Iconografia carioca por Georges Leuzinger


Vista do Hotel dos Estrangeiros, no Catete, em 1865

Depois de passar pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais e Porto Alegre, a mostra do fotógrafo e empresário suíço chega a São Paulo, com temporada até 18 de novembro no Instituto Moreira Salles, com seleção exibida ainda na Galeria do IMS no Unibanco Arteplex. “Georges Leuzinger: um pioneiro do século XIX” reúne cem imagens produzidas no Rio de Janeiro, aonde Leuzinger chegou em 1832, com poucos recursos e sem dominar o português. Alguns anos depois fundou a Casa Leuzinger, que se transformou na maior empresa de impressão e artes gráficas do Brasil na época, e além de reproduzir suas próprias imagens, comercializou obras de fotógrafos como Marc Ferrez e Revert Henry Klumb, entre outros. Durante a década de 1860, Leuzinger realizou um trabalho sistemático de documentação fotográfica do Rio de Janeiro, duas décadas depois da invenção da daguerreotipia, tornando-se um dos pioneiros da fotografia no Brasil e também grande inovador da fotografia no século 19. Esse legado está na mostra que reúne paisagens do Rio de Janeiro, vistas de Niterói, Serra dos Órgãos, Teresópolis e Petrópolis, além da série amazônica formada por fotos de Albert Frisch e editadas por Leuzinger. Há também diversas publicações, álbuns, portfólios, correspondências e documentos de época produzidos pela empresa.


Lagoa Rodrigo de Freitas, fotografada em 1866

Acompanhando a mostra, os Cadernos de Fotografia Brasileira (248 págs., R$ 110,00), publicados pelo IMS, com número dedicado a Georges Leuzinger, apresentam um amplo panorama de sua obra. O volume conta com grande material iconográfico e ensaios que abordam a trajetória de Leuzinger: suas atividades como impressor e editor de litografias, tema da pesquisadora Renata Santos; a produção fotográfica da Casa Leuzinger, texto de Sergio Burgi; as relações de Leuzinger com o fotógrafo alemão, também radicado no Brasil, Albert Frisch, em ensaio de Frank Stephan Kohl; o impacto de seus empreendimentos sobre as tecnologias de reprodução fotomecânica, abordado por Joaquim Marçal Ferreira de Andrade; e o envolvimento de Leuzinger com os movimentos sociais e políticos de seu tempo, pela historiadora Karen Macknow Lisboa. Na seção Contato tem colaborações dos artistas plásticos Claudio Mubarac e Carlos Martins, tratando das nuances estéticas e técnicas do trabalho com litogravuras e imagens fotográficas.

A exposição fica em cartaz até 18 de novembro, de terça a sexta, das 13h às 19h, e sábados e domingos, das 13h às 18h, no IMS (r. Piauí, 844, 1 o andar, Higienópolis, tel. 3825-2560); e uma seleção de obras também pode ser vista até 20 de novembro, diariamente, das 12h a 0h, na Galeria do IMS no Unibanco Arteplex do Frei Caneca Shopping (r. Frei Caneca, 569, 3 o piso, tel. 3255-8816). Entrada franca.

 

Resgate do Brasil Holandês


Paisagens brasileiras pintadas por Frans Post integram a mostra, como o quadro Aldeia com Igreja

A Galeria de Arte do Sesi inaugura nesta terça a mostra “O Instituto Ricardo Brennand e o Resgate do Brasil Holandês”, composta por 225 obras, objetos e armas. Há mais de 50 anos o empresário pernambucano Brennand se dedica a acumular uma imensa coleção de arte, reunindo armas brancas medievais, esculturas européias e exemplares da pintura orientalista do século 19, além de objetos relacionados ao período de ocupação holandesa no Nordeste brasileiro, entre 1630 e 1654. Figuram na mostra 13 telas do pintor holandês Frans Post (1612-1680), que aportou em Pernambuco ao lado de seu conterrâneo Albert Eckhout, na comitiva do conde João Maurício de Nassau. Post registrou paisagens e ambientes do Brasil do século 17, algo que aparece em obras como Cachoeira na Florestae Muro com Cavalo. O acervo ainda conta com armaduras completas de cavaleiro e cavalo, quadros de Eliseu Visconti e o livro Rerum per Octennium in Brasília, do holandês Gaspar Barlaeus, um raríssimo exemplar de 340 páginas, trazendo mapas, gravuras e relatos de Nassau no Brasil, além de duas tapeçarias de manufatura Gobelin. A coordenação geral é de Maria Ignez Franco e Maria Lúcia Montes e a curadoria científica é de Elly de Vries. De terça a sábado, das 10h às 20h, domingos, das 10h às 19h, e segundas, das 11h às 20h, no Sesi (av. Paulista, 1.313, tel. 3146-7405). Entrada franca.

