pesquisadores ligados à bioenergia. Entre as “dificuldades tecnológicas” a ser superadas, ele cita a necessidade de melhorar a tecnologia de fermentação da cana-de-açúcar, a fim de obter mais açúcar e álcool, e a urgência de aperfeiçoar o processo de obtenção do etanol por hidrólise, que permite o aproveitamento do bagago da cana. “Precisamos achar meios de aumentar cada vez mais a produção sem aumentar a área de plantio de cana”, diz o professor. “Temos expertise suficiente para propor soluções para esses problemas.”


Costa: propostas para o País

Wanderley da Costa destaca que a alcoolquímica é uma área especialmente estratégica para o País, que precisa receber a atenção do governo e dos pesquisadores, conforme mostrará a conferência. Assim como a indústria petroquímica extrai do petróleo inúmeros derivados – desde combustíveis até solventes e plásticos –, também o álcool pode ser explorado para dar origem a vários subprodutos, como celulose, componentes do plástico de origem vegetal, materiais de revestimentos e solventes, além do etanol e do biodiesel. “É toda uma cadeia produtiva auto-sustentável, menos poluente e geradora de riquezas, que pode ser formada com o desenvolvimento da alcoolquímica.”

Interdisciplinar, a conferência será “a primeira dos últimos anos” a reunir pesquisadores das diferentes áreas envolvidas na produção de bioenergia, acrescenta Wanderley da Costa. Essas áreas incluem a genética, a química, a engenharia, a agronomia e a economia, entre outras. “Isso nos permitirá abordar a bioenergia da forma mais abrangente possível, discutindo desde os avanços científicos e tecnológicos até os impactos positivos e negativos na sociedade e no ambiente.” Realizado pela USP, o evento conta com apoio de várias instituições acadêmicas, privadas e governamentais, entre elas a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, entre várias outras.

A Conferência Nacional de Bioenergia da USP será realizada nos dias 26, 27 e 28 de setembro no Maksoud Plaza Hotel (alameda Campinas, 150, em São Paulo). As pré-inscrições podem ser feitas via internet até 21 de setembro. Após essa data, somente nos dias e local do evento. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3091-4806 e na página eletrônica www.usp.br/bioconfe (e-mail: markccs@usp.br).

 

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O Jornal da USP é um órgão da Universidade de São Paulo, publicado pela Divisão de Mídias Impressas da Coordenadoria de Comunicação Social da USP.
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