Uma das diretrizes estabelecidas para a ação da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP é buscar iniciativas que tragam novas tecnologias para a Universidade. No último biênio, a concretização de novos convênios com grandes empresas com as quais a Universidade já mantém parceria pode ser citada como exemplo de resultado desse esforço. Com a Companhia Vale do Rio Doce, por exemplo, a USP assinou um termo de cooperação estabelecendo um programa de intercâmbio científico e tecnológico. Além de projetos já em curso, quatro novos convênios foram assinados, alocando à

Foto crédito: Cecília Bastos

Universidade recursos de R$ 3 milhões. Entre as ações estão a montagem e a análise de cenários de simulação de capacidade, além de avaliação de novas alternativas de materiais e de fontes de energia.

A USP foi convidada a participar de 20 redes temáticas coordenadas pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). Em 2007, os recursos dos convênios já assinados em quatro redes chegam a cerca de R$ 5 milhões. Os projetos transversais focalizam aspectos de prospecção, extração, distribuição, uso e impactos da energia produzida por combustíveis fósseis e renováveis. A Pró-Reitoria também coordenou a colaboração entre os diferentes grupos da Universidade para atender às chamadas públicas do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT/Finep/CT-Infra Proinfa), captando quase R$ 9,3 milhões nos dois últimos anos.

Bolsas – Entre os novos projetos que a

Pró-Reitoria está implantando, está o USP Vai à Sua Escola, que visa a aprimorar o ensino de ciências nas escolas públicas por meio de cursos e programas, tanto com a vinda de professores de ensino médio para a USP quanto com a ida de pesquisadores da Universidade às escolas. O novo Programa de Pré-Iniciação Científica da USP, cujo edital foi lançado no último mês de setembro, também é voltado ao apoio e incentivo de projetos de pesquisa que despertem o interesse de alunos da rede pública de ensino. O programa vai acompanhar 400 alunos e 80 professores em suas escolas. A Universidade vai destinar bolsas a estudantes de nível médio selecionados com a Secretaria de Educação do Estado para participação em projetos de pesquisa nos diferentes campi.

O investimento em diversas modalidades de bolsas, por sinal, tem se mantido como outra das diretrizes da Pró-Reitoria de Pesquisa, que busca valorizar a pesquisa em todos os níveis, incentivando os programas de Iniciação Científica e a integração da pesquisa com a graduação. O número de auxílios do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) concedidos na USP está em elevação: em 2005/2006, foi de 1.194, chegando a 1.704 em 2006/2007, com previsão de 1.874 para 2007/2008. Já o Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP (Siicusp) – que em novembro realizou sua 15ª edição – mantém-se forte, mobilizando estudantes de todas as áreas do conhecimento em São Paulo e nos campi do interior. A participação de alunos de universidades parceiras do exterior tem crescido no evento.

Foto crédito: Marcelo AlonsoNo aspecto administrativo, a Pró-Reitoria tem trabalhado na regularização da situação dos Núcleos de Apoio à Pesquisa, com a definição de critérios para a manutenção dos já existentes e o estabelecimento de regras para a criação de novos. Promover maior integração entre os núcleos e os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) é outro tema que tem merecido atenção.

Publicações – A Pró-Reitoria formou uma comissão para supervisionar o sistema de biotérios da USP – são 67 espalhados nos vários campi. Além de manter a boa condição sanitária e estrutural de todos os biotérios, a Universidade está implantando o Centro de Congelamento e Manutenção de Embriões e uma rede nacional de informação sobre linhagens. O orçamento da USP destinou R$ 1,5 milhão para a área em 2007 – verba que foi utilizada para implementar e completar as instalações da unidade de criopreservação de embriões, para o programa de treinamento de pessoal especializado, para emergências e para a chamada do programa de apoio aos biotérios cadastrados na Pró-Reitoria.