 

Mostras no MAB


Aquarela Outono em Pequim (1980), de Jean-Michel Folon

Entra em cartaz neste domingo no Museu de Arte Brasileira a exposição “O Olhar da Testemunha”, que reúne obras do artista plástico belga Jean-Michel Folon. A exposição é uma retrospectiva do artista, morto em 2005, e exibe o acervo de 90 obras que fazem parte da coleção da viúva de Folon, Paola. São pinturas, óleos e aquarelas, produzidas a partir da década de 70 pelo desenhista e ilustrador belga. Em “Co2 Bruxelas ao Infinito”, que também será inagurada neste domingo, pode-se ver 153 fotografias e duas instalações de DVD produzidas por 19 fotógrafos europeus que retrataram a cidade de Bruxelas, de acordo com o ponto de vista de cada um, como parte de um projeto do Espaço Fotográfico Contretype, situado na capital belga. Até 11 de novembro, de terça a sexta, das 10h às 20h, e aos sábados e domingos, das 13h às 17h, no Museu da Arte Brasileira da Faap (r. Alagoas, 903, tel. 3662-7198). Entrada franca.

 

Espiral na Paulista

O designer e artista plástico Nido Campolongo acaba de inaugurar uma instalação no Conjunto Nacional. Espiral é composta por 34 anéis de compensado laminado, com 90 cm de diâmetro que, justapostos, compõem uma instalação na forma do título, nas rampas de acesso às galerias e ao terraço do edifício. Os interiores dos anéis são preenchidos por diversas texturas e cores, resultantes das etapas de transformação dos materiais recicláveis, como alumínio, pet, papelão, madeira e outros. Inspirada na obra O Método 2, a Vida da Vida, do filósofo Edgard Morin, Espiralaborda dois aspectos visuais: um de característica não representativa, com finalidade meramente estética, e outro relacionado às práticas socioambientais de organizações e empresas paulistanas. Diariamente, no Cine Bombril e nas rampas do Conjunto Nacional (av. Paulista, 2.073, piso térreo). Mais informações pelo tel. 3179-0656. Entrada franca.

 

Os Rios

Expedições realizadas pela Comissão Geográfica e Geológica ao rio Paranapanema (1886), rios Paraná, Tietê, Feio ou Aguapeí e do Peixe (1905) e rio Grande e afluentes (1910) integram a exposição temporária “Os Rios da Comissão Geográfica e Geológica, Documentos do Passado – 1886 a 1910”, em cartaz no Museu de Zoologia da USP. Criada pelo governo de São Paulo para estudos de solos, rios, fauna e flora, a Comissão Geográfica e Geológica atuou de 1886 a 1931 e deu origem a importantes instituições de pesquisa: Instituto Florestal, Instituto de Botânica, Instituto Geológico, Instituto Geográfico e Cartográfico, Instituto Astronômico e Geofísico/USP (atual Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas), Museu Paulista/USP, Museu de Zoologia/USP e Museu Geológico. A mostra é organizada pelo Museu Geológico Valdemar Lefèvre (Mugeo), com curadoria do geólogo Fernando Alves Pires. Até 2 de dezembro, de terça a domingo, das 10h às 17h, no Museu de Zoologia da USP (a v. Nazaré, 481, Ipiranga, tel. 6165-8100). Ingressos: R$ 2,00, com meia-entrada.

 
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