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Por um Fio


Piranesi series (2002), de Vik Muniz

O Paço das Artes inaugura nesta segunda a exposição “Por um Fio”, que reúne obras dos mais importantes artistas brasileiros da atualidade, lançando um olhar sobre a produção contemporânea. Com curadoria de Daniela Bousso, a mostra apresenta 22 obras, de 17 artistas diferentes, nas mais diversas linguagens. Os trabalhos consistem em uma reflexão sobre questões contemporâneas e traça, ao mesmo tempo, um panorama de como os artistas têm se relacionado com a realidade no mundo de hoje. Entre os destaques, estão o webvideo interativo Desmemorias, de Giselle Beiguelman, que manipula imagens de aparelhos eletrônicos hoje obsoletos; o vídeo sarcástico Auto-retrato do Artista Contemporâneo, de Ernesto Neto; três fotografias da série Cárcere, de Vik Muniz, feitas com linhas e alfinetes; e a projeção de vídeo com som Primeira Leitura, de Maurício Dias e Walter Riedweg. Até 30 de novembro, de terça a sexta, das 11h30 às 19h, sábados, domingos e feriados, das 12h30 às 17h30, no Paço dos Artes (av. da Universidade, 1, Cidade Universitária, tel. 3814-4832). Entrada franca.

 

Útero Portanto Cosmos


Fontes Luminosas, de Carmela Gross

A terceira edição do projeto artístico “Útero Portanto Cosmos” completa a série proposta pelo autor, o artista multimídia Agnus Valente. Concebida em 2002, a iniciativa desenvolve um processo constante de hibridações entre meios de produção, sistemas artísticos e poéticos, envolvendo artes visuais, poesia concreta e animações digitais de palavras, imagens e sons. Na primeira edição, em 2003, Valente e seu irmão gêmeo, o fotógrafo Nardo Germano, criaram obras digitais em um work in progress individual, em uma metafórica “gestação on-line” e abertura à interação com o público que contribuiu para a criação de um e-poema coletivo denominado “Sky Arte Interativo: Constelações”. Em 2005, Agnus valente inclui na edição “Constelações” obras que o influenciaram como artista, de seus mestres Julio Plaza, Carmela Gross, Regina Silveira, Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Ronaldo Azeredo, convidados a participarem com trabalhos especialmente atualizados em linguagem digital, com música de Cid Campos e Gilberto Mendes. A edição “Ano 3: Expansões” apresenta novas obras nas quais os artistas gêmeos e os próprios mestres referenciam os gênios da arte que os antecederam, expandindo o cosmos de filiações e afinidades artísticas proposto na primeira edição do projeto. Os trabalhos podem ser vistos no site.

 

Camargo Guarnieri

A mostra “Camargo Guarnieri: Trajetória de um Compositor” marca o centenário de um dos maiores maestros e compositores do País. Pela primeira vez, fotografias e partituras originais de Guarnieri serão apresentadas ao público. Em um dos espaços, um tecido de 40 metros de comprimento foi impresso pela empresa com fotografias que reconstituem alguns momentos da vida do maestro, formando um painel com a linha do tempo de Guarnieri: as viagens, a família e o seu relacionamento afetivo com grandes nomes da música clássica, como Heitor Villa-Lobos, Arnaldo Estrela e Elsie Houston. Um outro ambiente simula o estúdio do maestro, que além de papéis rascunhados, bicos-de-pena e o piano que o artista usava para compor suas peças, ainda conta com uma reprodução da carta aberta aos críticos e músicos do Brasil. Na mensagem, Guarnieri advertia os estudantes de música sobre o dodecafonismo, que ele acusava de ser uma corrente formalista que levava à degeneração do caráter nacional de nossa música. Com curadoria de Flávia Toni e Gláucia Amaral. Até 2 de dezembro, de segunda a quarta, das 12h às 18h, quinta e sexta, das 12h às 22h, e sábados, das 12h às 19h, na Sala São Paulo (Praça Júlio Prestes, s/nº, tel. 3091-1149). Entrada franca.

 

Panorama da Arte Brasileira


Atalaia (2007), fotografia de Luiz Braga

O Museu de Arte Moderna de São Paulo acaba de estrear a exposição bienal Panorama da Arte Brasileira 2007, que leva o título “Contraditório”. Com curadoria de Moacir dos Anjos (ex-diretor do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, o Mamam de Recife, e co-curador da atual edição da Bienal do Mercosul), a mostra não tem pretensão de apresentar um mapeamento extenso da criação recente feita no País, buscando na verdade refletir sobre o próprio sentido que sua missão adquire na atualidade e investigando o que singulariza a arte brasileira frente à criação contemporânea de outros países. A exposição traz 28 artistas e 1 coletivo de 11 Estados, além do peruano Gabriel Acevedo Velarde, que apresenta trabalho conjunto com a gaúcha Lucia Koch. O caráter contraditório da afirmação da identidade nacional, que segundo o curador é uma verdadeira locução simbólica integral da condição de vida no Brasil contemporâneo, é o responsável pela mostra. Entre os artistas, aparecem Cao Guimarães , Chelpa Ferro, Luiz Zerbini, Sergio Mekler, João Modé, Gil Vicente, Marepe e Marilá Dardot. Até 6 de janeiro, de terça a domingo, das 10h às 18h, no Mam (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, Parque do Ibirapuera, tel. 5085-1300). Entradas a R$ 5,50.

