A avaliação é ferramenta essencial para acompanhar o desenvolvimento do planejamento estratégico de uma instituição, pois conduz ao seu aperfeiçoamento, à correção de rumos e à implantação de novos projetos. Insere-se na promoção da governança e aumenta a capacidade de formulação, implementação e acompanhamento da administração universitária. Essa prática vem sendo utilizada nesta gestão na USP.

foto crédito: Unisul/Gruperh

Implementaram-se diversos projetos que integram o plano de gestão e deles já é possível colher resultados positivos.

Duas prioridades norteiam o projeto acadêmico-administrativo: a implementação do Planejamento Estratégico, e sua expansão para médio e longo prazo, e o Programa de Gestão Estratégica e Desburocratização na Administração (Gespública) da USP.

A implantação, pela primeira vez, da Comissão de Planejamento, cuja existência é prevista no Estatuto da USP, dá a dimensão do significado de se fortalecer o Planejamento Estratégico definido no início da gestão. O projeto institucional deve transcender o curto prazo e permitir a visão do futuro, que definirá a USP em 2030.

O Gespública nasceu em resposta ao anseio da comunidade da instituição por uma gestão estratégica contemporânea, visando à simplificação de processos e normas, que conduzisse à desburocratização. Desde o início, a gestão empenhou-se em enfrentar esse desafio. O benefício é o aumento da

credibilidade da instituição e da agilidade nas atividades, além da redução e otimização dos recursos necessários.

As oficinas de auto-avaliação do programa Gespública foram realizadas em 32 unidades/órgãos da Universidade e os respectivos Planos de Melhorias de Gestão estão sendo implementados. Na Reitoria, cinco planos foram iniciados pela Coordenadoria de Administração Geral (Codage) e pela Secretaria Geral: Gestão de Contratos e Convênios, de Execução Financeira e Orçamentária, de Frotas de Veículos, de Expedição de Diplomas e Revalidação de Títulos e de Contratos de Estagiários. Ressalte-se o avanço registrado no setor de Convênios, recém-instalado, que concentra, em um único espaço, as atividades de cunho acadêmico, administrativo, jurídico e financeiro. A integração e otimização dessas atividades agilizam os procedimentos e atendem melhor à comunidade uspiana. O setor não se restringe a um banco de dados; é, principalmente, instrumento de gestão dos processos.

Aprimorar e ampliar a infra-estrutura física constitui-se em ação permanente. Além dos recursos disponibilizados às unidades como manutenção predial, projetos especiais da Coordenadoria do Espaço Físico (Coesf) têm suplementado significativamente o montante para essa finalidade. É relevante, também, destacar os investimentos em novas edificações com recursos orçamentários e externos à instituição.

O investimento em infra-estrutura abrangeu, também, melhoria das salas de aula, manutenção e reequipamento de laboratórios didáticos, melhoria de laboratórios de pesquisa e construção de moradias para os campi de São Paulo, São Carlos e Ribeirão Preto, entre outros programas.

Ante a visão de planejamento estratégico, a concessão de claros docentes e de vagas para funcionários técnico-administrativos baseia-se na análise acurada dos Planos de Metas das unidades para o triênio 2007-2009. Procura-se, assim, atender às necessidades de reposição e ampliação de recursos humanos, para preservar a qualidade da Universidade.

Em relação à carreira dos funcionários técnico-administrativos, será realizada a segunda etapa do Plano de Ascensão na Carreira e, paralelamente, estudado o aperfeiçoamento da referida carreira.

O Programa de Apoio aos Concursos Públicos para Provimento de Cargos de Professor Doutor, em sua sexta etapa, teve adesão maciça dos professores contratados por processo seletivo. Dos docentes nessa condição, 96% (737 professores) inscreveram-se no programa. Este é um passo importante para o ingresso na carreira docente da USP.

É importante destacar o fortalecimento da Política de Permanência e Formação Estudantil, com a introdução de alínea específica no orçamento da USP em adição aos recursos das heranças vacantes. O número de bolsas concedidas em 2007 aumentou 53% em relação a 2006.

Entendemos que as necessidades sociais e as demandas resultantes da evolução do conhecimento devem ser atendidas, desde que pautadas pela qualidade e eqüidade. Assim é que o modelo de programa de expansão de vagas, que em dois anos ofereceu 220 novas vagas para o biênio 2008-2009, levou em conta o mérito acadêmico das propostas e a disponibilidade orçamentária, além da captação de recursos extra-orçamentários, em torno de R$ 30,7 milhões.