Um dos indicadores do produto final da pesquisa na Universidade é a publicação de artigos em periódicos internacionais. Essa produção vem aumentando de forma consistente nos últimos anos, chegando a 4.450 artigos publicados em 2006, de acordo com a base do Institute of Scientific Information. “A publicação dos docentes da USP a coloca em 41º lugar entre as universidades de todo o mundo, fazendo a nossa universidade ser, de longe, a única dos países emergentes a ser ombreada às grandes instituições de pesquisa do mundo”, comemora a pró-reitora Mayana Zatz. “É importante ressalvar que muitas das ações de sucesso da Pró-Reitoria de Pesquisa devem-se ao mérito do corpo de docentes e pesquisadores da nossa universidade”, completa.

 

“É possível melhorar cada vez mais”

A professora Mayana Zatz destaca o aumento da captação de recursos externos como uma das conquistas recentes da Pró-Reitoria de Pesquisa.

Jornal da USP – Que balanço a senhora faz de dois anos à frente da Pró-Reitoria de Pesquisa?

Mayana Zatz – Foi um período bastante produtivo, em que colocamos em prática as diretrizes propostas para o biênio. Nesse sentido, destaco como principais iniciativas e ações da Pró-Reitoria de Pesquisa o aumento da captação de recursos externos para os nossos projetos, através da parceria com a Companhia Vale do Rio Doce e a Petrobras, a regularização da situação dos Núcleos de Apoio à Pesquisa, as mudanças no Programa de Iniciação Científica, que serviram de modelo para outras universidades e que tiveram boa repercussão tanto nacional quanto internacionalmente, e a melhoria da infra-estrutura dos biotérios, através da formação de uma comissão específica para otimizar o funcionamento e aplicação dos recursos. Nesse período, também demos início a novos programas, como A USP Vai à Sua Escola, que desenvolveu, através dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids), o projeto Celular, para aprimorar o ensino de ciências nas escolas públicas, e que atingiu cerca de 10 mil alunos, e o projeto de Pré-Iniciação Científica, voltado a alunos da rede pública de ensino. Também gostaria de destacar o fomento à internacionalização da pesquisa, com o fortalecimento das parcerias com o Comité Français d'Evaluation de la Coopération Universitaire avec le Brésil (Cofecub), University de Notre Dame e Indiana Medical School, e o estabelecimento de novas parcerias com universidades, como a Universidade do Porto.

JUSP – Quais foram os principais desafios?

Mayana – No âmbito interno da Universidade, a agilização na tramitação dos convênios foi um grande desafio e, em contrapartida, um grande avanço para a captação dos recursos externos. O principal desafio, no âmbito externo, é a participação cada vez mais ativa da Universidade no que se refere à reformulação das leis de importação e de incentivo à pesquisa. E nisso, acredito que, neste ano, nossa atuação foi essencial, no sentido de sensibilizar os órgãos do governo federal quanto à importância do incentivo à pesquisa básica.

JUSP – Quais os projetos ou ações que podem ser aprimorados?

Mayana – Estar à frente da Pró-Reitoria de Pesquisa nesses dois anos de gestão me possibilitou ter uma visão mais abrangente do que é a Universidade. Com isso, pude constatar quantos grupos excelentes de pesquisadores nós temos. A USP é uma universidade com grande potencial para a pesquisa, mas que, certamente, pode crescer muito mais. Não podemos nos acomodar e achar que tudo está bom. Parto da premissa de que tudo sempre pode ser melhorado. Podemos e devemos atuar ativamente na definição de pesquisas relacionadas a temas estratégicos para a ciência e para o País e lutar para conseguir os recursos necessários.

JUSP – Como define a importância da Pró-Reitoria de Pesquisa no contexto das atividades realizadas na USP?

Mayana – A Pró-Reitoria de Pesquisa tem um importante papel dentro do contexto da Universidade, já que a pesquisa é historicamente uma das vocações essenciais da USP. A missão da Universidade é desenvolver o ensino, a pesquisa e devolver isso à sociedade através da extensão. A USP apresenta um aumento crescente e consistente de sua produção científica, resultado da atuação de seus docentes, e que a tem colocado em posições de destaque em rankings importantes elaborados por organismos internacionais.

 
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