 

Mar de Vidros

Está em cartaz a exposição “Mar de Vidros – Murano 1915/2000”, que reúne 60 objetos originários da coleção de Angelo Rinaldi, artista apaixonado pelas peças históricas em arte vidreira da ilha de Murano, mostrando as tipologias mais marcantes da produção durante o século 20, como Barovier, Salviati, Covem, M.V.M., Venini e Seguso, além de peças recentes assinadas por importantes nomes do design italiano, entre eles Gaspari, Scarpa, Zecchin e Dorazio, e trabalhos dos anônimos mestres vidreiros. Os objetos revelam a maestria das formas inovadoras, com sua técnica muito particular de execução e a riqueza da matéria-prima e dos efeitos cromáticos. Evidencia ainda a renovação de estilo, presente nas Bienais de Veneza, Trienais de Milão e Monza e em mostras internacionais. A curadoria é de Giorgio Forni, diretor da Fundação Sartirana Arte, de Pavia, na Itália. A mostra integra a programação da 7 a Semana da Língua Italiana no Mundo. Em cartaz até 18 de novembro, de terça a domingo, das 10h às 18h, no Museu da Casa Brasileira (av. Brig. Faria Lima, 2.705, tel. 3032-3727). Ingressos: R$ 4,00 e R$ 2,00; aos domingos a entrada é franca.

 

Arquiteturas e videoinstalações


Arquiteturas em Palco, do português João Mendes Ribeiro

O Instituto Tomie Ohtake traz para o Brasil a exposição “Arquitetura em Palco”, do arquiteto português João Mendes Ribeiro, premiada na Quadrienal de Praga de 2007, maior evento internacional na área de cenografia e arquitetura para teatro, organizado pelo Ministério de Cultura da República Checa e pelo Instituto de Teatro de Praga. O trabalho foi destacado, entre os 60 países participantes, pela reflexão sobre a singularidade da cultura teatral de Portugal e perspectivas da cenografia e da arquitetura pensadas para o teatro no século 21. A exposição inclui projetos e intervenções híbridos, abordando a cenografia através de experimentação de processos e linguagens comuns à arquitetura. Organizada em núcleos temáticos, reúne materiais gráficos, desenhos, fotografias, maquetes e peças audiovisuais. Também está em cartaz as videoinstalações Nadando e Passantes, produzidas pela artista plástica Daisy Xavier em parceria com a cineasta Célia Freitas, que têm como tema a questão do limite. No primeiro vídeo, um corpo atravessa continuamente uma piscina sem margens; e no segundo, a maleabilidade entre espaço, corpo e tempo é potencializada por meio de um processo mais explícito de repetição: editado de forma cíclica, mostra imagens de uma casa em demolição, um corpo rarefeito que percorre uma trama de fios de cobre, e projeções vertiginosas de pedaços de parede e chão. A curadoria é de Agnaldo Farias. Até 11 de novembro, de terça a domingo, das 11h às 20h, com entrada franca, no Instituto Tomie Ohtake (av. Brig. Faria Lima, 201; entrada pela r. Coropés). Mais informações pelo tel. 2245-1900.

 

Portfólio Alexandre Sequeira


Fotos reproduzidas em tamanho real sobre tecidos antigos

A quinta edição do programa “Portfólio” traz o trabalho do fotógrafo paraense Alexandre Sequeira. Com curadoria do jornalista e fotógrafo Eder Chiodetto, a mostra exibe os registros fotográficos de um vilarejo a 150 quilômetros de Belém, chamado Nazaré do Mocajuba. As fotos foram reproduzidas em tamanho real em velhos tecidos das casas dos moradores, como cortinas, lençóis e um mosquiteiro. A exposição também traz uma tela de cristal líquido para a exibição de um slide-show de imagens que revelam a paisagem da vila e o cotidiano dos habitantes. A trilha sonora é composta por 36 horas de fragmentos sonoros captados pelo fotógrafo na localidade, como sussurros e comentários, o canto do galo, o som do motor do barco e água do rio. As imagens são acompanhadas de um conto inédito da escritora carioca Bruna Beber, indicada pelo escritor Nelson de Oliveira para escrever o texto tendo como inspiração esse trabalho. Até 25 de novembro, de terça a sexta, das 10h às 21h, sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h, no Itaú Cultural (av. Paulista, 149, tel. 2168-1776). Entrada franca.

 
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