O Programa de Inclusão Social da USP (Inclusp) originou-se da reflexão sobre o papel da Universidade na elaboração e proposição de políticas inovadoras nessa área. A inclusão com mérito é o traço forte e diferencial do programa. Além disso, envolve ações que não se esgotam no vestibular. Pelo contrário, abrangem medidas anteriores, paralelas e posteriores à seleção. Implementado em 2006, mostrou resultados relevantes, como o incremento de 11% no número de alunos da rede pública na Universidade e aumento significativo nas áreas mais concorridas. O aperfeiçoamento do programa se encontra em andamento.

O Programa Pré-Iniciação Científica, com início previsto para fevereiro de 2008, complementa a formação do aluno do ensino médio da rede pública ao aproximá-lo da Universidade e reforça a contribuição da instituição no aumento da qualidade da educação.

O investimento na formação plena do aluno é preocupação permanente. A nova sociedade do conhecimento e as novas relações de trabalho conduzem à necessidade de se formar empreendedores. Programas institucionais, como o de Iniciação Científica e o Ensinar com Pesquisa, contribuem para essa formação.

Nas atividades de pesquisa, fortaleceu-se a infra-estrutura física e de recursos humanos dos grupos de pesquisa competitivos com a concessão de 30 novas vagas pelo programa Procontes.

O novo Programa de Incentivo à Pesquisa cumpre o seu papel junto a jovens pesquisadores e grupos de pesquisadores, de modo a permitir a estruturação e a consolidação de suas linhas de investigação.

Ao mesmo tempo, a política de integração de grupos de pesquisa vem sendo fortalecida pelos programas institucionais de pós-doutorandos, professores visitantes e colaboradores, que agregam contribuição inovadora a suas áreas de atuação.

A Agência USP de Inovação vem consolidando as oportunidades de cooperação científica e tecnológica com segmentos da sociedade, potencializando programas de pesquisa e inovação tecnológica e qualificando recursos humanos. Contribui, assim, para a internalização da pesquisa nas empresas.

A meta de se estreitar os laços com a sociedade, com a difusão de conhecimento, cultura e ciência, atinge contingente expressivo da população. A discussão de temas centrais em áreas de importância social é, assim, fortalecida.

A pós-graduação, por sua vez, deu um salto de qualidade na última avaliação Capes. Os programas com conceito de excelência (de 5 a 7) aumentaram e aqueles de conceito 3 diminuíram consideravelmente. Tais resultados mostram a efetividade das ações implementadas e o fortalecimento da inserção internacional da USP.

A internacionalização da instituição vem sendo estimulada por meio de diferentes ações. Investiu-se na mobilidade discente e docente, incrementando o intercâmbio bilateral. Bolsas e auxílios apoiados por recursos orçamentários, de agências de fomento e da iniciativa privada subvencionaram tais ações. Os 400 convênios de cooperação internacional em vigência espelham esse investimento e conduzem ao fortalecimento das parcerias em projetos de pesquisa e intercâmbio de estudantes.

Nesse contexto, é necessário compartilhar com a comunidade interna a visibilidade internacional da USP, expressa na última edição (2007) de três rankings das melhores universidades do mundo. A Universidade encontra-se, desde 2003, entre as 200 melhores universidades do mundo. Ocupa, atualmente, as posições 175 e 128, respectivamente, nos rankings do The Times e da Universidade de Shanghai. No ranking do Higher Education Evaluation & Accreditation Council of Taiwan, cujos indicadores privilegiam a produtividade científica, figura na 94ª posição. Além disso, é a primeira colocada no Brasil e na América Latina.

A evolução vivenciada pela USP desde 2003, quando entrou pela primeira vez em um ranking, reflete seu desenvolvimento sustentável, resultado, principalmente, do comprometimento e da competência dos seus recursos humanos.

Tais conquistas constituem motivo de orgulho e nos encorajam a persistir nesse caminho. Contudo, há a convicção de que não basta considerar apenas o aspecto simbólico desses avanços da Universidade. É preciso fazer com que expressem a estreita correspondência entre sua projeção internacional e seu firme engajamento no desenvolvimento socioeconômico do País.

Dirigir uma instituição do porte da USP é um grande e fascinante desafio. Enfrentá-lo é tarefa que resulta da conjugação de esforços e do trabalho incansável de uma equipe, cujos ideais são orquestrados em direção à consecução das metas, e da dedicação e do desempenho de professores, funcionários técnico-administrativos e estudantes.

Esses dois anos de trabalho permitiram avançar em várias metas estabelecidas no planejamento estratégico. O olhar abrangente para dentro e para fora da instituição permitiu identificar os próximos passos rumo às metas ainda por alcançar.

Os avanços e o que se pretende realizar no próximo biênio nos estimulam a prosseguir com o intento de cumprir o compromisso inicialmente estabelecido de ampliar a liderança acadêmica da Universidade.

Suely Vilela é reitora da USP

 
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