O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e a Fundação Bienal de São Paulo realizam a 7 a Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, considerada uma das maiores mostras de arquitetura, que tem como tema Arquitetura: o Público e o Privado. Segundo o arquiteto José Magalhães Júnior, coordenador da curadoria da mostra, o tema deste ano abre espaço para repensar as políticas de desenvolvimento urbano no Brasil. A mostra vai ocupar 28 mil metros quadrados do Prédio da Bienal, incluindo duas homenagens: Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha, que vão receber salas especiais.

Logo no térreo, a exposição “Arte Pública” traz três segmentos: espaço da rua (festas populares, religiosas, étnicas, grafites, cartazes e outdoors), espaço da praça (instalações, esculturas urbanas) e espaço do edifício (arquitetura, murais, painéis e outdoors). No primeiro pavimento estão os 32 projetos selecionados entre as 68 escolas inscritas no Concurso Internacional de Escolas de Arquitetura, incluindo a participação de quatro internacionais: Architectural Association School of Architecture (Londres), Università Degli Studi Mediterranea Di Reggio Calábria e Facolta' Di Architettura Valle Giulia, ambas da Itália, e

Civic Centre Nesselande, do espanhol Joan Busquets

Facultad de Arquitectura, Diseño y Urbanismo, de Santa Fé, na Argentina. No mesmo piso, há ainda exposições institucionais, com foco no Programa Cidade Limpa, mostrando não só os resultados da aplicação da nova lei da Paisagem Urbana mas também aspectos de melhorias em relação ao mobiliário urbano, iluminação, tratamento de pisos e paisagismo.

No segundo pavimento estão as salas especiais destinadas aos arquitetos Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha. Niemeyer, que completa cem anos em dezembro, mostra o projeto do conjunto do Parque do Ibirapuera por ocasião do 4 o Centenário de São Paulo (1951), que compreende o edifício da Bienal, a Oca, a Marquise e o Auditório, além dos desenhos iniciais do Ibirapuera, cujas documentações e reproduções pertencem ao acervo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Paulo Mendes da Rocha, laureado com o Prêmio Pritzker (Oscar da Arquitetura), em 2006 (Niemeyer também recebeu o prêmio em 1988), comparece com projetos inéditos em São Paulo. No mesmo pavimento, a Exposição de Arquitetos Brasileiros Convidados conta com a participação de 12 nomes, representando várias regiões do Instituto de Arquitetos do Brasil, entre eles Cesar Dorfman, Gustavo Pena, Paulo Henrique Paranhos, Roberto Simon, Paulo Bruna e Roberto Loeb. A “Exposição Geral dos Arquitetos”, destinada à produção contemporânea brasileira e do exterior, reúne 150 projetos selecionados; e “Representações Nacionais” mostra a produção mundial, contando com 13 países convidados: África do Sul, Alemanha, Argentina, Áustria, Dinamarca, França, Holanda, Israel, México, Noruega, Portugal, Itália e Suíça, esta última com a exposição “Arch/Scapes – A Relação entre a Arquitetura e a Paisagem”, composta por 15 projetos, complementados por fotografias de Joël Tettamanti.


Casa 'Le Terrazze', de Giraudi Wettstein Architekten, em Lugano, Suíça

E, no último pavimento, estão os convidados internacionais, nomes consagrados e jovens talentos da arquitetura mundial, como Alejandro Aravena (Chile), Christ & Gantenbein Architects (Suíça), GA.A Architects (Coréia do Sul), Schmidt, Hammer & Lassen (Dinamarca), Stefan Eberstadt (Alemanha), além do americano Seven Holl, premiado internacionalmente, com escritórios em Nova York e Pequim, e do espanhol Joan Busquets, considerado o pai da renovação urbana de Barcelona. Há ainda mostras especiais internacionais, com presenças confirmadas de Vilas Palladio, revisitando vilas renascentistas projetadas pelo arquiteto italiano Andrea Palladio entre os anos de 1537 e 1570; Casas Brasileiras do Século 20, destacando casas que ajudam a compreender o diálogo entre espaço interior e exterior, entre cidade e habitação; Reviving the Countryside: a Lu Ban Experience, exposição da China Art Academy sobre o arquiteto chinês do século IV a.C. Lu Ban, referência para os arquitetos chineses, que tem como teoria a harmonia entre o homem e o ambiente; e Daimler Chrysler Award for South African Architecture 2007, sobre os oito arquitetos sul-africanos vencedores do Prêmio Daimler Chrysler, de 2007.


Salle Philharmonique de Paris – La Villette, do Ateliers Jean Nowell

Também estão previstas mostras dos projetos vencedores do IAB 2006, incluindo “Analogias”, do fotógrafo mineiro Salvino Campos, que retrata os traços comuns entre as cidades do Rio de Janeiro (Brasil), Nápoles (Itália) e Havana (Cuba); e exposição da carioca Claudia Jaguaribe, com sua linguagem de experimentação, que na Bienal apresenta trabalho sobre a relação entre as cidades e as guaritas. Ainda integra o evento o Fórum de Debates, com conferências e mesas-redondas, que entre os temas traz a fundação do equipamento público, com palestrantes do Centro Georges Pompidou, um dos mais visitados de Paris, além de uma feira de livros permanente, que conta com as principais editoras do ramo de arquitetura.

A 7 a edição da Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo abre para o público a partir do dia 11 de novembro e vai até 16 de dezembro, de terça a quinta, das 12h às 22h, sextas, sábados, domingos e feriados, das 10h às 22h, no Prédio da Bienal (Parque do Ibirapuera, portão 3). Ingressos: R$ 12,00, com meia-entrada para estudantes, crianças de 7 a 12 anos, pessoas com mais de 65 anos e associados do IAB; crianças até 6 anos não pagam. O Fórum de Debates acontece de 11 a 17 de novembro (durante a semana, das 17h às 22h, com exibição de filmes sobre arquitetura no primeiro horário, e no final de semana e feriado, dia 15 de novembro, das 16h às 22h; com entrada gratuita). Mais informações pelos tels. 5576-7600 (Fundação Bienal) e 3259-6866 (IAB).

 
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