Em comemoração ao Dia Nacional do Livro – 29 de outubro –, o Sistema Integrado de Bibliotecas (Sibi) da USP promove nesta semana, entre os dias 22 e 26, a 10 a Semana do Livro e da Biblioteca, que apresenta uma série de palestras, exposições e atividades de treinamento em diferentes campi da Universidade.

foto crédito: Paulo Soares

Uma das principais atrações do evento é a mesa-redonda sobre a arquitetura das bibliotecas, que ocorre nesta quarta-feira, dia 24, às 14h30, no anfiteatro da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), na Cidade Universitária, em São Paulo. Na ocasião, será feita a apresentação dos projetos da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin da USP – em fase de construção na Cidade Universitária –, da Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da reforma da Biblioteca Municipal Mário de Andrade, em São Paulo, iniciada em setembro. “É a primeira vez que o evento

propõe a troca de idéias entre arquitetos e bibliotecários”, comemora a bibliotecária Adriana Hypólito, do Sibi, organizadora da semana.

Tanto o projeto da Brasiliana como o da reforma da Mário de Andrade – bibliotecas que abrigam coleções raras e preciosas – contemplam a segurança e a conservação das peças. As instalações prevêem o condicionamento ambiental com controle de umidade e temperatura.

Brasiliana – A preocupação dos arquitetos responsáveis pela Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, Rodrigo Loeb e Eduardo de Almeida, se voltou para a conservação do acervo raro, sem a perda da presença visual das obras. “Tudo se comunica por meio de recortes no piso, da utilização de vidro e de um pé-direito triplo, características que proporcionam economia de luz”, explica Rodrigo Loeb. Ao mesmo tempo, por motivos de conservação, nenhuma sala de acervo da biblioteca receberá luz solar direta.

O acervo da nova biblioteca – que será composto pelos mais de 30 mil livros doados à USP por Guita e José Mindlin e ainda pelo material hoje conservado pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) – estarão visíveis para quem estiver caminhando pela área inferior do prédio, destinada à circulação de pessoas. A Brasiliana estará acomodada em um anel de prateleiras, enquanto o acervo do IEB será mantido em salas ao longo do comprido saguão do outro lado do prédio. Internamente, as paredes serão substituídas por vidro, que mantém a climatização e a proteção das obras, permitindo o contato visual do público com as preciosidades.

Com área construída de 14 mil metros quadrados, o edifício da Brasiliana foi planejado de forma horizontal, para dialogar com o restante do campus. Instalada próximo à saída da Cidade Universitária, a construção terá um espaço de passagem, não bloqueando o caminho de quem anda entre a Reitoria e a avenida Professor Luciano Gualberto. Para convidar a comunidade da Universidade a freqüentar o novo espaço, foi planejado um auditório e um café, no mesmo nível em que será realizado o atendimento ao público. Rodrigo Loeb acredita que esse será um local para intercâmbio de informações, divulgação de projetos e um ponto de encontro intelectual. Os demais patamares terão acesso restrito e abrigarão salas de pesquisa, salas de aula e o setor de administração. Haverá também uma seção compartilhada pelas duas instituições, onde estarão a reserva técnica e os setores de montagem, restauro e digitalização.

Mário de Andrade – A intervenção no prédio da Biblioteca Mário de Andrade, segundo o arquiteto José Armênio, responsável pelo projeto, tem como ponto central a invisibilidade. Pretende-se reabilitar o projeto art déco de Jacques Pilon, datado de 1942, reativando espaços e restaurando o mobiliário. “Com a identidade revelada, a biblioteca vai começar a dialogar com o entorno”, descreve Armênio. Um passo importante para a retomada do caráter público do edifício será a retirada total das grades que o cercam, o que promoverá a integração com a praça Dom José Gaspar. A intenção é que a população que circula pelo centro de São Paulo seja convidada a entrar. A antiga sede do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo (Ipesp) será englobada e abrigará a hemeroteca, coleção de jornais pertencente ao acervo da Mário de Andrade. No futuro, os prédios vizinhos terão uma conexão operacional subterrânea.

O projeto de reforma procurou disciplinar a circulação de pessoas, como uma forma de proteger as obras, afirma o arquiteto. Somente o funcionário responsável tem acesso às torres que abrigam as prateleiras. A ligação entre as diferentes entradas da Biblioteca Mário de Andrade será feita em um espaço anexo com paredes de vidro, evitando movimentação desnecessária entre as estantes da seção circulante.

A programação da semana inclui ainda várias outras atividades. A biblioteca do Instituto de Psicologia, na Cidade Universitária, por exemplo, organizou uma exposição e um mutirão de limpeza de livros rabiscados. A Faculdade de Odontologia de Bauru preparou as exposições ambientais “ Universidade e o Planeta Terra” e “Água: Uma Viagem no Mundo do Conhecimento”. A Escola de Engenharia de São Carlos premiará, nesta sexta-feira, dia 26, os docentes com maior número de produções cadastradas no Banco de Dados Bibliográficos da USP (Dedalus).

A programação completa da 10 a Semana do Livro e da Biblioteca pode ser acessada na página eletrônica do Sibi. Mais informações pelos telefones (11) 3091-1545 e 3091-1573.

 
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